Our Love To Admire (2007)
Como já foi mencionado os dois primeiros álbuns dos Interpol estavam envoltos numa atmosfera sombria. Pois bem, ao terceiro álbum e, para surpresa de muitos, os Interpol surgem com uma sonoridade que corta com o que tinha sido feito até então e, desta feita, Our Love to Admire mostra-nos uma banda que procura refrescar a atmosfera pesada do Madison Square Garden. Antics, de certa forma, já “levantava um pouco do véu”, mostrando uns Interpol em busca de algo diferente no seu trabalho. Mas, à semelhança do que acontece várias vezes, uma determinada fórmula classificada de nova ou melhorada, não significa necessariamente que seja qualquer uma destas. Desta forma, aquilo que poderia ser algo inovador, acaba por expôr as limitações dos Interpol, em vez de mostrar o seu potencial.
Com uma produção mais cuidada e mais instrumentos à sua disposição, o grupo tem tendência a tornar-se indulgente, e as musicas acabam por sofrer com isso. Não estamos a dizer que Our Love to Admire é um flop, nada disso! A falha na concepção deste álbum foi tê-lo construído para atingir um grande sucesso comercial, acabando por se perder um pouco da coesão musical que havia nos álbuns anteriores. A melhoria que conseguimos encontrar aqui é, sem dúvida, a capacidade de escrita de Paul Banks, as mensagens que outrora eram lidas entre linhas, em Our Love to Admire é quase impossível tentarmos fazê-lo, porque tudo é explicado de forma directa, provocando até algumas “queixas” por parte do sexo oposto, atingindo um grau surrealista de estrela de Rock dos anos 80. Exemplo disso é No I in Threesome, onde ostensivamente se tenta convencer a namorada a convidar uma amiga para um Ménage, sendo uma hilariante paródia a um momento de embaraço. The Heinrich Maneuver “choca” contra uma actriz manipuladora, divertida e de coração frio e em Rest My Chemistry, o vocalista encontra-se a braços com uma eterna questão: alguma vez estaria demasiado "pedrado" para ter sexo com uma jovem groupie? (sabemos que é uma jovem groupie por causa de frases como esta: “You look so young like a daisy in my lazy eye", nada menos.)
Mais do que nunca, Paul Banks tenta trazer alguma simpatia às músicas e consegue-o em Wrecking Ball.
Em No I in Threesome, é sugerido: "It's time we give something new a try." A tentativa de alcançar uma espécie de alivio da consciência acaba por sair tão condenada quanto a tentativa de tornar Our Love to Admire um álbum de massas. A pergunta que fica no ar é então a seguinte: Será que os Interpol conseguirão fazer um OK Computer (Radiohead) ou um Closer (Joy Division)? Esperemos que sim, até porque tem potencial para isso, mas até este momento só Antics conseguiu uma aproximação!