Absolute Garbage (2007)
| Lista de Músicas 1 Vow 2 Queer 3 Only Happy When It Rains 4 Stupid Girl 5 Milk 6 #1 Crush - (Nellee Hooper Remix) 7 Push It 8 I Think I'm Paranoid 9 Special 10 When I Grow Up 11 You Look So Fine 12 The World Is Not Enough (Don Black / David Arnold) 13 Cherry Lips (Go Baby Go!) 14 Shut Your Mouth 15 Why Do You Love Me 16 Bleed Like Me 17 Tell Me Where It Hurts 18 It's All Over But The Crying (Remix) |
Absolute Garbage is the sound of a band completely destroying themselves ...
... and it sounds awesome.
Em Maio deste ano foi anunciado no site oficial dos Garbage que a banda estava a preparar um Best-Of, bem como vários outros trabalhos, que incluíam um DVD com a cobertura de concertos, um B-Sides, e o primeiro álbum a solo de Shirley Manson, que está previsto chegar às lojas no final do ano.
Entretanto, em Julho de 2007 foi lançado o Best Of da banda, Absolute Garbage, que não só incluía algumas das músicas a que a banda habituou os seus fãs, como incluía um novo single Tell Me Where It Hurts, e na edição especial, um cd com vários remixes das suas músicas por outros músicos.
Muito se pode dizer dos Best-Of, que são lançados quando uma banda (já) não tem originalidade para fazer mais, que não passa duma compilação de singles, nunca sendo uma reunião das melhores músicas, etc., etc.
E o que se pode dizer deste Best-Of? Bem não se pode dizer que os Garbage já não tem originalidade para fazer mais, se assim fosse não estariam a preparar um B-Sides, e Tell Me Where It Hurts, embora não sendo uma música fantástica, é uma lufada de ar fresco e uma prova que eles ainda tem muito para dar.
Ao contrário da maioria dos Best-Of, este Absolute Garbage está organizado de forma cronológica, começando no 1º single Vow e terminando com o último single da banda, editado especialmente para incluir neste Best-Of. E é nesta sequência que reside o que de bom tem o álbum: permite a quem o ouve observar uma banda a evoluir, a crescer e a se tornar uns guerreiros em palco. Este processo reflecte-se totalmente na música, e 12 anos após o seu 1º lançamento, Vow continua a manter a sua força. Seguem-se Queer, Only Happy When it Rains e Stupid Girl, e ao ouvi-las novamente, não surpreende que Garbage tenha sido o sucesso que foi. Esta sequência inicial cheia de garra é seguida de Milk e #1 Crush, a primeira é um excelente single, embora nunca tenha atingido os tops, e a 2ª, ao ser utilizada na banda sonora de Romeu e Julieta, curiosamente tornou-se uma referência do Rock Alternativo da década de 90.
Seguimos para Version 2.0 onde facilmente se nota que a espontaneidade do primeiro não encontramos aqui. Todos os singles, músicas presentes neste álbum estão aqui por alguma razão. Tudo foi trabalhado e preparado minuciosamente. De tal forma que Push It, continua a ser um dos melhores registos POP que a banda conseguiu fazer. Seguem-se Special, When I Grow Up e You Look So Fine, alguns dos melhores momentos de Version 2.0.
Devido a vários problemas, incluindo de saúde de Shirley Manson, que felizmente, não passou de um susto, os Garbage mudaram de visual e de postura, tornando-se uma banda “Electro-POP”, que em retrospectiva, foi um erro enorme. Daí, que um dos principais singles de Beautiful Garbage, Androginy não foi incluído nesta compilação, sendo escolhido Cherry Lips (Go Baby Go) e Shut Your Mouth para representar BeautifulGarbage, e neste aspecto as escolhas foram adequadas.
A crise foi ultrapassada e o 4º álbum da banda Bleed Like Me foi um sucesso, embora não tenha atingido as vendas dos anteriores, e daí a escolha da faixa com o mesmo nome, por ser uma das melhores músicas dos Garbage em cerca de 5 anos.
Tell Me Where It Hurts, o novo single da banda, serve de lufada de ar fresco e para não transmitir aquele sentimento que uma compilação deste género não é inútil, antes pelo contrário. Este álbum termina com um remix de It’s All Over But The Crying, e para que não apareça perdido entre as músicas de Version 2.0 e o single The World is Not Enough. Não é propriamente o melhor final, mas é o final possível e adequado da “viagem” que este álbum é.
Claro que, como em qualquer Best Of, as opiniões divergem e há sempre faixas que gostávamos de ver presentes, como por exemplo, Temptation Waits, Medication, Cup of Coffee ou Right Between the Eyes, entre outras, mas tendo em conta que raramente se consegue satisfazer todos os fãs, este Absolute Garbage tem algo que o torna único:
Estamos perante um Best Of que não se cinge a reunir no mesmo CD os singles da banda, até porque os Garbage tiveram o cuidado de excluir o pior single, Andronginy. Temos um tema que pertenceu à banda sonora de um James Bond (The World is Not Enough), uma música nova, e o mais importante de um Best Of: o prazer de ouvir boas músicas e de voltar a ouvir os álbuns dos Garbage, uma banda que curiosamente parece que se quer destruir, e é isso que faz com que sejam tão extraordinários.
Acima de tudo, os Garbage sabem que não são nem nunca o quiseram ser os melhores do Pop-Rock Alternativo: “apenas” fizeram musica Rock cheia de energia e com várias influências e elementos electrónicos. Eles não têm arrependimentos acerca das suas carreiras, e depois de ouvirmos este Best Of, ninguém irá ter.
Resta então esperar pelo lançamento do tão prometido B-Sides, do álbum a solo de Shirley Manson e de novos álbuns dos Garbage.