Numa década de ouro para a música, e depois da ascensão e loucura que foi o Grunge, do outro lado do oceano, no Reino Unido, surgia o movimento conhecido hoje em dia como Britpop.
Já desde as décadas de ’60 e ’70, com os Beatles – motor propulsor e impulsionador de todo e qualquer movimento musical vindo das terras de sua majestade – mas também com os The Kinks, The Who, Small Faces, David Bowie, T-Rex e Roxy Music, que a música vinda do Reino Unido era vista com bons olhos. No movimento que se seguiu a estas gerações – punk e new wave – coube aos The Jam, Elvis Costello e Buzzcocks, bem como ao ritmo pop alternative dos The Smiths, o início da afirmação da música britânica.
Mas, seria só na decada de ’90, mais precisamente em 1993, que 4 jovens londrinos, com a sua banda Suede, iniciam o fenómeno conhecido como Britpop. Com a sua forma introspectiva, os Suede abriram as portas para ainda maiores acontecimentos na música das ilhas britânicas, quando em 1994, se inicia a “guerra” sobre qual será a maior banda britânica, com os lançamentos de Parklife dos Blur e Definitely Maybe dos Oasis… mas estes são outros contos…
Devido a todo este sucesso, deu-se então uma explosão de bandas semelhantes: Elástica, Pulp, Supergrass e the Boo Radleys.
Mas, o que é afinal o Britpop? O Britpop refere-se à legião de bandas, que nos anos 90 lançaram-se na onda indie pop/rock, por forma a “combater” o Grunge poderoso que chegava do outro lado do Atlântico… No entanto, embora com raízes indie, o Britpop demarca-se por ser glamouroso, com letras que ficam no ouvido, e que apontavam para a juventude verdadeiramente “British”: falavam das suas vidas, da sua cultura e da sua herança musical. Apresentava também uma exuberância e desejo de reconhecimento, sendo estas atitudes uma reacção à forma tímida, anti-estrela das bandas que surgiram no inicio dos ‘90’s, bem como à “dormência” do Grunge e aos produtores “sem-cara” do crescente “sub mundo” electrónico.
No entanto, por volta de 1996, o fenómeno começou a desvanecer-se… Os media interessavam-se mais no consumo de drogas e álcool dos membros das bandas bem como nos confrontos entre estes (especialmente Damon Albarn e os irmãos Gallagher), do que propriamente na música que por eles era feita…
Em 1997, muito pelas fracas vendas dos álbuns de bandas iniciadoras do movimento, como os Blur e os Oasis, as próprias bandas começam a afastar-se do seu som habitual, tão característico do movimento… Em 1999, dá-se então o “fim anunciado” do Britpop, com o fim de bandas como os The Verve, Elástica e os Menswear e o afastamento total do movimento pelos Blur, que continuaram no entanto a acumular sucesso e seguidores um pouco por toda a parte.
Já nos anos 2000, assiste-se ao final dos Pulp, mas mais importante, dos “fundadores” do Britpop, os Suede…
Neste momento encontramos activos os Oasis, Blur (ainda que fora da esfera Britpop), Ash, Radiohead e Supergrass, bem como a “nova vaga” – Coldplay, Travis, Muse e, ainda que um pouco fora do Britpop “clássico”, Bloc Party, Franz Ferdinand, Editors, Kaiser Chiefs, Keane e Arctic Monkeys.