03
Abr 08

                                                        

Apesar de terem estado há pouco tempo em Lisboa, no Pavilhão do Restelo, os Editors foram bem recebidos por um público que, embora não tenha esgotado a lotação do Campo Pequeno, compôs muito bem a sala.

Para a primeira parte foram convidados os Mobius Band, um trio que se assemelha a Editors, Interpol ou Franz Ferdinand, mas mais experimentais e com uma sonoridade mais electrónica. Conseguiram cumprir o papel de animar as hostes e abrir o apetite para o que se seguiria.

Por volta das 22h os Editors entram em palco, começando o espectáculo com Camera, que deu o mote para o que se seguiria: um concerto a todo o gás. Seguiram-se de rajada An End Has a Start, Blood e Bullets, que para além de deixarem o público em êxtase, mostravam a voz maquinal de Tom Smith bem como a sua postura em palco muitas vezes fazia lembrar Ian Curtis, embora mais irrequieto, prova disso foram as vezes que subiu ao piano. Este dinamismo influencia bastante os fãs da banda, que respondiam com uma adoração que se acentuava à medida que o concerto decorria.

Ao piano, seguiu-se a The Weight of the World, pondo a audiência em transe, que rapidamente deu lugar a pulos com Escape the Nest. Travão é um conceito que os Editors não conhecem, prova disso foi a forma como Lights foi interpretada. Smith, de guitarra em punho, como se empunhasse uma arma, acelerou até ao final. O público reagiu com uma das maiores ovações da noite.

Smith volta ao piano tocando When Anger Shows e Banging Heads, um dos temas mais recentes da banda. Se Banging Heads não era um tema muito conhecido, a surpresa veio na faixa seguinte: Smith interpretou Lullaby, uma música dos The Cure, provocando um misto de surpresa e contentamento no público.

O regresso ao primeiro álbum, The Back Room, foi feito com All Sparks e Munich, o single que ajudou os Editors a serem o fenómeno de popularidade que são actualmente. O público acompanhou o refrão, ocorrendo no final outra grande ovação. Seguiu-se um dos momentos mais intimistas da noite: Push Your Head Towards the Air, o novo single da banda, é tocado em dueto entre a guitarra acústica e o piano.

Com todos os membros da banda de volta em palco, a bateria volta em força em Bones, seguido de Fingers in the Factories. Com isto, os Editors saem de palco, voltando rapidamente para o Encore. Este foi composto pelos singles The Racing Rats e Smokers Outside the Hospital Doors, dando espaço a You Are Fading. O concerto fechou com chave de ouro, e os Editors mostraram que são bastante competentes, conquistando (mais uma vez) o público lisboeta, numa sala mais acolhedora.

 

Alinhamento

Camera
An End Has a Start
Blood
Bullets
The Weight of the World
Escape the Nest
Lights
When Anger Shows
Banging Heads
Lullaby (The Cure)
All Sparks
Munich
Push Your Head Towards the Air
Bones
Fingers in the Factories

ENCORE

The Racing Rats
You Are Fading
Smokers Outside the Hospital Doors
publicado por AS às 14:36

08
Dez 07


A Aula Magna é uma sala de espectáculos emblemática, por proporcionar uma interacção especial entre os artistas e o público presente. Por isto, e principalmente tendo em conta que a banda que iria estar em palco seria uma das melhores bandas nacionais, os Clã, que já não vinha à capital há alguns anos, esperava-se uma noite inesquecível para todos os presentes. E assim foi.

Para a digressão de Cintura, o último e quinto álbum de originais da banda, houve uma cenografia preparada para o efeito, um cruzamento entre um palco “em obras” e aviões e barcos de papel gigantes e elevados em plataformas estavam a bateria e os dois teclados de cada lado do palco.

Às 22 horas surgiu a banda em palco e Manuela Azevedo começou por convidar a assistência para a montanha russa e ao carrossel de Vamos esta Noite, faixa de abertura de Cintura. Mandarim e Tira a Teima concluíram o trio de abertura retirado do novo disco. E a participação de Paulo Furtado, o Legendary Tigerman, que também é líder dos Wraygunn não foi esquecida neste último tema, embora não estivesse presente fisicamente, fez-se substituir por uma máscara de si próprio que Manuela Azevedo fez questão de colocar à frente da sua cara.

O público reagiu bem ao inicio só com canções novas, mas viu-se “forçado” a largar o conforto das cadeira com GTI (Gentle, Tall & Intelligent), uma das músicas do emblemático Kazoo, que fez  10 anos, e os Clã aproveitaram a viagem a este álbum e interpretaram O Meu Estilo, passando rapidamente para Lustro e para o single H2omem, que teve direito a coreografia no palco e na plateia.

Os Clã recordaram as noites inesqueciveis vividas no palco da Aula Magna, aproveitando para voltar aos temas de Cintura, onde de uma assentada interpretaram Pequena Morte, Sexto Andar e Ponto Zero, onde Manuela Azevedo contou que Sexto Andar nasceu de problemas técnicos durante a gravação do seu último álbum. Tons de Rosa Carne foram mostrados em Carrossel dos Esquisitos. De seguida o momento mais intimo e arrepiante da noite. Em palco ficaram apenas Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, onde a sua guitarra acústica acompanhou a voz fantástica de Manuela em Sopro do Coração.

Com os restantantes membros da banda de volta ao palco, A Grande Pirâmide intersectada com Road to Nowhere dos Talking Heads serviu de mote para os dois encores que se seguiram. Do primeiro fizeram parte Topo de Gama, Dançar na Corda Bamba, que serviu de mola propulsora e Adeus Amor (Bye Bye), uma canção que fala do final de uma relação amorosa, em que uma das partes já deu tudo o que tinha para dar, tudo o que tinha para amar e do outro lado só recebeu frieza e cinismo, como contou Manuela. No final, ela coloca o barco, que se encontrava à direita de Hélder Gonçalves, a tiracolo do qual retira aviões de papel que fez questão de fazer voar em direcção à plateia.

No segundo encore, e já bem perto da meia-noite, os Clã regressam ao palco para interpretar mais cinco temas, começando por Narciso sobre rodas e, desta forma, cumprem a “promessa” que tinha sido feita de tocarem todas as músicas de Cintura. Seguiu-se Eu Ninguém onde Manuela, apesar dos seus finos saltos altos dançou sem medos. Com o cair do pano chega a sempre especial Problema de Expressão, que como seria de esperar foi cantada em coro numa Aula Magna completamente rendida à voz de Manuela e à música dos Clã. Em jeito de agradecimento e homenagem e, depois de agradecerem a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram consigo, sem esquecer o membro mais importante da banda: o público, foi feita uma dedicatória especial a um “talentoso Senhor do Norte, Manuel Cruz” (Ornatos Violeta e Pluto), conforme palavras da própria Manuela, cantando uma das músicas que tiveram a sua colaboração, Amigos de Quem que foi a penúltima das 24 canções interpretadas e antecipou o fim. E que fim surpreendente e frenético! Um inédito, que os Clã não revelaram o nome, dizendo só que era “uma música nova mas que não é deste disco; é preciso vir aos concertos para ouvi-la”. Inédito este com uma sonoridade muito new wave e punk, despachado a alta velocidade, em pouco mais de um minuto. E desta forma, depois de uma última ovação de palmas por parte da plateia, os Clã despedem-se assim dos seus fãs em Lisboa, antevendo um excelente espectáculo na Casa da Música!

publicado por AS às 00:02

26
Nov 07

                   

Quatro meses depois de terem estado no Palco do Super Bock-Super Rock, os Interpol voltaram ao nosso país, desta vez em nome próprio, para um concerto no Coliseu dos Recreios, convidando os Blonde RedHead para os acompanhar na sua digressão Europeia, que teve inicio justamente em Lisboa. Com o Coliseu esgotado e uma primeira parte de qualidade, tudo fazia prever que a noite nos iria proporcionar um bom espectáculo. E assim foi.

Os Blonde RedHead, desconhecidos para alguns, fascinantes para outros, abriram muito bem o concerto e, embora estivessem na posição por vezes ingrata de fazerem a 1ª parte de um concerto em que toda a gente está concentrada na banda seguinte, conseguiram captar a atenção do público, que embora não os conhecesse, não teve uma reacção apática ou indiferente e durante sensivelmente meia hora, desfilaram algumas das faixas de 23, o seu mais recente trabalho. Os Blonde RedHead saíram de palco da mesma forma como entraram: discretos.

Depois dos preparativos e montagens dos cenários para o grande concerto da noite, a sala foi ficando em tons de negros e lá entraram os Interpol em palco, a tocar Pioneer to the Falls, e o publico acompanhou-os, cantando em coro a faixa de abertura de Our Love to Admire, o ultimo trabalho da banda.

Em ritmo frenético, a primeira metade do concerto passou a correr, onde se ouviram temas chaves de Turn On the Bright Lights e Antics, com o publico a vibrar, acompanhando Say Hello to the Angels, NARC e Obstacle 1 com palmas, dança e muitos pulos.

De seguida, os Interpol deram destaque ao seu último álbum, passando por Mammoth, Scale e No I In Threesome. Seguiu-se Slow Hands, que se tornou uma das faixas preferidas da assistência. Para tentar abrandar um pouco o ritmo frenético com que as canções eram “disparadas”, os Interpol tocaram uma das suas músicas mais calmas, a belíssima Lighthouse. Para aqueles que continuavam com vontade de dançar Evil deu o mote perfeito, conduzindo o concerto no bom caminho, onde C’Mere e Heinrich Maneuver deram um novo fôlego ao espectáculo, à medida que este se aproximava do fim. Segue-se Not Even Jail e a saída, depois de vários agradecimentos, da banda de palco.

As palmas, o bater dos pés nos chão e o público a gritar Interpol fizeram a banda voltar para um encore onde se ouviu Stella Was a Diver And She Was Always Down. Os Interpol decidiram, desta vez, encerrar o concerto com PDA, de 1998, onde a explosão de som e de cor aliou-se a uma das primeiras músicas escritas pela banda, conduzindo o espectáculo para o seu clímax. A única pergunta que poderia surgir era: Então e a NYC? Tirando a ausência desta, que não pode ser considerada uma falha no alinhamento do concerto, a presença dos Interpol no Coliseu foi, sem margens para dúvidas um momento marcante para todos aqueles que estiveram presentes. É verdade que não estamos perante uma banda de entertainers, eles falam pouco, não são dados a grandes discursos, interagem pouco com o público, são provavelmente uma das bandas mais discretas da actualidade, no entanto a sua discrição é tão grande quanto a sua competência e os Interpol proporcionaram um espectáculo à altura da sua música. Sem excessos nem defeitos!

 

Alinhamento:

1. Pioneer To The Falls
2. Say Hello To The Angels
3. NARC
4. Obstacle 1
5. Scale
6. Mammoth
7. No I In Threesome
8. Slow Hands
9. Rest My Chemistry
10. Lighthouse
11. Evil
12. C'Mere
13. Heinrich Maneuver
14. Not Even Jail
Encore
15. Take You On A Cruise
16. Stella Was A Diver And She Was Always Down
17.
PDA

publicado por AS às 18:15

01
Nov 06

É com alguma estranheza e nostalgia à mistura que falo duma banda que, não só tem tantos anos de carreira quanto eu de vida, como também é uma das minhas referências musicais. Falo, obviamente, dos GNR, e do fantástico concerto de ontem, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Foram duas horas electrizantes, com os GNR a mostrarem que estão vivos e de boa saúde, e que o público, composto por várias faixas etárias, ao fim de tantos anos, ainda tem as letras na ponta da língua, e que lhes continua fiel.

O espectáculo começou, inesperadamente, com The Legendary Tiger Man a interpretar, sozinho na frente do palco, “Portugal na CEE”, o primeiro single da banda do Porto, originalmente interpretado por Alexandre Soares. Paulo Furtado foi o mestre-de-cerimónias ao apresentar o Grupo Novo Rock. Cada um ao seu estilo – Rui Reininho, Jorge Romão e António “Toli” Machado não esconderam a alegria de ver o coliseu cheio até aos píncaros.

Foi com a interpretação da excelente “Popless” que os GNR abrem o concerto, que não só surpreendeu pela forma como foi interpretada mas principalmente em termos visuais. Há muito que não víamos os GNR num espaço fechado e em dia de festa não faltaram os efeitos de luzes nem os ecrãs no cenário nem a passadeira para chegar ao público “à-la-Rolling-Stones”. Depois de “Sexta-Feira” ouve-se “Morte ao Sol” e o tempo começa a pesar. Afinal, já passaram mais de 15 anos da edição deste tema em “Valsa dos Detectives”! E o público parecia cada vez gostar mais do concerto.  

Enquanto Jorge Romão percorria o palco em todo o comprimento, imparável como sempre nos habituou, e Toli Machado se concentrava discreto na sua guitarra ou acordeão, Rui Reininho fitava o público com a sua pose imponente à medida que ia mandando as suas farpas, cada vez mais sofisticadas. Acompanhados por três músicos (bateria, guitarra e teclas), os GNR adaptaram alguns temas e em “Pronúncia do Norte” em vez de “Os tontos chamam-lhe torpe” Reininho cantou “Os tontos chamam-lhe spot”; ou em “Sub-16” do “o desgosto de vestir-te como os DJs” passou a “bom gosto”.

“Espelho Meu” traz mais um convidado ao palco, NBC dos “Revistados”. A partir deste momento, sentia-se que o concerto aumentava de qualidade e a ligação entre a banda e o público era cada vez mais forte, muito graças à interpretação de mais um clássico “Dama ou Tigre”. “Hardcore”, traz novamente ao palco, The Legendary Tiger Man, desta vez para tocar guitarra, e no final desta música, obteve o agradecimento por parte de Rui Reininho que, em nome da banda, contou ao público que Paulo Furtado tinha feito 300 kilómetros para poder estar presente e tocar com os GNR. O público, como não poderia deixar de ser, agradeceu-lhe o gesto com uma enorme salva de palmas.

Seguiram-se “Canadadá”, “+Vale Nunca” e a mais alcoólica de sempre “Piloto Automático”. “Bem-Vindo ao Passado” trouxe de novo ao palco NBC, que, na minha opinião foi a interpretação mais fraca da noite, não por falta de qualidade deste ou do esforço que fez de comunicar com o público, neste aspecto foi extraordinário, mas porque cantou a música numa versão “Rap”, que lhe deu uma forma estranha, mal se percebendo o que este dizia. Seguidamente, Reininho cantou o clássico de Roberto Carlos, “Quero que vá tudo pró inferno”, o que pôs o público a dançar.

A última convidada a entrar em cena foi Sónia Tavares dos The Gift, e “as covinhas mais sexys do rock’n’roll”, como Rui Reininho carinhosamente a chamou,  impôs o silêncio na sala ao interpretar brilhantemente “Valsa dos Detectives”, uma das minhas músicas preferidas de sempre e, depois em dueto com Reininho, “Asas”.

Sozinho em palco, sem o baixo e com um berimbau (instrumento usado nas rodas de capoeira), Jorge Romão deu um cheirinho de samba aos presentes antes do primeiro encore, aproveitando para incentivar o público a cantar os parabéns.

Rui Reininho cantou os eternos “Sub-16”, “Dunas” e “Sangue Oculto”. Ao segundo encore, “Ana Lee” e “Homem-Mau”, a fechar com chave de ouro uma noite que irá ficar eternamente na memória de todos os que estiveram presentes.

Quase duas horas depois, os GNR mostraram que ainda têm muito caminho pela frente e com a renovação do público tudo pode acontecer. Para quem cresceu a ouvir “Efectivamente” ou “Dunas” foi a constatação de que já se passaram mais de 20 anos sobre aquelas canções e do nosso tempo de vida. Fica a prova que os GNR são um projecto para continuar, com um novo álbum de originais prometido para 2007. Aliás, Rui Reininho afirmou uma vez em entrevista que só pára “quando deixar de provocar as pessoas deixa de fazer sentido. Para mim é a pior das mortes”. Esperemos então que continue a provocar as pessoas por muitos e longos anos!

Set list do concerto: Portugal na CEE – com Tigerman, Popless, Sexta feira, Morte ao Sol, ContinuaAcção, Pronúncia do Norte, Espelho Meu com NBC, Dama ou Tigre, Quando o Telefone pecca, Hardcore – com Tigerman, Canadadá, + Vale Nunca, Piloto Automático, Bem vindo ao passado – com NBC, Quero que vá tudo pró inferno, Efectivamente, Valsa dos Detectives – Sónia Tavares, Asas – com Sónia Tavares, Sub-16, Dunas, Sangue Oculto, Ana Lee e Homem Mau.

publicado por AS às 15:26

05
Set 06



Depois dos concertos no pavilhão de Cascais (1996) e no estádio do Restelo (2000) os Pearl Jam regressaram a Portugal, desta vez para darem dois concertos (4 e 5 de Setembro) no Pavilhão Atlântico em Lisboa, promovendo o seu mais recente trabalho.
 

Foram duas horas de um concerto empolgante, com direito a dois encores, que vai perdurar na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de o presenciar. O público lotou o Pavilhão Atlântico e ovacionou o grupo de Seattle do primeiro ao último minuto. Os Pearl Jam entraram em palco com a versão reprise do tema Life Wasted. Logo de seguida, a descarga de energia impulsionada por Animal, Corduroy e World Wide Suicide iniciou o elo de ligação entre público e banda que se viria manter até ao final do concerto.

 

Este foi um concerto com muito mais garra que o do Estádio do Restelo, grande parte devido a Pearl Jam ser um álbum muito mais rock que Binaural, daí também possibiltar essa mudança e também devido à set list escolhida para este concerto ter assentado na sua maioria nas musicas mais rock, não tanto nas musicas mais calmas. De tal forma, que os Pearl Jam não tocaram nenhuma música dos álbuns No Code e Binaural. À semelhança do que aconteceu no Concerto no Rio de Janeiro (04/12/2005), Eddie Vedder dirigiu-se aos fãs num português esforçado (e com recurso a cábulas), relembrando as anteriores passagens por Portugal.

 

Even Flow foi um dos momentos altos do concerto com o público a cantar em uníssono a letra e o refrão da música. Mas os fenomenais solos de bateria de Matt Cameron e de guitarra de Mike McCready conseguiram transportar o tema para uma dimensão onde apenas o talento verdadeiro pode ser a base da música levada a sério.

 

Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town, Jeremy e Why Go, com o público a cantar em uníssono fecharam uma sequência de ouro para o primeiro encore da noite.

 

Nesta altura, a coesão da banda, o talento musical aperfeiçoado ao longo dos últimos 15 anos, o divertimento em palco, a música pela música, a partilha de ideias e emoções e o sentido crítico apurado foram apenas alguns aspectos que ficaram bem visíveis na actuação do colectivo de Seattle, mostrando assim que continuam muito fieis a si próprios e ao que são, bem como aos seus fãs.

 

Um dos momentos mais surpreendentes da noite foi quando Eddie Vedder surgiu no Centro do Pavilhão, fora do palco principal, e no meio do público, num pequeno palco improvisado para cantar Last Kiss. Ao regressar ao palco principal, a interpretação de Black foi um dos momentos mais altos de toda a actuação, não só pela intensidade com que foi interpretada, mas principalmente pela identificação com o público, havendo inclusivamente lágrimas nos olhos de alguns dos presentes. É uma música muito forte, sem dúvida alguma, principalmente, ao ser finalizada com as palavras We belong Together.

 

Para terminar esta sequência, Alive foi o hino à vida cantado pelos fãs até onde as cordas vocais aguentaram. (As minhas, nesta altura já não estavam na sua melhor forma).

Já com as luzes do recinto ligadas a banda interpretou mais alguns temas acabando a sua actuação em ambiente de "jam session", terminando, como não poderia deixar de ser com Yellow Ledbetter, que não sendo uma das melhores músicas dos Pearl Jam, resulta muito bem no culminar dos concertos, funcionando um pouco como “a cereja no topo do bolo”.

 

No final ficamos com a certeza que, passados quinze anos, os Pearl Jam continuam a ser músicos de corpo inteiro com muita alma e coração, mostrando uma dedicação cada vez maior ao seu trabalho e aos fãs que tanto os admiram.

publicado por AS às 14:52

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