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Abr 08

Sinopse: Tracey Berkowitz, de quinze anos, está nua sob uma cortina de chuveiro na parte de trás de um autocarro, à procura do seu irmão Sonny, que pensa que é um cão. O percurso de Tracey leva-nos para o interior escuro da cidade, para a latrina emocional do seu lar, pela brutalidade da sua escola secundária, os jogos clínicos de gato e de rato com o seu psicólogo e as suas fantasias voadoras com Billy Zero - o seu namorado e salvador do Rock'n'Roll. As suas viagens também a põem em contacto com os habitantes mais desligados. Como Lance, aquele que seria o seu salvador mas que acaba por meter a sua vida em perigo. A história de Tracey começa a cruzar a verdade com mentiras, esperança com desespero enquanto nos aproximamos da verdade de como Sonny desapareceu...

 

Crítica: Esta é uma história de uma adolescência problemática, de uma família com problemas, de retalhos, fragmentos, da vida de uma jovem adolescente deslocada e com uma família que funciona como latrina emocional.

E nestes fragmentos, filmados em partes do ecrã, Ellen Page ocupa todo o plateau, fazendo o espectador esquecer a forma original e bastante interessante com que Bruce McDonald filma a película.

A fragmentação da película é um dos pontos fortes da mesma, embora por vezes possa tornar o visionamento confuso… a forma como a história se desenrola, com fast-forwards e rewinds, permite-nos por vezes acompanhar diversos planos de espaço/tempo, bem como pontos de vista de diferentes personagens.

No meio da fragmentação e de alguma confusão, que poderá surgir, acompanhamos o desenrolar de uma busca de Tracey pelo irmão Sonny, e por si mesma, numa viagem que a leva a locais menos próprios, sempre acompanha (pelo menos em fantasia…) pelo seu “namorado” Billy Zero…

Ellen Page encarna de forma incrível – p’ra alguém tão jovem – esta personagem confusa, deslocada, perdida no meio de um mundo que não sente seu, de uma família completamente disfuncional. Família essa que, no fundo serve apenas como “adereço” da película e como forma de enquadramento dos mundos que Tracey acompanha e o porquê da sua confusão. Sem dúvida que, a continuar a este nível a jovem Ellen Page continuará na mó de cima do cinema, regressando como nomeada ao Kodak Theatre em breve, e quem sabe levando a estatueta da próxima vez que lá comparecer…

Quanto à realização, Bruce McDonald estreia-se de forma surpreendente, por vezes confusa, mas num género inovador, olhando o mundo de frente, sem receios ou aforismos. Uma estreia promissora deste realizador canadiano…

Quem também está ao melhor nível são os Broken Social Scene, banda a quem corresponde – praticamente – na íntegra a banda sonora.

Um filme independente, feito no Canadá, por canadianos, com a petite Canadiana do momento, e com uma boa banda Canadiana…

Um filme confuso, recheado de fragmentos da vida de Tracey Berkowitz, que não é mais que uma simples rapariga, normal como tantas outras, que apenas se odeia a si própria e à sua vida e família e tudo o que a rodeia…

publicado por FV às 17:09

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