Sinopse: Após a morte do seu tio Tanzáfio (ler o álbum Spirou e os Herdeiros), Fantásio tenta dar alguma vida à mansão abandonada pelo seu tio. Numa das suas visitas à casa, descobre que o seu primo Zantáfio e os seus guarda-costas estão na mansão, para se esconderem das represálias da Máfia Russa (ler o álbum Spirou em Moscovo). Ao mesmo tempo, a caminho da sua consulta ao psicanalista, Spirou salva um homem dum atropelamento, mas estranhamente, nem um agradecimento houve por tão heróico salvamento. Qual não é o ar de espanto de toda a gente quando esse mesmo homem é Tanzáfio, que todos consideravam morto, que regressa para tomar a água da fonte da juventude que estava escondida na mansão, que o tornou centenário. Ao ouvir as aventuras e a descoberta do seu tio, Zantáfio vê na fonte da juventude uma oportunidade e engendra logo um plano para conseguir deitar mão à água da fonte da juventude, e parte à sua procura na selva de Guaracha. Spirou, Fantásio, Tanzáfio e Spip seguem-lhe o rasto, nunca o perdendo de vista. A viagem de barco pelo Oceano Atlântico dá à história a progressão necessária entre a mudança de cenários.
Já em Guaracha, Zantáfio junta-se a um grupo de camponeses sem terra, liderados por Selvo, um índio com descendência hispânica, enquanto que Spirou salva a vida da chefe dos nativos rebeldes, Katxina, que preparam uma revolta contra os camponeses, por estes terem oprimido os seus antepassados. O que ainda torna esta luta mais interessante é o facto de os líderes Selvo e Katxina estarem divididos entre aquilo que sentem um pelo outro e os seus ideais políticos. Estando no centro desta batalha, Zantáfio é conduzido até à selva por Selvo, na esperança de encontrar a fonte da juventude. Tanzáfio guia Spirou e Fantásio pela selva, com o objectivo de travar as intenções malévolas de Zantáfio. A história tem várias reviravoltas durante a batalha junto à fonte, onde Tanzáfio “troca” a sua vida pela de Selvo e Katxina enquanto que Zantáfio sai da selva com os seus assistentes, levando consigo alguns litros da água da fonte, sem se aperceber que esta perdeu os seus poderes…
Critíca: Este é o segundo álbum escrito pela dupla Morvan & Munuera. Este álbum tem vários aspectos curiosos, o primeiro é sem duvida o aparecimento de Tanzáfio, que até então só tinha sido mencionado num dos primeiros álbuns das Aventuras de Spirou e Fantásio escritos por Franquin, Spirou e os Herdeiros, que apresenta ao leitor Zantáfio e Marsipulami. Portanto, não deixa de ser curioso que, passados 53 anos um álbum que teve tanta importância, seja desta forma homenageado pelos novos autores da série. Outro aspecto é também a referência a Spirou em Moscovo, escrito e desenhado pela dupla Tome e Janri, mostrando que Morvan & Munuera não são apenas fãs da série, mas também respeitam e conhecem muito bem o trabalho dos anteriores autores.
Outro aspecto é sem dúvida o desenho, que se revela muito mais actual e “limpo”, já se começando a notar a proximidade ao estilo Manga (ver Spirou e Fantásio em Tóquio).
O argumento está semelhante ao de Paris Submerso, no sentido em que pega numa premissa original, que estamos habituados a ver no cinema e, não tanto em banda desenhada, neste caso numa fonte de juventude, que só se encontra numa selva controlada por indígenas. Por tudo isto, estamos perante mais uma aventura imperdível dos nossos heróis.