07
Mai 07
Neon Bible (2007)
 
 

1-Black Mirror
2-Keep the car running

3-Neon Bible

4-Intervention

5-Black wave/Bad vibrations

6-Ocean of noise

7-The Well and the Lightouse

8-(Antichrist Television Blues)

9-Windowsill

10-No cars Go

11-My body is a cage

 

Quando a banda de Montreal lançou Funeral em 2004, os Arcade Fire receberam uma aclamação comercial e critica tão grande, que a maioria das bandas passa a maior parte da sua existência a tentar alcançar. Num ano a banda era cabeça de cartaz de vários festivais e partilhava o palco com nomes tais como os U2, David Bowie e David Byrne, eram sempre acompanhados por um cada vez maior grupo de devotados fãs, alcançando uma apreciação artística que se pode tornar num falso sentido de posse. No seu sucessor, Neon Bible, tem-se a noção de que se está a construir um muro em torno do grupo. Se Funeral foi o beijo de despedida no caixão da juventude, Neon Bible é o travo amargo após um longo dia de trabalho.
 
A faixa de abertura Black Mirror, com a sua sinistra Suffragette City – inspirada pelo ritmo e pelo refrão "Mirror, Mirror on the wall/ Show me where the bombs will fall," marcam o tom usual do mundo que permite que a maioria das “páginas” de Neon Bible sejam consideradas actuais. Como era esperado, estes sentimentos são amplificados por todo o poder majestoso que dividiu os ouvintes desde a ascensão do grupo como Indie Rock, e apesar duma tendência para baladas de tom medieval, visível nos coros e sons eclesiásticos, e algum cinismo após a fama, eles são tudo menos cansativos ou aborrecidos. São as orquestrações triunfantes presentes em No Cars Go e Keep the Car Running, que mais apelam aos fãs de Funeral.
 
Black Wave/Bad Vibrations e The Well and the Lighthouse continuam a exploração da banda por sons estruturados e progressivos, e My Body is a Cage lembra o desespero presente no Rock & Roll clássico.
 
Neon Bible necessita de algum tempo para ser digerido, conseguindo ser tão decadente quanto saboroso mas é impossível negar a visão singular dos Arcade Fire, mesmo quando esta aparenta desvanecer!
 

Alexandra Silva & Filipe Vilhena
publicado por AS às 09:24

Funeral (2004)
 
 

1-Neighborhood #1 (Tunnels)
2-Neighborhood #2 (Laika)

3-Une anée sans lumière
4-Neighborhood #3 (Power Out)

5-Neighborhood #4 (7 Kettles)

6-Crown of Love
7-Wake Up

8-Haiti

9-Rebellion (Lies)

10-In the backseat

 

 
O álbum de estreia dos Arcade Fire torna-se redentor pelas dedicatórias aos familiares falecidos – é corajoso, poderoso e polido com algo que muitas bandas de Indie Rock falham redondamente: um elemento de verdadeiro perigo. O luto dá ao álbum um ambiente pós apocalíptico semelhante ao que encontramos no álbum Dog Man Star dos britânicos Suede; estão entristecidos, devastados, e ferozmente apaixonados. Neighborhood #1 (Tunnels) conta a história dum casal de namorados que se encontra no meio da cidade através de túneis que ligam os seus quartos. Através dum piano em constante sofrimento acompanhado por sons de guitarra distorcidos, atingem uma espécie de utopia na qual são incapazes de se recordar dos seus próprios nomes ou até mesmo da cara dos seus pais que choram a sua perda. Não existe melhor forma de começar o álbum, dando um excelente mote para conhecer o trabalho dos Canadianos.
 
Butler canta como o Johnny Greenwood dos Radiohead tocava, ou seja, como um domador de leões cujo chicote vai encurtando a cada vergastada. Mal se consegue conter e quando se liberta melódica e primitivamente consegue assemelhar-se a David Bowie. A segunda faixa do álbum Neighborhood #2 (Laika) descreve o desespero que conduz ao suicídio numa perspectiva semelhante aos Gang of Four; a “lavagem” hipnótica de cordas e as subtis mudanças de assunto em Neighborhood #4 (7 Kettles) capturam na perfeição a existência mundana da rotina diária; e Neighborhood #3 (Power Out), mostra-nos que o núcleo carregado da alma induz a uma caça aos gambozinos, assente na noção de que"the power's out in the heart of man, take it from your heart and put it in your hand", isto é, que o poder encontra-se no coração do homem; basta passá-lo para as suas acções.
 
Crown of Love é como um bolo de casamento lançado em câmara lenta, usando um estilo semelhante a Johnny Mandel e um coro leve para dar um toque enriquecedor ao amor de tempos passados e, Haiti recai sobre uma melódica ilha solarenga para caracterizar a terra natal de Chassagne. No entanto, é no âmbito e no poder de Wake Up onde estão os 15 músicos em palco, cantando em uníssono – e o surpreendente batimento dos primeiros anos dos Roxy Music emRebellion (Lies) que Funeral se torna o momento glorioso e marcante que de facto é. Estas são músicas que nos fazem o sangue correr nas veias e o coração bater, e no momento em que Chassagne disseca o seu amor sem limites em In the Backseat com o rádio ligado sendo o fio condutor de Funeral finalmente revelado: o amor é capaz de conquistar tudo, especialmente o amor catársico da música!
 

Alexandra Silva & Filipe Vilhena
publicado por AS às 09:20

 Biografia
 
 
Win Butler, Régine Chassagne, Richard Parry, Tim Kingsbury e o irmão mais novo de Win, William Butler formaram os Arcade Fire no verão de 2003. O quinteto de Indie Rock Experimental, original de Montreal, inicialmente começou quando Butler conheceu Chassagne e as suas qualidades de cantora de Jazz, numa exposição local de arte na Universidade de Concórdia, na sua terra natal. A partir daí tornaram-se inseparáveis, tanto profissional como pessoalmente. A eles juntaram-se Parry no órgão, Kingsbury no Baixo e o Butler mais novo no sintetizador e percussão, os Arcade Fire criaram canções e sonoridades que combinam uma mistura eclética de bossa nova, Punk e Musica Clássica. Esta banda, que tem tudo de original e esta originalidade provém de terem performances ao vivo completamente fantásticas e de tocarem diversos instrumentos numa variedade de larga escala, como por exemplo: piano, violino, viola, violoncelo, xilofone, teclas, acordeão, harpa… entre outros!
 
Com diversos músicos capazes, (durante a gravação de Funeral contaram com cerca de 15 músicos) os Arcade Fire conseguem tirar o máximo desta variedade instrumental e trocar de instrumentos entre si, dando diversas e diferentes interpretações às músicas.
Embora o seu nome pareça estranho, Win Butler conta a história por detrás do mesmo: “É baseado numa história que me contaram. Não é algo real, mas eu tomei como sendo real. Diria que é provavelmente algo inventado pelas crianças, mas eu acreditei neles…”. Consta então assim, que o nome se deve a um incêndio (fire) ocorrido num salão de jogos (arcade), sendo o salão de jogos em questão localizado em Exeter, onde os irmãos Butler tiveram aulas, na Phillips Exeter Academy.
 
Um EP com o nome da banda surgiu em 2003. Nesse mesmo ano, a banda assinou um contrato com a Merge e dão inicio à preparação do primeiro álbum de estúdio. Durante a gravação deste, a banda teve que lidar com várias tragédias. A avó de Chassagne faleceu em Junho de 2003, enquanto que o avô dos Butler, o compositor Alvino Rey, e a tia de Parry morreram com um mês de diferença um do outro na primavera de 2004. O sofrimento deu lugar à alegria quando Chassagne casa com Win seis meses mais tarde. O álbum de estreia dos Arcade Fire, Funeral, chega às lojas em Setembro de 2004, e resultou numa unânime aclamação comercial e, até mesmo, da parte dos críticos. O seu ambicioso sucessor, Neon Bible, chegou até nós em Março de 2007.

 
Discografia
Funeral (2004)
Neon Bible (2007)
Alexandra Silva & Filipe Vilhena
publicado por AS às 09:17

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