Sinopse: Elizabeth (Norah Jones), uma jovem mulher desencantada, embarca numa viagem de reencontro emocional para esquecer um coração partido. À medida que as feridas emocionais começam a desaparecer, as experiências de Elizabeth com uma série de estranhos levam-na a novos e inesperados capítulos na sua vida. Dos devaneios poéticos do proprietário de um café (Jude Law), às propostas desesperadas de uma jogadora numa maré de azar (Natalie Portman), ao laço quebrado entre um polícia perturbado (David Strathairn) e a sua rebelde esposa (Rachel Weisz), estes indivíduos redefinem a perspectiva de Elizabeth sobre a vida, os relacionamentos e finalmente a sua própria identidade. Lentamente, Elizabeth começa a desligar-se do passado descobrindo um novo caminho para si - em direcção ao verdadeiro amor.
Crítica: Wong Kar Wai filma um road movie quase perfeito, com Norah Jones numa estreia em grande. Enquanto Elizabeth (Norah Jones) caminha pelos EUA, vai-se conhecendo a si própria, e conhecendo personagens que a irão sempre influenciar de uma forma ou de outra.
No café de Jeremy (Jude Law) ela é tentada a provar a tarde de mirtilo, aquela que todos os dias é deixada intacta, criando uma relação que depressa se aprofunda com encontros regulares. Na sua viagem, ela passa por Memphis, onde arranja trabalho como empregada de mesa e conhece Arnie Copeland (David Strathairn), um polícia alcoólico abandonado pela mulher Sue Lynne (Rachel Weisz), e por Las Vegas, onde empresta dinheiro a Leslie (Natalie Portman), uma jogadora inveterada que lhe dá o seu carro como garantia.
Kar Wai apresenta nesta película um domínio estético fantástico, tendo o argumento no entanto ficado um pouco aquém dos seus antecessores “In the Mood for Love” ou “2046”.
No entanto, Elizabeth, a personagem de Norah Jones, irá-se descobrir através da observação de diversos casos diferentes que vai acompanhando na estrada por onde passa.
Aliás, estas histórias paralelas poderiam dar algumas delas, um filme, como são os casos das histórias por trás de Leslie (Natalie Portman) ou Sue Lynne (Rachek Weisz), ambas com interpretações fantásticas, tal como David Strathairn.
Chan Marshall (aka Cat Power) faz um cameo como a russa Katya, estando bastante bem, tendo enorme “química” com Jude Law.
A banda sonora deste filme é também fantástica, com grandes músicas da mesma Cat Power e também de Norah Jones.
O espaço americano, nas suas paisagens grandes e despojadas ou dos restaurantes pequenos e familiares, serve um pouco como metáfora para o crescimento e desprendimento de Elizabeth, fazendo a ponte entre a road-trip externa e interna, que a sua personagem tem ao longo do filme.