04
Mar 12

Sinopse: Aos trinta e poucos anos, Brandon (Michael Fassbender) é um bem-sucedido irlandês com um cargo de topo numa grande empresa de Nova Iorque. A viver sozinho num pequeno apartamento, tem a vida controlada ao milímetro. Porém, por trás de uma máscara de autocontenção, está um homem a viver no limite. Numa luta constante entre um medo incontrolável de intimidade e uma ânsia de sexo, ele vive de encontros ocasionais com estranhos. Até Sissy (Carey Mulligan), a sua irmã mais nova, aparecer sem pré-aviso e instalar-se no seu apartamento. Brandon perde então todo o controlo sobre a sua vida e a sua sexualidade.

Crítica: Já tinha saudades destes momentos de poder visionar um filme em ante-estreia. Desta vez, foi Shame, que traz um Michael Fassbender verdadeiramente fenomenal, interpretando um papel bastante complexo de um viciado em sexo, que vive completamente no limite e que vê todo o seu mundo abalado com a chegada da sua irmã mais nova - excelente interpretação de Carey Mulligan.

Shame é um filme complicado, desconfortável, forte, pesado e que mostra uma realidade crua, como o mundo e a vida verdadeiramente são. Uma visão avassaladora e muito crua - também demonstrada pelas cenas de sexo bastante realistas e intensas - da sociedade, dos seus vícios, dos seus sonhos e pesadelos, na imagem destes jovens: Brandon e Sissy. Irmãos que demonstram que as relações entre os mesmos nem sempre são fáceis e pacíficas. Irmãos que demonstram o peso e a carga que um deles consegue ter sobre o outro. Irmãos que, perante uma fachada aparentemente normal, vivem escondidos nos seus vícios, medos, receios e problemas. Brandon (Fassbender) com o seu vício de sexo, com uma entrega espectacular do actor, em especial as cenas no metro e os minutos finais em que se entrega ao seu descontrolo. Sissy (Mulligan) com o seu vício de protecção, de se "esconder" e sentir protegida pelos outros, também numa muito bem conseguida interpretação da qual destaco a cena musical - gravada em tempo real, com reacções genuínas dos restantes elementos que nela participam - assim como os seus minutos finais.

Em resumo, Shame é um filme incrivelmente cru e real, que não será aconselhável a quem tem problemas em ver demasiada realidade transposta no ecrã - ou mesmo demasiada nudez e sexo. Aos restantes, aconselho a não perderem este filme, assim como a procurar acompanhar de perto os dois grandes intérpretes da trama - Michael Fassbender e Carey Mulligan.

 

publicado por FV às 00:45

01
Mar 12

A seguir ao grande sucesso que foi a Trilogia Millenium, de Stieg Larsson, eis que decidi procurar mais policiais nórdicos. Foi então que descobri o livro A Princesa de Gelo, de Camilla Lackberg.

A história tem como protagonista, Erica Falck, uma escritora residente em Estocolmo que tem que regressar a Fjällbacka, a sua terra natal, após a morte dos seus pais. Quando lá chega é confrontada com uma terrível notícia: Alexandra Wijkner, a sua melhor amiga de infância é encontrada morta em casa. Quando tudo apontava para suicídio, eis que a investigação policial revela que Alex foi assassinada. Em busca de explicações, os pais de Alex pedem a Erica que escreva sobre a falecida amiga. Desta forma, a protagonista vê-se desafiada a tentar perceber o que aconteceu à amiga, de quem a vida a tinha afastado. Assim, acaba por ficar envolvida na investigação, colaborando com a polícia através do seu amigo Patrick Hedstrom. Esta é a premissa em torno do primeiro policial de Camilla Lackberg, que é apresentada pela editora como “A Nova Agatha Christie que vem do frio.” Pessoalmente, não gosto deste tipo de comparação, pois muitas vezes podem defraudar, mas a verdade é que existem muitas semelhanças na narrativa com as obras de Agatha Christie.  Primeiro, porque grande parte da acção ocorre dentro das casas das personagens, depois porque o aparecimento de um corpo numa pequena cidade vem abalar a estabilidade local, dois aspectos bastante explorados pela escritora britânica. À medida que a história se vai desenrolando acontece algo comum nas obras de Agatha Christie: todas as personagens se tornam suspeitas, até as mais improváveis, e o leitor acaba por se deixar levar pela história, tentando ir percebendo quem efectivamente é o assassino, e quais as razões que o levaram a cometer o crime?

Paralelamente a esta história, surgem vários temas como a violência doméstica, a infidelidade, a repressão da sociedade, entre outros, em que se percebe que Lackberg faz uma crítica à sociedade sueca.

Se, após ter lido a trilogia Millenium, fiquei mal impressionada com a sociedade sueca, com A Princesa de Gelo  essa má imagem ficou reforçada, como sendo uma sociedade mesquinha, que vive  demasiado preocupada com as aparências.

Este livro é altamente recomendável para todos os amantes da literatura policial.

A título de curiosidade, a autora Camilla Lackberg nasceu em 1974, em Fjällbacka, licenciou-se em Economia pela Universidade de Gotemburgo, e é Economista de Profissão, no entanto, os pais e o marido ofereceram-lhe como prenda de natal um curso de escrita criativa. Após ganhar um prémio de literatura, dedicou-se a 100% à escrita de policiais, dos quais o primeiro é este A Princesa do Gelo

publicado por AS às 22:24

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