26
Fev 12

 

Pearl Jam Twenty é um documentário realizado por Cameron Crowe acerca dos 20 anos de carreira dos Pearl Jam (PJ).

Nascidos das cinzas dos Mother Love Bone, após a morte do seu vocalista Andrew Wood, os Pearl Jam tornaram-se numa das bandas mais marcantes do fenómeno Grunge, nascido em Seattle, no início da década de 90.

Lembro-me de, quando TEN foi lançado e as nossas rádios foram bombardeadas com músicas como Alive, Even Flow e Jeremy, essas músicas passaram a fazer parte do meu quotidiano. Não passou muito tempo, até haver uma cópia em vinil lá por casa. Portanto, de alguma forma sinto que os PJ fizeram parte do meu crescimento, e até mesmo da minha vida.

Mas voltando ao documentário, é impossível falar dos Pearl Jam sem referir os Mother Love Bone, o tributo prestado a Andrew Wood com os Temple of the Dog, onde participa o amigo Chris Cornell dos Soundgarden, à guerra com a Ticket Master, o porquê de a determinada altura não recorrerem a telediscos para promoção dos álbuns, até à tragédia no festival Roskilde, em 2000, na Dinamarca, onde morreram 9 fãs que estavam na primeira fila.

Todos estes aspectos e muitos outros são referidos no documentário, e ajudam os fãs a perceber o porquê dos Pearl Jam estarem “vivos” ao fim de 20 anos de carreira.

Um dos aspectos que sempre admirei nos Pearl Jam foi o respeito e até alguma proteção que sempre demonstraram ter pelos seus fãs, quando isso até lhes podia ser prejudicial financeiramente. Por exemplo, a tragédia de Roskilde marcou-os de tal forma que equacionaram a hipótese de acabarem. Aliás, segundo os próprios, existem uns Pearl Jam Pré e Pós Roskilde. Ao invés de acabar, fizeram aquilo que melhor faziam, escreveram uma música, Love Boat Captain, do álbum Riot Act, onde referem a tragédia dizendo: "Lost nine friends we'll never know... two years ago today." Sempre que esta música é cantada em concertos, Eddie Vedder muda a letra, referindo o número de anos que passaram desde a tragédia.

Portanto é com muito orgulho e com algum saudosismo à mistura que assisto aos 20 anos de uma das minhas bandas preferidas, e espero que os próximos 20 sejam recheados de sucesso e que me acompanhem em momentos tão marcantes na minha vida, como aconteceu nas primeiras duas décadas!

publicado por AS às 18:01

24
Fev 12

 

Fico sempre apreensivo e preocupado com o que vai acontecer quando se fala de remakes de filmes que tiveram sucesso - quer seja pelo próprio filme, ou porque um actor/actriz ficou mais conhecido(a), ou porque a obra da qual é adaptado teve um boom de sucesso (como foi o caso) -, mas neste caso com o facto de a história ser adaptada por um dos meus realizadores preferidos, tendo Daniel Craig, Christopher Plummer, Stellan Skarsgard, entre outros no elenco, e com todas as imagens que foram apresentadas de Rooney Mara como Lisbeth, fiquei bastante curioso e esperei ansiosamente a estreia.- 

E, de certa forma, não poderia ter corrido melhor. Começando com o excelente genérico - dos melhores do ano, sem dúvida - com uma grande música da autoria de Trent Reznor e Karen O (adaptando um original de Led Zeppellin), passando por uma excelente interpretação de Rooney Mara  - ainda que diferente da sua antecessora Noomi Rapace - e tendo também Daniel Craig em muito boa forma, esta é uma adaptação, ou remake se preferirem, que vale a pena ver.

A forma como David Fincher pegou na história, não a afastando muito da versão original, mas no entanto incorporando alguns pontos do livro que, para mim tinham falhado anteriormente, trouxeram uma adaptação bastante fiel à história criada por Stieg Larsson. A maior diferença entre o livro e este filme será mesmo o final, que David Fincher refez, tendo perdido um pouco da dinâmica do livro, mas não estando inteiramente disparatado. Ao contrário da versão original, Fincher tratou alguns personagens de forma diferente - como Lisbeth, dando-lhe um ar mais frágil que também é apresentado no livro - e incorporou (ou aumentou a presença) de outros que são importantes na história e, especialmente no desenrolar da trilogia.

Quanto aos actores, Daniel Craig está bastante bem, sendo que também não transcende por muito Michael Nyqvist, na forma como ambos fisicamente acabam por ser parecidos, permitindo assim também haver uma boa identificação, de acordo com o que foi criado e descrito no livro de Stieg Larsson. O Blomkvist de Craig apresenta também algumas melhorias na forma como Fincher explora o seu relacionamento - importante - com algumas das restantes personagens.

A integração - e relativa importância - de Pernilla Blomkvist também melhora a narrativa, bem como a aparição de Holger Palmgren e Cecilia Vanger e o maior ênfase dado a Erika Berger, muito bem interpretada por Robin Wright.

Chego agora a um dos pontos que mais discórdia tem causado: Rooney Mara. Para mim, a actriz americana consegue ser uma personificação muito fiel, forte e merecedora das nomeações que tem obtido. Devido à diferente visão de Fincher, Rooney Mara é uma Lisbeth Salander que não tem apenas o seu lado anti-social, aparentemente frágil e perturbada, nem o seu lado de rebelde e hacker, mas também um lado mais inseguro, preocupado e verdadeiramente frágil, como Larsson criou - de acordo com a minha leitura e interpretação da personagem, em especial nesta história. Penso também que todo o esforço e dedicação que a actriz colocou na personagem a melhoraram, tornando-a sem dúvida numa personagem inesquecível, rivalizando com a sua colega Noomi Rapace que tão bem interpretou na versão original.

Devido ao facto de ter querido aproximar mais do livro a sua versão da história, Fincher tem no entanto alguns pontos menos bons, passando um pouco rapidamente de mais talvez, por momentos importantes - como por exemplo, a vingança de Lisbeth Salander perante Nils Bjurman ou mesmo algumas cenas entre Henrik e Blomkvist, e a dedução de toda a trama que é feita por Lisbeth e Blomkvist.

Assim, na minha opinião, penso que esta versão consegue no entanto ser uma adaptação a que vale a pena assistir, quer se tenha ou não assistido o filme original ou lido as histórias de Stieg Larsson. Quem estiver "em branco" irá com certeza ter momentos bastante agradáveis na presença de um excelente filme, com excelentes interpretaçoes, realização e banda sonora. Quem apenas tiver visto a versão sueca, irá ter algumas surpresas e algumas decepções, sendo que no entanto creio que irá desfrutar da história. Quem tiver lido o livro apenas irá com certeza achar que Fincher fez um excelente trabalho na difícil adaptação desta grande obra.

Quem, como eu, tiver já lido toda a trilogia e visto toda a trilogia sueca, irá sentir que Fincher conseguiu cumprir muito bem o que lhe era pedido, sem "americanizar" de mais a história, com um bom trabalho de casting - ainda que uma falha ou outra - e sem perder a essência da narrativa, sendo que como grande fã do realizador, acho que foi um dos seus melhores trabalhos.

publicado por FV às 15:51

17
Fev 12

 

Este foi o filme que me despertou a curiosidade desta trilogia, nomeadamente a interpretação de Noomi Rapace, que abordarei em mais pormenor mais à frente. Foi depois de ver este filme, que li toda a trilogia, tendo no entanto, após a leitura, feito um novo visionamento.

Nesta versão de 2009, realizada por Niels Arden Oplev encontramos, tal como no livro de Stieg Larsson, Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist) condenado por difamação do financeiro Hans-Erik Wennerstrom e a querer afastar-se da ribalta uns tempos, quando surge uma proposta de trabalho de Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube), para escrever a sua biografia enquanto investiga o desaparecimento da sua sobrinha neta Harriet, há mais de 40 anos, tendo posteriormente a ajuda de uma rapariga complicada com tatuagens e piercings, que no entanto é uma hacker excepcional - Lisbeth Salander (Noommi Rapace).

Até aqui nada de novo. Os mesmos meandros da história do livro foram adaptados nesta versão. A história, embora tenha sofrido algumas alterações não se afasta muito da versão de Stieg Larsson, tendo no entanto alguns pontos de diferença que, tal como já referido em alguns posts anteriores, me parecem que são mantidos de fora devido à realidade da sociedade sueca.

Creio no entanto que, há dois pontos em que a versão cinematográfica perde: as presenças de Erika Berger, Pernilla Blomkvist e Cecilia Vanger, que são bem menos exploradas que no livro, perdendo-se aqui alguns pontos de interesse, assim como perdendo-se um pouco o lado "mulherengo" e bon-vivant que é dado a Blomkvist.

Michael Nyqvist é uma excelente personificação de Blomkvist, com o seu ar perturbado e cansado, e sempre muito incrédulo com o que vai descobrindo passo a passo. Também personifica bem o estilo de homem que Stieg Larsson descreveu e que o realizador conseguiu transpor para o ecrã.

No entanto, esta e todas as interpretações são arrebatadas pelo alto dos 163cm de Noomi Rapace, que se transformou numa Lisbeth Salander fantástica, quase perfeita. Toda a sua caracterização, a sua personalidade, o seu bad look, fazem de Rapace aquilo que Larsson criou como uma anti-heroína que se torna heroína, na imagem de uma rapariga aparentemente anti-social, frágil e perturbada, mas que no entanto consegue defender-se de um ou vários atacantes, ser uma hacker excepcional e ajudar Blomkvist nas suas investigações de forma impressionante.

Rapace consegue assim, ter uma das melhores interpretações a que tive oportunidade de assistir, em especial em algumas das cenas mais complicadas de toda a trilogia, como aquelas em que contracena com Nils Bjurman (Peter Andersson), bem como algumas das cenas com o próprio Blomkvist.

Assim, penso que a adaptação da primeira obra da trilogia, na sua versão e língua original - o sueco - vale essencialmente pela interpretação de Rapace, do seu parceiro Michael Nyqvist, sendo ainda seguidos de perto por Peter Andersson. A versão não foge muito ao livro, falhando no entanto nalguns pontos fulcrais, conforme indiquei antes e que contribuiam - se calhar não tanto nesta história, mas nas sequelas - para uma melhor adaptação e personificação desta teia criada por Larsson. Penso que - e sem desprimor para Rapace - o realizador também apostou demasiado em mostrar o seu lado duro, batido e resistente - que ela interpreta muito bem - perdendo-se aqui um pouco o lado mais sensível e humano que Lisbeth também tem, e tão bem é mostrado no livro, fazendo todo o sentido para a história - e, essencialmente, para as continuações.

publicado por FV às 17:41

10
Fev 12

 

Sinopse: O jornalista de economia Mikael Blomkvist precisa de uma pausa. Acabou de ser julgado por difamação ao financeiro Hans-Erik Wennerström e condenado a três meses de prisão. Decide afastar-se temporariamente das suas funções na revista Millennium. Na mesma altura, é encarregado de uma missão invulgar. Henrik Vanger, em tempos um dos mais importantes industriais da Suécia, quer que Mikael Blomkvist escreva a história da família Vanger. Mas é óbvio que a história da família é apenas uma capa para a verdadeira missão de Blomkvist: descobrir o que aconteceu à sobrinha-neta de Vanger, que desapareceu sem deixar rasto há quase quarenta anos. Algo que Henrik Vanger nunca pôde esquecer. Blomkvist aceita a missão com relutância e recorre à ajuda da jovem Lisbeth Salander. Uma rapariga complicada, com tatuagens e piercings, mas também uma hacker de excepção. Juntos, Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander mergulham no passado profundo da família Vanger e encontram uma história mais sombria e sangrenta do que jamais poderiam imaginar.

 

Crítica: Li este livro em pouco mais de 2 dias e a cada página, cada capítulo ansiava por saber mais sobre a trama, tal não é a teia construída pelo - infelizmente - falecido Stieg Larsson.

O início da trilogia Millenium e de toda a saga de Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander abre, para mim, todo um novo género de literatura e imaginário. Um livro com uma história policial diferente do que é habitual, mais se aproximando a um thriller. Além da já referida anteriormente visão tormentosa que apresenta da sociedade sueca, este livro traz algo de inovador, na forma crua como aborda a história e as personagens.

Aliás, a personagem de Lisbeth Salander consegue estar tão completa que quase se sobrepõe ao próprio livro. Uma rapariga franzina, considerada socialmente incapaz, quase anti-social, lenta mas que no entanto consegue ter um lado muito humano, complexo e é bem mais inteligente do que toda a gente pensa, sendo na verdade uma investigadora excepcional..

Uma pessoa que não é o que aparenta e tem uma vida muito mais complexa que aquilo que muita gente quer fazer crer e que se vê a braços com muitas complicações no meio de toda a trama, acabando por ser crucial para o desenrolar e resolução da mesma.

Quanto a Blomkvist, um personagem que, a meu ver é uma espécie de aproximação ao próprio Stieg Larsson, na medida em que encaixa em pequenas peças, como o seu historial profissional e aparência. Um homem que, ao ser condenado a uma pena de prisão por difamação, vê toda a sua vida do avesso ao aceitar embarcar no mistério que Henrik Vanger lhe apresenta, para além de ter de abandonar os seus amigos e colegas na Millenium, com uma bomba prestes a rebentar, devido à sua condenação, o que consequentemente afecta a própria revista.

A família Vanger, uma das últimas famílias industriais da Suécia, que tem pessoas tão diferentes e com relacionamentos tão complexos entre si, que o próprio Henrik apresenta como sendo um grupo de ladrões, mentirosos e falsos. Henrik que vive há mais de 40 anos desesperado com o desaparecimento da sua sobrinha-neta Harriet, apresenta-nos uma família castigada por questões políticas e religiosas que levam a que os seus membros mal se falem e se relacionem apenas devido às empresas que possuem, as quais também se encontram em declínio.

Ao nível da história, a mesma é bastante mais complexa do que o que aparenta: não se trata simplesmente de perceber o que aconteceu a uma rapariga de uma família industrial muito complicada, mas existe um enquadramento político, religioso e e social, que deturpa a forma como são vistas e tratadas as mulheres, tornando toda a trama muito mais complexa e intrincada..

Todo o encadeamento nos deixa boquiabertos e completamente viciados na forma de escrita de Stieg Larsson, desejando continuar a saber que novos mistérios estão guardados para todos os personagens.

publicado por FV às 16:45

01
Fev 12

 

Sinopse: Após o sucesso do primeiro filme Sherlock Holmes (2009) Guy Ritchie volta a pegar no detective mais famoso do mundo (Robert Downey Jr.), desta vez na companhia do seu arqui-inimigo, o Professor Moriarty (Jarred Harris), e fez uma adaptação duma das histórias mais marcantes de Arthur Conan Doyle: O Problema Final.

O enredo começa quando o Príncipe da Áustria é encontrado morto. Tudo apontava para suicídio, no entanto, Holmes acredita na tese de assassinato e que este crime é apenas uma peça dum plano maquiavélico montado por Moriarty.

Por seu lado, Watson (Jude Law) está para casar, e durante a sua despedida de solteiro, Holmes e o seu irmão Mycroft (Stephen Fry) conhecem a cigana Simza (Noomi Rapace), que Sherlock percebe que Moriarty mandou alguém para a tentar matar.

 

Critica: Pegar nesta história, que tanto marcou os fãs de Sherlock Holmes era, na minha opinião, uma responsabilidade acrescida que Guy Ritchie tinha ao fazer esta sequela. Por isso, não me surpreende que o realizador tenha optado por um caminho mais seguro.

Partindo duma premissa brilhante, a história tinha tudo para ser um sucesso. No entanto, e conforme já tinha achado no primeiro filme, a falta de química entre Sherlock Holmes e Irene Adler (Rachel MacAdams) acabou por ser determinante no destino dado a Irene, que, na minha opinião, não fez sentido nenhum. Além disso, uma personagem tão pragmática e desafiante como Moriarty merecia um actor com mais carisma e, não é que eu ache que Jarred Harris tenha feito um mau papel, apenas que lhe faltou algo para que a sua personagem fosse suficientemente marcante como era exigido.

Por seu lado, Stephen Fry como Mycroft está simplesmente soberbo. Outro dos aspectos positivos é sem dúvida a interpretação de Noomi Rapace como a cigana Simza que vem trazer um elemento novo e diferente a toda a história, principalmente tendo em conta que foi o seu primeiro papel falado em inglês.

No primeiro filme, e é algo que é relativamente comum nos filmes de Guy Ritchie são os planos “Slow Motion”, que neste A Game of Shadows foram usados em demasia, tornando, em alguns momentos, o filme cansativo.

Por tudo isto, este A Game of Shadows fica atrás do seu antecessor, não porque seja um mau filme, mas é mais do mesmo, visto que Guy Ritchie acabou por fazer de Holmes um herói de acção, e não aquele personagem cerebral e dedutivo que tanto nos fascinou!

publicado por AS às 19:19

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