O primeiro álbum dos ArcticMonkeys foi um fenómeno instantâneo, sem par. Num ano a banda saiu de um fenómeno da Internet para se tornar a maior banda do Reino Unido.
Todas as demos saídas na Internet, levaram a que a legião de fãs fosse crescendo a olhos vistos, mesmo antes de a banda sequer se aventurar na indústria discográfica e no mundo “real”.
Da última vez que tinha surgido tanta excitação em volta de uma banda britânica tinha sido com os Oasis e o seu Definitely Maybe (álbum de estreia da banda de Manchester), lançado em 1994, quando os membros dos Arctic Monkeys ainda estavam a festejar os seus 10ºs aniversários… Assim sendo, ninguém fica surpreendido quando os Arctic Monkeys se referem aos Oasis como a sua maior referência, sendo no entanto em 2001, graças aos The Strokes, que os Arctic Monkeys tomaram a sua vontade de tocar.
Neste primeiro álbum, Whatever people say I am, that’s what I’m not, a jovem banda de Sheffield apresenta inclusivamente semelhanças de estilo aos The Strokes, adicionando um elemento de punk neo-clássico presente nos the Libertines. No entanto, enquanto os The Strokes, the Libertines e Franz Ferdinand se focam em demasia no passado, os Monkeys apenas olham para o presente, para o agora, contando histórias das suas vidas – maioritariamente encontros com raparigas em pistas de dança e de noites de bebedeiras, balanceadas pelas ocasionais imagens trágicas de prostituição na indústria musical.
Este é um álbum repleto de riffs angulares e fortes, com letras simples e puras, vindas do coração de jovens simples, sem qualquer sentido de sex appeal ou romance, ou mesmo desejo por outrem, distanciando-se assim dos The Strokes e the Libertines.
No entanto, devido ao uso, por vezes exagerado, dos riffs e justaposições este álbum pode tornar-se previsível, não sendo por isso mau, antes pelo contrário: a banda mostra-se bastante competente, ficando no entanto a sensação de que podiam ter tido maior imaginação…
Mas, acima de tudo estamos perante um excelente álbum de estreia, dos melhores e mais galardoados dos últimos anos… e perante uma banda que pode sonhar com voos mais altos, mais que não seja, pelas excelentes capacidades líricas do jovem vocalista/guitarrista/compositor Alex Turner, por vezes semelhante a Jarvis Cocker – dos Pulp – mas com mais ambição…