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Dez 07

No rescaldo do fantástico concerto da passada 5ªfeira na Aula Magna, e ainda a saborearmos aqueles grandes momentos, deixamos em destaque o mais recente single dos Clã.

A banda de Manuela Azevedo apresentou esta música como estando no álbum por "problemas informáticos"... e benditos sejam os mesmos...

P'ra nós será com certeza uma das melhores músicas do álbum, da qual nos orgulhamos de apresentar este teledisco, muito bom por sinal.

Aqui fica "Sexto Andar".

Filipe Vilhena & Alexandra Silva

publicado por FV às 09:45



A Aula Magna é uma sala de espectáculos emblemática, por proporcionar uma interacção especial entre os artistas e o público presente. Por isto, e principalmente tendo em conta que a banda que iria estar em palco seria uma das melhores bandas nacionais, os Clã, que já não vinha à capital há alguns anos, esperava-se uma noite inesquecível para todos os presentes. E assim foi.

Para a digressão de Cintura, o último e quinto álbum de originais da banda, houve uma cenografia preparada para o efeito, um cruzamento entre um palco “em obras” e aviões e barcos de papel gigantes e elevados em plataformas estavam a bateria e os dois teclados de cada lado do palco.

Às 22 horas surgiu a banda em palco e Manuela Azevedo começou por convidar a assistência para a montanha russa e ao carrossel de Vamos esta Noite, faixa de abertura de Cintura. Mandarim e Tira a Teima concluíram o trio de abertura retirado do novo disco. E a participação de Paulo Furtado, o Legendary Tigerman, que também é líder dos Wraygunn não foi esquecida neste último tema, embora não estivesse presente fisicamente, fez-se substituir por uma máscara de si próprio que Manuela Azevedo fez questão de colocar à frente da sua cara.

O público reagiu bem ao inicio só com canções novas, mas viu-se “forçado” a largar o conforto das cadeira com GTI (Gentle, Tall & Intelligent), uma das músicas do emblemático Kazoo, que fez  10 anos, e os Clã aproveitaram a viagem a este álbum e interpretaram O Meu Estilo, passando rapidamente para Lustro e para o single H2omem, que teve direito a coreografia no palco e na plateia.

Os Clã recordaram as noites inesqueciveis vividas no palco da Aula Magna, aproveitando para voltar aos temas de Cintura, onde de uma assentada interpretaram Pequena Morte, Sexto Andar e Ponto Zero, onde Manuela Azevedo contou que Sexto Andar nasceu de problemas técnicos durante a gravação do seu último álbum. Tons de Rosa Carne foram mostrados em Carrossel dos Esquisitos. De seguida o momento mais intimo e arrepiante da noite. Em palco ficaram apenas Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, onde a sua guitarra acústica acompanhou a voz fantástica de Manuela em Sopro do Coração.

Com os restantantes membros da banda de volta ao palco, A Grande Pirâmide intersectada com Road to Nowhere dos Talking Heads serviu de mote para os dois encores que se seguiram. Do primeiro fizeram parte Topo de Gama, Dançar na Corda Bamba, que serviu de mola propulsora e Adeus Amor (Bye Bye), uma canção que fala do final de uma relação amorosa, em que uma das partes já deu tudo o que tinha para dar, tudo o que tinha para amar e do outro lado só recebeu frieza e cinismo, como contou Manuela. No final, ela coloca o barco, que se encontrava à direita de Hélder Gonçalves, a tiracolo do qual retira aviões de papel que fez questão de fazer voar em direcção à plateia.

No segundo encore, e já bem perto da meia-noite, os Clã regressam ao palco para interpretar mais cinco temas, começando por Narciso sobre rodas e, desta forma, cumprem a “promessa” que tinha sido feita de tocarem todas as músicas de Cintura. Seguiu-se Eu Ninguém onde Manuela, apesar dos seus finos saltos altos dançou sem medos. Com o cair do pano chega a sempre especial Problema de Expressão, que como seria de esperar foi cantada em coro numa Aula Magna completamente rendida à voz de Manuela e à música dos Clã. Em jeito de agradecimento e homenagem e, depois de agradecerem a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram consigo, sem esquecer o membro mais importante da banda: o público, foi feita uma dedicatória especial a um “talentoso Senhor do Norte, Manuel Cruz” (Ornatos Violeta e Pluto), conforme palavras da própria Manuela, cantando uma das músicas que tiveram a sua colaboração, Amigos de Quem que foi a penúltima das 24 canções interpretadas e antecipou o fim. E que fim surpreendente e frenético! Um inédito, que os Clã não revelaram o nome, dizendo só que era “uma música nova mas que não é deste disco; é preciso vir aos concertos para ouvi-la”. Inédito este com uma sonoridade muito new wave e punk, despachado a alta velocidade, em pouco mais de um minuto. E desta forma, depois de uma última ovação de palmas por parte da plateia, os Clã despedem-se assim dos seus fãs em Lisboa, antevendo um excelente espectáculo na Casa da Música!

publicado por AS às 00:02

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