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Jul 08

 

 

 

 

 

 

 

 

Na sociedade parisiense do ano de 1960, onde imperam o dinheiro e a tecnologia, o protagonista Michel e seus amigos passeiam por um futuro não muito distante da realidade actualizada entre outras coisas, o escritor antecipa a invenção do Fax.

 

A obra Paris no Século XX, foi o segundo livro escrito por Júlio Verne, em 1863. No entanto, acabou por ser o último a ser publicado, em 1989, quando um dos bisnetos do autor descobriu o manuscrito e permitiu que a Sociedade Júlio Verne o desse a conhecer ao público.

Este livro mostra que, ao contrário daquilo que marcou a visão de Verne, o avanço tecnológico vivido no século XX não traria apenas benefícios à sociedade, e que o autor receava os efeitos que o mau uso da tecnologia e do crescimento da globalização poderiam trazer à mesma. Por ter um conteúdo depressivo e uma visão receosa, Hetzel, editor e amigo de Júlio Verne, aconselhou-o a não publicar esta época na altura, pois isso poderia descredibilizar a sua obra, já que Verne falava de aventuras extraordinárias. Assim sendo, Verne seguiu o conselho do seu amigo e guardou o manuscrito num cofre.

 

A história situa-se em Paris, no ano de 1960, e fala-nos duma civilização urbana, onde as máquinas, a tecnologia e a economia, tornam a sociedade admirável, e no entanto, totalmente desculturizada, sem apreço pelos artistas e pelos valores de outrora, que tanto caracterizaram a sociedade Parisiense durante séculos.

 

Este livro tem dois factores que tornam o apreço por Júlio Verne ainda maior:

Primeiro, porque mostra, como foi evidente em todo o seu trabalho, a sua capacidade e visão de antecipação, dando uma veracidade incrível à sua obra.

Segundo, porque Paris no Século XX deita por terra as críticas que Júlio Verne era um romancista e um ferrenho defensor do avanço tecnológico. Verne mostra aqui os seus receios e uma visão bastante critica da transformação que a sociedade poderia ter se tal avanço não fosse controlado. E é impressionante como, com um século de antecedência, Verne estava tão perto da verdade!

 

publicado por AS às 17:26

03
Abr 08

A vida e obra de um dos mais fascinantes escritores de todos os tempos. Traduzido em mais de cem línguas, com uma legião de fãs que leram os seus títulos como se de relatos verdadeiros se tratassem, as aventuras e viagens de Júlio Verne marcam gerações de leitores. Descendo às profundezas do mar, viajando por terras desconhecidas, explorando a lua e lugares intocados pelo homem, a obra de Verne alia ficção e ciência. No ano em que se comemora o centenário sobre a sua morte, editamos Júlio Verne – Da Ciência ao Imaginário.

 

 Quem me conhece sabe que, para além de ser uma leitora acérrima de Policiais, género ao qual este blog irá dedicar em breve um especial, desenvolvi um gosto pela ficção científica, género literário cujo criador foi Júlio Verne.

Em 1863, Júlio Verne escreve o livro que é considerado o primeiro do género, Cinco Semanas em Balão. Nas obras que se seguiram, Verne juntou a uma apurada pesquisa sobre as mais recentes descobertas do homem e da ciência um fabuloso imaginário de aventuras e viagens. Por combinar na perfeição e rigor factos e a imaginação de lugares desconhecidos e intrépidos heróis, ainda hoje Verne é considerado o pai da ficção científica.

Nascido em Nantes, no ano 1828, Júlio Verne cresceu junto à zona portuária. Em 1848,o pai enviou-o para Paris, onde esperava que os estudos tornassem o seu filho um advogado. É em Paris que Júlio Verne conhece Alexandre Dumas e Victor Hugo, começando a escrever peças de teatro e libretos, acabando por se tornar secretário do Thêatre Lyrique.

Júlio Verne casa-se em 1857 e, embora para fazer face às despesas se tenha tornado corretor de câmbios, o seu fascínio pelo mundo de descobertas e da ciência induzem-no a escrever e, em 1862, conhece Pierre-Jules Hetzel, aquele que será o seu editor e amigo durante toda a vida.

Rapidamente, Hetzel apercebeu-se do potencial presente na escrita de Verne, e após a edição do seu primeiro livro, seguiram-se títulos tais como: As Aventuras do Capitão Hatteras, Viagem ao Centro da Terra, Da Terra à Lua, Vinte Mil Léguas Submarinas, entre muitos outros.

Fascinado pelo progresso científico, e rodeado de amigos desse círculo, os seus livros eram tão actuais como proféticos. Logo em 1863, após o enorme sucesso que teve Cinco Semanas em Balão, Júlio Verne escreveu Paris no Século XX. Esta obra nunca chegou a ser editada por Hetzel, pois este a considerava demasiado pesada, visto ser um retrato do mecanicismo de cidades futuras esmagadas pelo progresso. Só em 1989 o bisneto do autor apresentou esta obra revelando uma faceta pouco conhecida de Verne, um lado pessimista e céptico quanto às consequências do desenvolvimento tecnológico.

Em 1872, Júlio Verne vai residir para Amiens onde escreve obras tais como A Ilha Misteriosa e a Esfinge dos Gelos, que focam temas ambientais, a protecção das espécies e a sobrevivência de culturas nativas. Verne morre em 1905 aos 77 anos de idade.

100 Anos após a sua morte houve várias iniciativas em comemoração e memória deste autor brilhante, entre as quais a publicação de obras que até então não tinham chegado ao público, pelo menos, fieis ao manuscrito original, do qual é exemplo o título O Segredo de Whilhelm Storitz. Dentro destas iniciativas, destacamos a do Circulo de Leitores, que editou uma obra exclusiva, com prefácio de Michel Serres, que destacamos aqui, e que serve de base a este texto. Júlio Verne – Da Ciência ao Imaginário é por si uma proposta de viagem. A vida e obra do autor revelam-se afinal uma magnífica aventura através das contradições de uma época de descobertas e dúvidas, ao mesmo tempo que nos revela a personalidade e turbulenta vida de um dos grandes nomes e visionários da literatura mundial!

publicado por AS às 16:14

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