Sinopse:
Critica: No Country for Old Men, baseado no livro de Cormac McCarthy, conta-nos uma história de perseguição, acabando por funcionar como um retrato negro sobre a imprevisibilidade da vida e a aleatoriedade da violência.
No centro da perseguição está Chigurh, a personagem interpretada por Bardem (que leva o filme às costas) que é uma autêntica máquina assassina. Se por um lado, Chigurh não consegue resistir ao seu impulso de ser simultaneamente juiz e carrasco das leis que ele próprio definiu e que regem o seu comportamento, Moss, por outro, acaba por mostrar-se de alguma forma ingénuo, não conseguindo resistir à força da sua consciência para com os outros seres humanos. Entre ele, está o Xerife Bell, um personagem desacreditado e incrédulo, que se sente demasiado velho e sem forças para fazer face a uma forma de crime e a um criminoso que não compreende. Até aqui as personagens e o trio de actores que o compõe formam um cenário tenso, atractivo a cada cena, com um terror bastante subtil, fazendo-nos sentir preocupados com o destino que poderão ter os personagens. Por tudo isto, os irmãos Cohen poderiam ter aqui uma obra de arte, se não tivessem decidido acabar o filme da forma abrupta como o fizeram.
O filme consegue manter um ritmo que, embora lento, mantém-se sempre interessante, até chegar à última meia hora. Quando o filme atinge a parte final, que envolve o desenlace que cada personagem vai ter, este é feito de forma abrupta, deixando demasiadas pontas soltas que se tornam desnecessárias. Não há explicações, o que não tem que ser um aspecto negativo, desde que se mantenha alguma coerência com o resto do argumento, o que não é o caso.
Apesar deste aspecto mais negativo, e em traços gerais, No Country For Old Men é um filme muito bem filmado, com excelentes interpretações e uma fotografia fantástica, tornando-o num filme que, mesmo que não tivesse sido o grande vencedor dos Óscares deste ano, facilmente se tornaria num fenómeno de culto.