| Lista de Músicas 1 Icky Thump 2 You Don't Know What Love Is (You Just Do as You're Told) 3 300 M.P.H. Torrential Outpour Blues 4 Conquest 5 Bone Broke 6 Prickly Thorn, But Sweetly Worn 7 St. Andrews (This 8 Little Cream Soda 9 Rag and Bone 10 I'm Slowly Turning into You 11 A Martyr for My Love for You 12 Catch Hell Blues 13 Effect and Cause |
Quando em 2006, Jack White partiu à conquista do globo, com os Raconteurs, pensou-se que os White Stripes estavam acabados… O antecessor Get Behind Me Satan, de 2005, soava como uma retrospectiva de um homem frustrado com as limitações de um duo.
Assim, com todas estas condicionantes, Icky Thump acaba por soar como uma ressurreição: a reunião de Meg e Jack, dando-lhes a oportunidade de mostrar o amor fraterno, vestir as suas roupas estranhas e voltar aos blues.
Gravado em tempo recorde, numa maratona de 3 semanas, Icky thump, retorna aos elementos que caracterizaram a vida passada dos White Stripes. Desde os garage-blues, até palavras ditas de forma bizarra e reminiscências de Zeppelin e Dylan, o mais óbvio e forte neste álbum é o excelente som instrumental conseguido por Jack White, quer nas teclas, quer na guitarra.
O primeiro single, com o nome do álbum, é uma faixa que alterna entre o órgão “torturado” e uma guitarra selvagem; I’m slowly turning into you mistura por sua vez versos de Wurlitzer com fortes riffs de guitarra; St. Andrew (The Battle Is in the Air) apresenta White a tocar gaita-de-foles; e finalmente Conquest dá-nos um trompetista, no lugar de um órgão Casio.
Neste álbum comprova-se que Meg White cada vez mais se assemelha a John Bonham, “espremendo” o seu reportório num estilo muito Led Zeppelin, especialmente em faixas como You Don’t Know What love Is (You Just Do As You’re Told), onde se apreende ainda mais a grande ligação que a une a Jack.
Mas, ao contrário da maior parte de bandas revivalistas do blues-rock, que se contentam em re-escrever 96 tears, os White Stripes inovam, colocando inclusive um tom de falsos mariachi na faixa Conquest, brincando um pouco com Scott Walker, até se perceber que esta é uma recriação de Patti Page. Rag & Bone é quase uma tese acerca de uma banda que gosta de escrever sobre si própria, colocando Jack e Meg como coleccionadores de tralhas e com uma relação estranha e assustadora.
No entanto, este não é um álbum perfeito e, ao termos algo a apontar, seria a pop doce encontrada em You’re Pretty Good Lookin’ (For a Girl)”que provavelmente será hoje propriedade dos Raconteurs. Outro ponto menos bom é a colagem um pouco ao passado, fazendo com que se comparem as músicas de Icky Thump com as presentes em De Stijl. Ainda assim, apesar de tudo, a estratégia de rejuvenescência apresentada neste álbum, permitirá aos White Stripes continuar a crescer…