Carry On (2007)
O primeiro registo a solo de Chris Cornell, Euphoria Morning, foi lançado logo a seguir a Cornell ter abanado os alicerces dos Soundgarden ao cortar definitivamente com o seu som pesado por introduzir na sua música clichés bucólicos de vocalista/compositor. Comercialmente não convenceu mas conduziu-o aos Audioslave, onde ele passou 3 álbuns a lutar contra a marca deixada pelos Rage Against the Machine. Se Euphoria Morning foi o romper com o passado, Carry On é o voltar a ele, o estabelecer uma nova ligação em que Cornell se sente muito mais confortável do que Tom Morello nos seus riffs quase doentios. Desde o inicio do cd que Cornell faz riffs impressionantes que se aproximam com a sonoridade dos Soundgarden, embora não tão pesados e muito menos tortuosos, mas bem mais maduros e identificáveis ao trabalho de Cornell e menos com os Audioslave. Prepara o álbum para aquilo que parece ser uma maturação de Hard Rock fora do comum, mas cedo volta para os “maneirismos” de vocalista/compositor do seu álbum de estreia.
Carry On está repleto de musicas que por vezes parecem “forçadas”, como por exemplo, a cover acústica de Billie Jean, mas quando Cornell se liberta e dá às musicas uma espécie de som de fundo, ele não surge apenas como um excelente performer, como se revela que a sua escrita está melhor e mais apurada, mostrando que a sua carreira atingiu a meia-idade artistica que é bem mais rica e muito apaixonante daquilo que se pode ouvir em Carry On.