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Mar 08

Sinopse: Benjamin Barker (Johnny Depp) era um barbeiro que vivia em Londres com a mulher (Laura Michelle Kelly) e a sua filha pequena até ao dia em que o Juiz Turpin (Alan Rickman) o sentencia ao exílio na Austrália, raptando a sua mulher e a filha. 15 anos depois Benjamin regressa a Londres na companhia do jovem Marinheiro Anthony Hope (Jamie Campbell Bower). Ao procurar a sua antiga barbearia encontra-a ocupada por Mrs. Lovett (Helena Bonham Carter), famosa pelas suas tartes de carne serem as piores de Londres. É através dela que Benjamin descobre que a sua mulher se suicidou e a sua filha Johanna (Jayne Wisner) é prisioneira de Turpin. Consumido pela raiva, Benjamin muda de identidade para Sweeney Todd, retomando o seu antigo negócio, e desta forma, se poder vingar.

 

Critica: Tim Burton tem uma grande paixão pelo gótico e pelo macabro, o que tornaria quase inevitável que mais cedo ou mais tarde, surgisse a vontade de fazer a adaptação do musical de 1979 – Sweeney Todd – The Demon Barber of Fleet Street, da autoria de Stephen Sondheim e Hugh Wheeler.

Recorrendo a uma versão mística de Londres do século XIX, Burton usa neste filme elementos que reconhecemos facilmente em obras anteriores, tais como Sleepy Hollow ou Edward Scissor Hands.

A história em si já foge dos típicos musicais, visto que fala de uma sangrenta vingança, onde heróis e vilões são igualmente vis e cruéis, a inocência é corrompida, e o desespero pela perda daqueles a quem se ama alimentam uma tragédia e tornam inevitáveis as consequências a que a obsessão conduziu.

Em termos visuais, Sweeney Todd é um luxo, todos os cenários são escuros, as ruas são sujas, as roupas degradantes, tudo isto sob um fundo de negro e cinzento, faz com que, cada vez que o vermelho do sangue entra em cena, torna-se um rasgo de força, de esperança, nem que seja apenas em sonhos.

Outro aspecto a destacar é o facto de todas as canções que entram no filme foram interpretadas pelos próprios actores, o que não se revelou tarefa fácil, embora nenhum deles seja sofrível, tornando as suas interpretações mais competentes. E é de facto o elenco e a competência do mesmo que tornam Sweeney Todd o luxo que é. Helena Bonham Cárter está perfeita na sua amoralidade e doçura. Alan Rickman é arrepiante, Sacha Baron Cohen protagoniza um divertido e pomposo barbeiro italiano e rival de Todd. Johnny Depp é aquele que de facto mais atrai o espectador: é um homem sem misericórdia que se deixa levar pelo seu lado mais negro, e a sua entrega ao papel é total. A verdade é que não só o Johnny Depp já deu cartas que é muito bom naquilo que faz, mas a cumplicidade com Tim Burton torna-o ainda mais competente e esta dupla funciona na perfeição!

publicado por AS às 14:46

                                                            

Sinopse: Em 1938, os japoneses ocupam a China. A jovem Wong Chia Chi (Tang Wei) junta-se ao grupo de teatro da sua universidade, que recorre a peças patrióticas para fazer frente aos ocupantes. Kuang Yu Min (Wang Leehom), o chefe do grupo, dá-lhes a missão de eliminarem Yee (Tony Leung), um alto funcionário chinês colaboracionista. Wong Chia Chi transforma-se na Senhora Mak, e infiltra-se na vida de Yee, primeiro ficando amiga da sua mulher (Joan Chen) e depois tornando-se amante de Yee. Mas nem tudo corre conforme se esperava.

 

Critica: Para criticar este filme, é necessário ter em conta que este é realizado por Ang Lee (O Tigre e o Dragão, Hulk, Brokeback Mountain). De regresso à China, Ang Lee realizou este Lust, Caution, uma história de espionagem, onde a dificuldade de aceitarmos as máscaras que criamos para nós próprios estão no âmago da história.

Este filme passa-se na China ocupada pelas tropas japonesas durante a 2ª Guerra Mundial. Wong Chia Chi é uma estudante universitária que é conduzida a seduzir um importante colaborador chinês. Mas esta relação acaba por se tornar numa dependência, não porque surja amor, é o lado físico, sexual e violento que define a relação entre ambos e que os torna cada vez mais dependentes um do outro. E se um dos elementos que tem sido criticado neste filme é recurso a cenas sexuais explicitas a verdade é que elas são necessárias para nos mostrar a intensidade da relação, funcionando como uma fuga ou punição de Wong Chia Chi pela personagem que acabou por criar.

A entrega ao lado carnal da relação, a importância que a luxúria e a volúpia do acto sexual vão tendo cada vez mais, chegando ao ponto de se tornar mais pesada que a própria máscara que carrega, até ao momento da confrontação com o objectivo da sua missão: eliminar Yee…

Com grandes valores de produção, inteligentemente utilizados, com dois actores em estado de graça, Tony Leung e a boa revelação que é Wang Tei, “Lust, caution” é um belíssimo filme habilmente dirigido por Ang Lee.
publicado por AS às 14:38

                                                          

Dexter Morgan é técnico dos serviços médico-legais da polícia de Miami e um trabalhador exemplar: consciencioso, eficaz e perfeccionista. Mas Dexter, o imperturbável, tem o seu próprio grande problema, sendo um cidadão acima de qualquer suspeita, é um assassino. Dada a sua rectidão não mata qualquer um, limita-se a desembaraçar este mundo das pessoas que o tornam um lugar desagradável para viver. Dexter, justiceiro por conta própria, torna-se o assassino de serial killers.Tudo corria bem até que aparece um duplo de Dexter, mas um duplo sem escrúpulos que acaba por atrapalhar a "limpeza" do justiceiro Dexter. A raiva atinge este justiceiro quando começa a perceber que – entre ele e o seu duplo – o que os une parece mais forte do que tudo que os separa.

 

Dexter, como foi descrito acima, é um técnico dos serviços médico-legais, que também é um assassino, embora não seja um assassino qualquer. Encontrado por um policia numa cena de crime, Dexter foi adoptado por esse policia, Harry Morgan, que cedo se apercebeu que Dexter era diferente, não conseguindo sentir o que as pessoas normais sentiam, não conseguindo ter as mesmas emoções, desenvolvendo cada vez mais uma necessidade incontrolável de matar.

Basicamente, este livro tenta contar a história de um sociopata que durante o dia trabalha para a polícia e à noite trabalha para o seu Passageiro das Trevas, que o leva a matar.

No entanto, o que de facto torna a história interessante é a normalidade com que Dexter aparenta viver, a forma como ele se relaciona com as pessoas, principalmente com a sua irmã, Deborah, que é policia, a quem Dexter tenta ajudar a progredir, mas sendo travado por LaGuerta, uma policia implacável que não gosta que se atravessem no seu caminho, e que por essa razão, detesta Deborah, e com Rita, uma amiga com quem se envolve, mas nunca duma forma carnal.

A história vai-se desenrolando, levando-nos a duvidar se Dexter sofre de algum tipo de esquizofrenia ou se há algo no passado dele, na sua infância que o possa ter tornado naquilo que ele é. A narrativa faz-me lembrar, principalmente a partir do momento em que surge o duplo, O Terceiro Gémeo de Ken Follett, numa versão mais violenta e sanguinária. No entanto o livro “peca” porque por vezes confunde o leitor, ficando na dúvida se o Passageiro das Trevas é algo sobrenatural, ou se é apenas a “força” que impele Dexter a assassinar; a sua ligação ao duplo é também dúbia: Este será apenas alguém que quer incriminar Dexter ou é fruto da sua imaginação? Que ligação terão eles, se é que tem alguma?

O livro é muito bom, a narrativa, embora com algumas falhas consegue prender o leitor à história. No entanto, a série (que passa às Quartas-Feiras na 2) acaba por complementar e tornar a história de Dexter mais cativante, porque consegue retirar este lado por vezes confuso que existe no livro.

publicado por AS às 14:33

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