29
Ago 07

                          

Neste blog, há muito que não se fazia uma crónica sobre um fenómeno musical. Este anda há muito para ser feito, mas acabou por não haver oportunidade de o fazer antes. Aproveitamos, desta forma, o especial 1º aniversário da revista BLITZ, que destacava exactamente este fenómeno para finalmente conseguir abordá-lo.

O 25 de Abril de 1974 transformou completamente o nosso País, e não se ficou pelo aspecto político. Abriu as portas para tudo o que era internacional, telenovelas, música, etc. Fosse o que fosse, o país e a sociedade não eram os mesmos, e as pessoas tinham a necessidade de absorver tudo o que era novo e, principalmente, diferente. Estas transformações atingiram o panorama musical, porque se consumia música que vinha do estrangeiro, mas ninguém cantava em português. As poucas editoras que existiam nem consideravam a hipótese de promover música portuguesa. Mas isso não impediu que surgissem alguns inconformados com esta situação.

No final da década de 70 começam a surgir algumas movimentações neste sentido. Os Tantra enchiam o Coliseu dos Recreios em 1977, ano em que os Arte & Oficio faziam a primeira parte dos CAN num Pavilhão dos Desportos a abarrotar. O movimento Punk português surgia discreto, divulgado por António Sérgio nas noites da Renascença. Os Xutos e Pontapés nasciam sem pressa. Os Faíscas terminam a sua curta existência e das suas cinzas iria surgir o núcleo do Corpo Diplomático. Este grupo, do qual faziam parte Pedro Ayres Magalhães (Heróis do Mar e Madredeus), Paulo Pedro Gonçalves e Carlos Maria Trindade, é o responsável pela introdução no vocabulário pop/rock português do conceito música moderna, que também era o titulo do álbum de estreia, e único da carreira da banda, editado em 1979, que viu a sua morte ser ditada pela recusa de Luís Filipe Barros em passar o álbum no Rock em Stock, na Rádio Comercial. Neste mesmo ano, os UHF já corriam o país, enquanto que Rui Veloso entra em contacto com a Valentim de Carvalho, e os Táxi surgiam da morte dos Pesquisa. Os Xutos tocavam ao vivo, e Vítor Rua, Alexandre Soares e Tóli César Machado ensaiavam, num núcleo no qual um anos depois iriam surgir os GNR.

Foi então que em Julho de 1980 há uma viragem repentina, com um disco chamado Ar de Rock, que nos trazia um tal de Rui Veloso, e uma canção: Chico Fininho. E de repente, tudo muda. No entanto, Rui Veloso garante que os louros não são seus, porque sem a ajuda preciosa de Francisco Vasconcelos e David Ferreira (da A&R Nacional da Valentim de Carvalho) bem como de António Pinho, que produziu o álbum e de Carlos Tê (o letrista) nada disto teria sido possível. Como disse o próprio Rui Veloso, “o que aconteceu em 1980 foi uma sucessão de eventos que conduziram a uma feliz conclusão”.

Outra das contribuições importantes para esta mudança, segundo Ricardo Camacho, foram os UHF, que na altura fizeram, pela primeira vez, uma canção Pop em português; uma canção simples, com três minutos, mais nada!

António Manuel Ribeiro, dos UHF recorda que tudo aconteceu na hora certa. “O Rui Veloso tinha um álbum preparado em inglês e estava a passá-lo para português, quando os UHF bateram à porta da editora, relembrando que para o “boom” do então chamado Rock Português houve um momento importantíssimo: houve uma greve de músicos, em que nem o Festival da Canção teve acompanhamento. Artistas como o Paulo de Carvalho ou o Carlos Mendes não conseguiam gravar. Desta forma, houve uma abertura de espaço porque nem as editoras nem os estúdios podiam estar parados. Neste aspecto, a Valentim de Carvalho foi a editora que teve mais mérito neste processo, já que a Polygram esperou um ano para ir procurar os Táxi.”

A partir deste momento, o mais difícil estava feito, e a adesão da rádio, imprensa e televisão deram o impulso necessário à sustentabilidade deste fenómeno.

Entre o final de 1980 e a Primavera de 1981 surgem no mercado os singles de estreia dos Salada de Frutas, Trabalhadores do Comércio, Street Kids e dos GNR, todos com considerável sucesso. Em Maio desse ano chegaria outro fenómeno, com o álbum de apresentação dos Táxi, quarteto portuense nascido dos Pesquisa e que foram desafiados a fazer canções em Português. Táxi, foi o primeiro álbum a atingir o disco de ouro do rock português, com vendas superiores aos 35 mil exemplares, feito que Ar de Rock de Rui Veloso, apesar de ter sido editado antes, só mais tarde conseguiu atingir.

Segundo Tozé Brito, o promotor dos Táxi, tudo vendia naquela altura, fazendo com que surgissem grupos todas as semanas. Muitos ficavam a milhas do êxito, outros atingiam algum sucesso, ainda que pontualmente, exemplo flagrante disso são os Grupo de Baile com o seu inesquecível Patchouly, um dos maiores casos de sucesso do ano de 1981.

Aliás, este single foi a primeira grande manobra de marketing do rock português, isto em resultado da versão censurada da canção, em que se ouvia “piis” na palavra “pentelho”. Neste sentido a Valentim de Carvalho decide editar duas versões da música, uma censurada e a outra não, sendo que a não censurada vendeu muito mais (quase 100 mil cópias) que a versão pudica. Além de que os “piiis”, não só contornavam o problema, como possibilitou usar a censura a favor dos editores, segundo David Ferreira, que disse que “em vez de escondermos, estávamos a chamar a atenção”. A vida dos Grupo de Baile foi curta, visto que a editora não editou o single que iria suceder a Patchouly, e que teria por titulo O Pirilau do Rock. Desta forma, os Grupo de Baile acabaram por se tornar num dos maiores exemplos de bandas que só tiveram um single de sucesso, nunca chegando a editar um álbum sequer.

Obviamente que a ressaca começava a tomar forma, tal não era o excesso de propostas e edições. Depois de um 1981 de euforia, com êxitos tais como o Robot dos Salada de Frutas, Foram Cardos Foram Prosas de Manuela Moura Guedes, Chamem a Polícia dos Trabalhadores do Comércio e os dois primeiros singles do GNR, Portugal na CEE e Sê um GNR, a vender bem, a ressaca mostrou ser implacável. Citando David Ferreira: “1982 foi o ano dos flops. O segundo álbum do Rui Veloso quase não vendeu, assim como o primeiro álbum dos GNR e o álbum da Lena d’Água. A única excepção foi o máxi single do António Variações.“

Esta ressaca iria deixar marcas, chegando ao ponto de fazer vítimas em nomes como os Street Kids, os Táxi ou os Jáfumega. Estes últimos, que foram um dos grupos mais geniais da história do Rock nacional, desapareceram demasiado cedo, isto porque enquanto os Táxi e os Heróis do Mar vendiam 50 mil cópias, os Jáfumega ficaram-se pelos quatro, cinco mil, e na altura, quem vendesse menos de 10 mil cópias não interessava.

Com Rui Veloso, o primeiro "motor" do fenómeno a cantar "não quero ser estrela do rock'n'roll", a apresentar um álbum de título "Fora de Moda", o capítulo encerrava, para dar entrada a duas novas gerações. A geração pop de meados de 80, com figuras como António Variações (cuja morte levou demasiado cedo), Heróis do Mar, Rádio Macau, Ban e os sobreviventes e transformados GNR na proa dos acontecimentos. E uma geração urbana atenta a raízes antigas, comandada pelos Trovante, acompanhados por uma legião de bandas de recolha das quais poucas sobreviveram aos respectivos 15 minutos de fama.

Quer nos lembremos ou não dos nomes aqui referidos, ou se gostamos ou não dos mesmos, é inegável as marcas que eles deixaram no nosso panorama musical, e se, na década de 90 foi possível assistirmos ao surgimento de nomes sonantes tais como os Clã, os Ornatos Violeta, e já no século XXI dos Toranja, ou até mesmo dos mais recentes Linda Martini, foi muito graças a este fenómeno incontrolável que surgiu no pós 25 de Abril, em que foi possível mostrar que é possível fazer-se boa música por portugueses e cantada em português!

publicado por AS às 09:39

25
Ago 07

Depois dos Nirvana, Dave Grohl construiu a sua fama, criando um primeiro álbum praticamente sozinho num novo projecto intitulado Foo Fighters. Esse esforço foi recompensado e, ao 6º álbum e 12 anos depois, os Foo Fighters são hoje banda de culto. Echoes, Silence, Patience & Grace será esse 6ª álbum, a sair no próximo dia 25 de Setembro. Dele se retira esta primeira amostra, que, diria, dá vontade de ouvir o álbum de uma tirada, e aguardar por concertos por cá, onde de certeza se recordariam êxitos como Big Me, Walking After You, Monkey Wrench, Best of You, Learning to fly ...  entre outros. Aqui fica The Pretender:



Filipe Vilhena & Alexandra Silva

publicado por FV às 15:29

22
Ago 07

                        

Fantásio está prestes a descobrir um “furo”. Por que razão a embarcação Glaciar KH está isolada e debaixo de um controlo serrado num porto Francês? John Helena, um antigo “inimigo” de Spirou e Fantásio, conseguiu fugir da embarcação e revela-lhes a razão do isolamento: uma experiência no Antárctico em que estão armazenados e testados todos os vírus para a humanidade. Infelizmente, um dos frascos transportado no barco partiu-se, contaminando a tripulação do Glaciar KH, entre os quais Helena, com quem é necessário evitar contacto, sob risco de se contrair a misteriosa doença. Helena pede para ver o Conde de Champignac que, segundo ele, é a única pessoa capaz de encontrar a cura. O conde, como não poderia deixar de ser desenvolve um antídoto para curar a doença, só que tem um senão: o antídoto só é totalmente eficaz se estiver em contacto com o veneno que provoca a doença, que se encontra na base localizada no Antártico, onde John Helena foi infectado. Os nossos heróis partem para o Pólo Sul enquanto que o Conde tenta avisar o ministro acerca da experiência em curso. No entanto, o acessor do ministro, Basile de Koch, é também o presidente da empresa que tem a base polar, onde mantém uma organização secreta de tráfico de armas biológicas. Ele impede os esforços do conde, enquanto manda os seus homens para matar Spirou e os seus companheiros. Os esforços de Basile vão “por água abaixo” graças a um dossier publicado por um jornalista infiltrado nos seus homens, e assim não consegue prevenir a intervenção de militares no salvamento dos nossos heróis, acabando também com a base polar. No fim, tudo acaba em bem, e Spip é imune ao vírus, enquanto que Helena e os outros pacientes são todos curados.

 

Este é o primeiro álbum das aventuras de Spirou escrito pela dupla Tomé & Janry, sucedendo a Nic & Cauvin que só escreveram três álbuns. Neste, ainda que em fase mais experimental, se nota algo que se iria tornar a imagem de marca deste dupla: os nossos heróis começam a viajar imenso, desta vez ao Pólo Sul, mas posteriormente, à Austrália, Nova Iorque e Moscovo, só nas mãos destes desenhadores. Outro dos aspectos prende-se com os argumentos envolverem muitos enredos ligados a jogos de espionagem, máfia, interesses de grandes empresas, etc. não é o melhor dos álbuns escritos por esta dupla, mas abre um bom prenuncio para os álbuns que se seguiriam, que se tornaram alguns dos melhores da série.

publicado por AS às 11:12

18
Ago 07

Tendo em conta os dias que se teem vindo a proporcionar, e a celebração de 17@17... hoje apresentamos uma música que muito nos marcou e que revela muito do sentimento que nos une, nesta época tão especial p'ra nós... de uma felicidade extrema.

Este é um artista notável da música portuguesa - embora pouco conhecido em Portugal - ja tendo participado em projectos como os Extreme, Mourning Widows, Dramagods e os recentes Satellite Party, com Perry Farrel, para além de um fantástico dueto com Lúcia Moniz, em Try Again - sendo tio de Donovan, marido de Lúcia...

Aqui fica a primeira amostra do seu album a solo (já de 1999), «Schizophonic». Aqui fica Crave, de Nuno Bettencourt.



 

Filipe vilhena & Alexandra Silva

publicado por FV às 15:04

16
Ago 07
Voltamos, após algum tempo, ao circuito dos trailers, apresentando em destaque um filme que trás de volta Kevin Costner, Demi Moore e William Hurt, apresentando também Marg Helgenberger (do CSI) e Danielle Panabaker (do Shark), num thriller que parece apresentar um aspecto e uma história deveras interessante, bem como promete interpretações de luxo dos senhores Costner e Hurt...
A não perder com certeza, a partir de dia 23 de Agosto num cinema perto de si, A Face Oculta de Mr.Brooks.

 

 


Bons trailers e bons filmes,
Filipe Vilhena e Alexandra Silva
publicado por FV às 17:18
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15
Ago 07

Libertad (2007)


 

Lista de Músicas

 

1 Let It Roll

2 She Mine

3 Get Out the Door

4 She Builds Quick Machines

5 The Last Fight

6 Pills, Demons & Etc.

7 American Man

8 Mary Mary

9 Just Sixteen

10 Can't Get It Out of My Head

11 For a Brother

12 Spay

13 Gravedancer

14 Re-Evolution: Making of Libertad


Os Velvet Revolver sempre pareceram gostar de responder à seguinte pergunta: como funciona o motor dos Guns N’ Roses quando eles não passam de um monte de ferrugem abandonado à beira da estrada? Passou muito tempo desde que Slash, Duff e Matt Sorum podiam ter esperança que AXL abandonasse Tommy Stinson dos Buckethead, e todos os outros que entravam em estúdio usando o nome GN’R e iniciando tournées, enquanto eles procuravam um espaço para tocar, mesmo que estivessem em fase terminal, e por isso decidiram iniciar um novo projecto. Mas quando se sai duma banda com a dimensão dos Guns N’ Roses é necessário alguém com estatuto de estrela para a liderar e lhe dar voz – algo que ficou comprovado na falta de carisma no projecto em que Slash participou, os Slash’s Snakepit, em que os vocalistas nunca conseguiram acompanhar o guitarrista, e por essa razão a escolha do vocalista adequado para os Velvet Revolver se tornava ainda mais relevante. Foi desta forma que surgiu Scott Weiland.

O primeiro álbum, Contraband conseguiu corresponder às expectativas de ambos os fãs das bandas antecessoras, vendendo milhões de cópias em todo o mundo. No entanto notava-se alguma fragilidade no sentido que se conseguia adorar a banda, mas não o seu vocalista. Essa fragilidade continua visível no segundo álbum, Libertad, mas este é mais coeso que o seu antecessor, em parte devido à presença do produtor dos Stone Temple Pilots, Brendan O’Brien, que conduz o álbum de forma brilhante, dando-lhe alguma cor e textura às melodias, sem que as guitarras percam a sua força. O’ Brien amplifica a energia de todos os elementos da banda, o que torna o resultado final muito bom. Por vezes é Weiland o protagonista, como é o caso de She Mine, noutros são os restantes elementos a brilhar, que acontece em Spay, assim como também todos alcançam um lugar de destaque, e que melhor forma de dar inicio a um álbum do que com um portento como Let it Roll? O primeiro single de Libertad, She Builds Quick Machines é também prova dessa “cedência” pelo lugar de destaque, porque a música é impulsionada por riffs poderosos, mas que vão perdendo intensidade quando entram os coros de Weiland.

Esta aparente cedência não é necessariamente má se tivermos em consideração que todos os elementos que constituem os Velvet Revolver são exímios naquilo que fazem, o que torna a sua participação agradável, no entanto por vezes sente-se que deveriam concentrar-se mais em agir como um todo único, deixando de lado os seus egos e influências. Mas se pensarmos um pouco, é exactamente isto que os Velvet Revolver são: um conjunto de estrelas que ganharam uma posição de destaque nos projectos anteriores em que participaram, e sem eles, os membros da banda precisam de algo que lhes liberte energias. Nesse sentido, os Velvet Revolver preenchem as necessidades dos seus membros, assim como as de uma audiência que precisa de sangue fresco no Rock & Roll, digno dos bons velhos tempos e que traga as tão agradáveis memórias do mesmo. Libertad não traz totalmente essa injecção de sangue novo, mas cumpre o seu papel, porque as musicas que o constituem são agradáveis e melodiosas. De momento a que os Velvet Revolver consigam canalizar todo o carisma individual de cada elemento e agirem como uma banda, não como um conjunto de estrelas, então serão capazes de fazerem um excelente trabalho que irá ficar para a história e que irá fazer jus a todo o seu invejável reportório! Até lá, irão fazer álbuns agradáveis, mas nunca bestiais como um Appetite for Destruction (GN’R) ou um Core (STP).

 

publicado por AS às 18:11

Contraband (2004)


Lista de Músicas

 

1 Sucker Train Blues

2 Do It for the Kids

3 Big Machine

4 Illegal I Song

5 Spectacle

6 Fall to Pieces

7 Headspace

8 Superhuman

9 Set Me Free

10 You Got No Right

11 Slither

12 Dirty Little Thing

13 Loving the Alien

 


Contraband tem como protagonistas Slash, Duff e Matt Sorum, a quem se juntou o guitarrista Dave Kushner, que surgem numa versão moderna dos Guns N’ Roses impulsionada pela voz melodiosa e quase “elástica” de Scott Weiland. Com um vocalista que pertenceu aos Stone Temple Pilots e com a maioria dos membros serem ex-Guns N’ Roses, os Velvet Revolver surgem automaticamente como Super grupo. Went too fast I'm out of luck and I don't even give a f*ck, grita Weiland na faixa Do It For the Kids, sendo totalmente suportado pelo potencial da guitarra de Slash. Mas aquilo que é mais visível neste álbum é, sem duvida nenhuma, a maturidade dos elementos dos VR, algo que se revela no seu trabalho. Weiland continua a cantar e “transformar-se” tal qual um camaleão. Mas o seu apetite pela fama tornou-se maior, apesar da sua luta contra ela, acabando por se tornar o seu escape. Os restantes membros, Slash, Duff e Companhia continuam a espicaçar os seus demónios interiores, algo que se nota no início de Set Me Free, que nos faz recordar os velhos tempos. Apesar desta semelhança, que por muito que eles tentem, quem conheceu e acompanhou os projectos anteriores vai sempre fazer comparações e tentar arranjar elementos em comum, a banda teve o cuidado de não tornar este projecto num desfile nostálgico, explorando novos truques e sonoridades, e vários coros, que se assemelham ao estilo musical e lírico dos STP. Os versos pesados de Big Machine revelam uma faixa digna do melhor do Hard-Rock dos anos 90; por sua vez Headspace junta o melhor que os GN’R e os STP fizeram, mas mais aprimorado e aperfeiçoado, enquanto que Superhuman fala acerca do uso de substâncias ilegais, numa linguagem perceptível a todos. Contraband surpreende por conseguir superar as expectativas que se podiam criar em torno desta colaboração, algo que se observa no single Slither, que é uma referência desde o primeiro momento em que o ouvimos, fazendo-nos lembrar de faixas como a Nightrain (dos Guns N’ Roses), e à medida que o álbum vai abrandando de ritmo, em Fall to Pieces e Loving the Alien, o álbum cria uma série de momentos que se tornam quase inesquecíveis. Neste aspecto, acaba por haver uma compensação entre a dor proveniente da postura estudada e cínica de Weiland, com o desejo dos restantes membros de alcançarem o seu espaço. Afinal, se nos lembrarmos das suas experiências anteriores, provavelmente eles já viram tudo. Com Contraband os Velvet Revolver retiram o lado “certinho” da sua música, conferindo-lhe maturidade e hedonismo.


publicado por AS às 17:49

Biografia

 

 

Os Velvet Revolver começaram na Primavera de 2002, quando os ex-Guns N’ Roses Slash (Guitarra), Duff McKagan (Baixo) e Matt Sorum (Bateria) se juntaram para uma jam session. Ao se darem conta que ainda tinham bastante química, o trio decidiu procurar novos músicos e deu inicio ao processo de audição de vários vocalistas, para algo que na altura era conhecido como “O Projecto”. Os primeiros a se juntarem a este projecto incluíram Josh Todd, ex- Buckcherry e Kelly Shaefer dos Neurotica. No início de 2003, “O projecto” e a procura de um vocalista para ele tornou-se do domínio público, de tal forma que o canal VH1 documentou o assunto. Dave Kushner (Wasted Youth, Dave Navarro) também se juntou à banda como segundo guitarrista. Seguidamente, surgiu o Ex – Stone Temple Pilots Scott Weiland. Ele e a restante banda, desde o início, se encaixaram na perfeição, e gravaram uma faixa de glitter Metal para a Banda Sonora de Hulk, chamada de Set Me Free. Em Junho desse ano, “O Projecto” mudou (finalmente) de nome para Velvet Revolver, e Weiland tornou-se o vocalista da banda, apesar de ainda ter em mente as acusações ocorridas em Maio. A banda assinou um contrato com a RCA e passaram o resto do ano de 2003 a encaixarem concertos e sessões de gravação do seu álbum de estreia com a reabilitação de Weiland, ordenada pelo tribunal. A RCA anunciou o lançamento do primeiro álbum dos Velvet Revolver para Abril de 2004, mas Contraband acabou só por ser lançado em Junho.

Nessa mesma Primavera, enquanto Scott Weiland estava ocupado com a sua recuperação e com as presenças em tribunal, Slash e Duff avançaram com Contraband, e os fãs começaram a ganhar curiosidade e a gostar do projecto. Os Velvet Revolver lançaram o single Slither, uma sonoridade de rock ambicioso conduzida pela guitarra de Slash. Este single entrou directamente para os tops, e quando Contraband foi finalmente editado, teve bastante destaque e apreciação, não só por serem uma mistura de Guns N’ Roses com Stone Temple Pilots mas principalmente pela sua surpreendente maturidade. O sucessor de Contraband, Libertad foi lançado este Verão.

 

 Discografia

Contraband (2004)

Libertad (2007)

publicado por AS às 17:43

11
Ago 07
Ainda na senda do grande filme Death Proof apresentamos mais uma música da sua fantástica banda sonora, esta com direito de fecho da sessão, bem como um vídeo com imagens do filme...
Uma música baseada no original "Laisse Tomber Les Filles" de Serge Gainsbourg, aqui interpretada por April March para a banda sonora da parte de Tarantino de Grindhouse, aqui fica "Chick Habit".

 

 


Filipe Vilhena & Alexandra Silva
publicado por FV às 17:04

09
Ago 07

                               

Depois da reedição do seu livro de poemas Sífilis Versus Bílitis, foi lançada a obra Líricas Come On & Anas, esta última reúne o melhor do trabalho de Rui Reininho e da sua banda, os GNR, dando a conhecer ao leitor a sua biografia, através duma diversificada reprodução de fotografias e recortes de imprensa, e desta forma, prestando a homenagem aos 25 anos de carreira duma das maiores bandas do panorama musical nacional, e do vocalista que lhe trouxe o sucesso, que irá ficar na história – Rui Reininho.

É uma espécie de viagem a todas as mudanças que o 25 de Abril trouxe ao nosso País, visto pelos olhos de alguém que viveu tudo isto de uma forma muito própria, através de um diário que é composto por recortes de jornais e revistas, que falam de cada uma das fases pelas quais passaram os GNR, desde o seu inicio, passando pela saída de Alexandre Soares e Vítor Rua, com quem houve conflitos, até à consagração do seu trabalho com os álbuns In Vivo e Rock In Rio Douro.

Aquilo que sempre foi evidente em Rui Reininho e que distinguiu os GNR de todas as restantes bandas foi a qualidade da escrita de Rui, que sempre revelou uma cultura literária (e não só) vastíssima, nunca se imiscuindo de fazer uso dela nos seus jogos complexos de palavras, algo que acabou por se tornar a imagem de marca do Grupo Novo Rock. É através deste livro que conseguimos fazer algumas associações presentes nas letras, e que intrigaram muitos dos fãs da banda. Será que é desta que sabemos quem é a Ana Lee?

Quem não gosta de GNR, depois de ler este livro, provavelmente vai continuar a não gostar, até porque este livro não contém nenhuma fórmula instantânea nem nos decifra o que está por detrás da personalidade de Rui Reininho, nem nos explica as letras que escreve. No entanto, aguça-nos a curiosidade para saber se ele seria capaz de trocar os palcos pelo candeeiro da secretária, e se aventurasse pelos caminhos da escrita, ou mesmo continuando o trabalho com os GNR, que tipo de histórias seria capaz de escrever?

Muitas perguntas ficarão sempre por responder bem como as letras dos GNR continuarão a ser um jogo de palavras constante, mas vendo bem as coisas, é esta a imagem de marca e o porta-estandarte do Grupo Novo Rock, que nunca quis cair em clichés.

Resumindo, Líricas Come On & Anas é ideal para coleccionadores, e para os fãs mais fervorosos da banda, não para quem não conhece o trabalho duma das bandas mais influentes no nosso panorama musical!

publicado por AS às 10:53

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