28
Fev 08

 

Sinopse: Três irmãos norte-americanos, que não se falavam há um ano, lançam-se numa viagem de comboio através da Índia no intuito de se encontrarem a eles próprios e reatarem os laços familiares - tornarem-se novamente irmãos como eram antes. Porém, a sua "busca espiritual" desvia-se rapidamente do caminho proposto (por causa de acontecimentos envolvendo analgésicos ilegais, xarope indiano para a tosse e spray pimenta) e eles acabam por se ver abandonados no meio do deserto com onze malas de viagem, uma impressora e uma máquina de barbear. Subitamente inicia-se uma nova viagem não planeada.

 

Crítica: Desde a sua primeira curta-metragem que Wes Anderson se assumiu como um autor de filmes, com o seu universo muito particular e peculiar. Utiliza maioritariamente personagens perdidas, famílias disfuncionais, com a incapacidade de exteriorizar emoções… sempre num ambiente familiar filmado com um notável sentido de movimento e com uma cor absolutamente extraordinária.

“The Darjeeling Limited” inclui-se claramente nesse lote de filmes de Wes Anderson, sendo apresentado entre nós com um brinde (que ajuda a perceber alguns pontos da história) que se chama “Hotel Chevalier”, uma curta-metragem filmada como sendo uma primeira parte deste filme e que conta com o cameo fantástico de Natalie Portman.

Quer com esta curta ou com a longa em si, comprova-se o enorme talento de Anderson p’ra filmar em espaços fechados. Se na curta não sai do quarto de hotel, na longa explora de forma fenomenal a carruagem e o comboio, com excelentes acessórios como são os papéis de parede e pequenos objectos que vão surgindo e sendo importantes durante o filme.

Mais uma vez, este filme aborda uma família, neste caso três irmãos, com uma incapacidade de se relacionarem. Em viagem pela Índia, os três tentam interagir, após a morte do pai, há um ano (última vez em que se tinham visto e falado). A sua forçada convivência neste comboio - onde aparecem caras conhecidas e habituées de Anderson, como Bill Murray – leva a situações caricatas e com um delicioso humor conjugado com alguma tristeza… No fundo, Anderson fez um filme sobre uma viagem… sendo a mais importante a espiritual, a de aprendizagem e crescimento destes três irmãos que mal se conheciam, e que não confiavam uns nos outros.

Tal como já referido, Anderson tem nos seus filmes um conjunto de actores com que gosta de trabalhar e que entram e adocicam este filme fenomenalmente: Bill Murray, nos seus 5 minutos em cena, faz o que melhor sabe, Angélica Huston está fenomenal… e o trio de actores que não podia ter sido melhor escolhido: Owen Wilson (outro habituée), Jason Schwartzman (que co-escreveu o argumento com Anderson e o primo Roman Coppola, sendo também ele um habituée) e Adrien Brody (o fantástico Pianista de Polanski). Este grupo é verdadeiramente fantástico, junto e separado, portando-se de facto como três verdadeiros irmãos, sendo perfeitos nas imperfeições das personagens.

Outro grande trunfo dos filmes d Anderson e que aqui mais uma vez é apresentado é a escolha da banda sonora… onde funde temas de filmes indianos com sons dos The Kinks e a viciante “Les Champs-Elysées”, que nos dá vontade de embarcar naquele comboio com aquele trio (ou quarteto, se contarmos com Anderson como o quarto irmão escondido).

Em conclusão, “The Darjeeling Limited” é um filme de reencontros, feito por amigos, companheiros… no fundo é quase uma imagem daquilo que Anderson, Wilson e Schwartzman são, tendo ainda o bónus de apresentar Brody, que prova que de facto é dos melhores da geração…

 

publicado por FV às 15:18

25
Fev 08

Melhor Filme: No Country for Old Men

Melhor Actor: Daniel Day-Lewis - There Will Be Blood

Melhor Actriz: Marion Cotillard - La vie en Rose

Melhor Actor Secundário: Javier Bardem - No Country for old Men

Melhor Actriz Secundária: Tilda Swinton - Michael Clayton

Melhor Realizador: Joel & Ethan Coen - No Country for old Men
Melhor Argumento Original: Juno - Diablo Cody
Melhor Argumento Adaptado: No Country for Old Men - Joel & Ethan Coen

Melhor Cinematografia: There Will Be Blood - Robert Elswit

Melhor Edição: The Bourne Ultimatum - Christopher Rouse
Melhor Direcção Artística: Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street - Dante Ferreti, Francesca Lo Schiavo
Melhor Guarda-Roupa: Elizabeth, The Golden Age - Alexandra Byrne
Melhor BSO: Atonement - Dario Marianelli

Melhor Canção Original: Once - Glen Hansard, Markéta Irglová: "Falling Slowly"
Melhor Maquilhagem: La vie en Rose - Didier Lavergne, Jean Archibald

Melhor Som: The Bourne Ultimatum - Scott Millan, David Parker, Kirk Francis

Melhor Edição de Som: The Bourne Ultimatum - Karen M.Baker, Per Hallberg

Melhores Efeitos Visuais: The Golden Compass - Michael L. Fink, Bill Westenhofer, Ben Morris, Trevor Wood

Melhor Filme de Animação: Ratatouille

Melhor Filme de Lingua Estrangeira: Die Fälscher
Melhor Documentário: Taxi to the dark side

Melhor Documentário - curta metragem: Freeheld
Melhor Filme de Animação - curta metragem: Peter & The Wolf

Melhor curta metragem: Le Mozart des pickpockets

Mais informações aqui

publicado por FV às 12:09

23
Fev 08

Depois de mais um excelente filme com uma excelente banda sonora, e depois de se ficar viciado nas suas músicas, assim como nas suas deixas, Juno merecerá grande atenção... P'ra já, para aguçar o apetite, fica em destaque este vídeo de uma das muitas boas músicas da película: All I Want is You de Barry Louis Polisar.

Alexandra Silva & Filipe Vilhena

publicado por FV às 17:39

21
Fev 08

 

 

 

Lista de Músicas

 

1 Setting Forth

2 No Ceiling

3 Far Behind

4 Rise

5 Long Nights

6 Tuolumne

7 Hard Sun

8 Society

9 The Wolf

10 End of the Road

11 Guaranteed

 

 

Into the Wild de Eddie Vedder, o vocalista dos Pearl Jam, marca a primeira experiência a solo fora da banda que lhe trouxe reconhecimento mundial, é uma compilação de 9 músicas originais de Eddie Vedder e duas covers, que constituem a banda sonora do filme realizado por Sean Penn, com o mesmo nome, e que é baseado numa obra de Jon Krakauer. Tanto o livro como o filme falam da curta vida de Christopher J. McCandless, um excelente aluno e atleta, filho de pais abonados e influentes, que literalmente abandona a sua vida, doando os 24.000 dólares que tinha em poupanças a uma instituição, deixando para trás o que ele considerava uma sociedade doente e cheia de vícios. Ele foi a pé até às montanhas do Alasca e nunca mais voltou, e ao que parece até morreu de fome. Para contar uma história tão forte Sean Penn convidou o seu amigo Eddie Vedder para a composição musical. Vedder reuniu, desta forma, um conjunto de músicas muito road trip, onde a sonoridade Folk é a que está mais presente, o Rock faz algumas aparições fugazes, como na faixa de abertura, Setting Forth ou no single Hard Sun. É um trabalho a solo, no verdadeiro sentido da expressão, visto que Eddie Vedder tocou todos os instrumentos, tendo sido ajudado apenas em duas situações: em Hard Sun, Corin Tucker fez as vozes de apoio, e em Society, Jerry Hannan, compositor desta faixa, tocou guitarra acústica e fez vozes de apoio também.

As “explosões” vocais a que os fãs dos Pearl Jam estão habituados, aqui praticamente não existem. Em Setting Forth, a faixa de abertura do álbum, começa por nos transmitir a essência presente em toda a história, isto é, a ideia de partir para sempre, sem ponto de retorno ao se ouvirem os versos Be it of no concern/Point of no return/Go forward in reverse/This I will recall/Every time I fall...". O resto do álbum aborda questões existenciais como as de perder tudo e, em compensação, ganhar algo indeterminado, em vez da liberdade absoluta. Vedder faz um excelente trabalho a transmitir estas emoções em faixas como No Ceiling e Far Behind. Long Nights é uma lista de desejos que alguém faz ao pé duma campa: Have no fear/For when I'm alone/I'll be better off/Than I was before/I've got this life/I'll be around to grow/Who I was before/I cannot recall/Long nights allow/Me to feel I'm falling/I am falling....

Todas as músicas presentes nesta banda sonora cumprem o objectivo que é proposto, isto é, contar a história de Christopher McCandless, e a sua aventura em busca do significado da sua existência e da liberdade. No entanto, musicalmente, as faixas presentes neste álbum não soam muito diferentes umas das outras, não havendo uma dinâmica marcada pela música. Essa dinâmica é, no entanto, imposta pelas letras, e pela ordem em que surgem as músicas que transmite a noção da passagem do tempo, que de outra forma, não é perceptível. A única faixa que musicalmente é diferente das restantes é Hard Sun, e talvez por isso, ter sido a musica escolhida para single. Para se apreciar este álbum primeiro temos que ter em conta que este não é um álbum dos Pearl Jam nem é parecido com o trabalho da banda. É óbvio que, tendo em conta que a voz é a mesma é difícil não se fazer associações ou esperar-se, de alguma forma, que o resultado seja semelhante. Não o é, até porque esse não é objectivo. Into the Wild é um trabalho poético que pretende contar uma história intensa e trágica, e esse objectivo é cumprido. Por ser um álbum tão intenso nem ser catchy, isto é, dificilmente nos faz ouvi-lo vezes e vezes sem conta, portanto muitos poderão não se convencer facilmente. Mas, no final de contas, é um bom prenúncio daquilo que o Eddie Vedder é capaz de fazer sozinho!

publicado por AS às 12:34

Melhor Artista Solo Britânico: Mark Ronson

Melhor Artista Solo Britânica: Kate Nash

Melhor Grupo Britânico: Arctic Monkeys

Melhor Álbum Britânico: Arctic Monkeys - "Favourite Worts Nightmare"

Melhor Single Britânico: Take That - "Shine"

Melhor Novo Grupo/Artista Britânico: Mika

Melhor Grupo/Artista Britânico ao Vivo: Take That 

Melhor Artista Solo Internacional – Masculino: Kanye West

Melhor Artista Solo Internacional – Feminino: Kylie

Melhor Grupo Internacional: Foo Fighters

Melhor Álbum Internacional: Foo Fighters - "Echoes, Silence, Patience and Grace"

Escolha dos críticos: ADELE

 

Grande Contribuição para a Música: Paul McCartney 

 

Mais informações aqui.



publicado por FV às 10:51

19
Fev 08

 

Maio, Maio... um mês que começa a ser de decisões e escolhas e de vontade de esticar o dinheiro... com as notícias apontadas hoje de que no dia 11 do mesmo mês, estariam presentes na Aula Magna (fantástica escolha), os The National !... e no dia 26, chega ao Coliseu dos Recreios, em Lisboa, Cat Power...

E isto ainda p'ra já, sem saber preços ou mais confirmações... transforma Maio num grande mês....ou no mês da desgraça...

publicado por FV às 17:47

16
Fev 08

Continuando a onda de revivalismos de 2007, aqui deixamos em destaque nesta semana um vídeo daquele que foi p'ra nós o melhor álbum do ano e um dos melhores concertos (esperamos por que alguém se lembre de os trazer em nome próprio, que já faz falta... e porque não na Aula Magna?)...

Aqui fica em destaque o novo single dos Arcade fire, Black Mirror.

 

 

Alexandra Silva & Filipe Vilhena

publicado por FV às 14:31

14
Fev 08

Que este seja um dia repleto de amor musical, literário e cinéfilo... pintado com um toque de paixão e a melhor companhia do mundo...

 

publicado por FV às 09:36

13
Fev 08

 

 

 

Lista de Músicas

 

1 Two Receivers

2 Atlantis to Interzone

3 Golden Skans

4 Totem on the Timeline

5 As Above, So Below

6 Isle of Her

7 Gravity's Rainbow

8 Forgotten Works

9 Magick

10 It's Not Over Yet

11 Four Horsemen of 2012

 

 

Os Klaxons são uma das mais recentes manifestações de casos que a Impressa Britânica tende a compulsivamente reinventar material que estereotipadamente ignora, isto é, dance music. Produzido por James Ford, o primeiro álbum da banda, Myths of the Near Future é um fenómeno saído da mais recente tradição de bandas Indie Britânicas. No entanto, o vocalista/baixista dos Klaxons, Jamie Reynolds e companhia não estão a reviver a música House e Rave ouvida no final da década de 80, embora este Myths of the Near Future homenageie bandas cuja sonoridade era maioritariamente retirada das guitarras; a banda traz na bagagem influências de nomes como os Stone Roses, Primal Scream e Happy Mondays. No entanto, a força e a sonoridade neste conjunto de 12 canções classificam os Klaxons primeiramente como…um grupo Inglês de Pop bastante cativante. E convenhamos que esta classificação é redutora.

Por causa desta característica de “misturar” dance music com guitarras foram comparados aos conterrâneos Artic Monkeys, que também recorreram a James Ford para lhes produzir o álbum. No entanto, enquanto que a sonoridade dancefloor dos Artic Monkeys é alcançada maioritariamente por causa das letras, no caso dos Klaxons essa sonoridade surge graças ao ritmo aplicado às guitarras, baseados em bandas de nova Iorque tais como os ESG ou os The Rapture, e à mistura dos instrumentos habituais nas bandas com arranjos electrónicos que podiam ter sido retirados de qualquer filme de ficção cientifica.

O álbum começa de forma excelente com Two Receivers, num registo mais melancólico mas sem se tornar cansativo, para o qual muito contribui o piano e o estilo dramático marcado pelo mesmo.

Segue-se Antlantis to Interzone, onde as influências electrónicas dos final dos anos 90 são mais evidentes.

Golden Skans é uma pérola e uma das melhores faixas do álbum, a par com It’s Not Over Yet, que nos faz lembrar uma música dos The Smiths, a  A Rush and a Push and the Land Is Ours, descolando dos arranjos de Ed Banger.

Totem on the Timeline é a musica que mais foge ao lado intemporal que se pretendeu dar a este Myths of the Near Future, acabando por ser a faixa mais banal de todo o álbum.

As Above, So Below, Isle of Her e Forgotten Works, fazem-nos lembrar Blur na fase do 13, em que se começou a esquecer que os Blur começaram fundamentalmente como uma das bandas Indie mais inteligentes de sempre.

E chegamos então a uma das melhores, senão mesmo à melhor faixa do álbum: It’s Not Over Yet tem tudo para ser a melhor: é cativante, nunca cansa, principalmente quando se tem em conta que o seu tema é o poder do amor, no qual muitas vezes encontramos desespero, o qual nos leva a perguntar a alguém: You still want me, don’t you?

Os Klaxons, ao recorrerem a um universo literário (visível no art-work do álbum), conseguiram ser originais, podendo serem o que quiserem, quando e onde quiserem, o que fez com que a sua música e o álbum sejam tão cativantes.

publicado por AS às 12:32

 

Tarantino é genial nos seus filmes, mas também nas suas bandas sonoras...

 

Na junção dos dois universos, une na perfeição a violência e o universo musical que acompanha os seus banhos de sangue.

 

A pensar nisso, surgiram os Reservoir Dogs, que resultam de uma exploração comum a vários músicos. As músicas que surgem nas cirações de Tarantino serão interpretadas por alguns dos músicos mais importantes do panorama nacional e terão a sua única apresentação ao vivo no Music Box, no próximo dia 22 de Fevereiro, pelo modesto preço de 10 euros (com oferta de uma bebida até 3 euros).

 

Imagine-se então, por exemplo, o Tó Trips, o Zé Pedro e o Flak a tocar o célebre tema de Pulp Fiction, "Misirlou" ou a Cláudia Efe a cantar o "Bang bang you shot me down" com o Rui Reininho.

 

Sem armas ou sangue, os nossos Reservoir Dogs são:

 

Rui Reininho, Tiago Bettencourt, Cláudia Efe e Carla Bolito nas vozes;

Alex Cortez no baixo;

Zé Pedro, Flak, Tó Trips e Tomé Freitas nas guitarras;

Filipe Valentim nos teclados;

Fred Ferreira e Kalu na bateria e percussões;

José Lencastre no saxofone.

 

Com certeza a não perder este espectáculo, dia 22 de fevereiro no Music box, a partir das 00h.

 

publicado por FV às 11:17

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