Quatro meses depois de terem estado no Palco do Super Bock-Super Rock, os Interpol voltaram ao nosso país, desta vez em nome próprio, para um concerto no Coliseu dos Recreios, convidando os Blonde RedHead para os acompanhar na sua digressão Europeia, que teve inicio justamente em Lisboa. Com o Coliseu esgotado e uma primeira parte de qualidade, tudo fazia prever que a noite nos iria proporcionar um bom espectáculo. E assim foi.
Os Blonde RedHead, desconhecidos para alguns, fascinantes para outros, abriram muito bem o concerto e, embora estivessem na posição por vezes ingrata de fazerem a 1ª parte de um concerto em que toda a gente está concentrada na banda seguinte, conseguiram captar a atenção do público, que embora não os conhecesse, não teve uma reacção apática ou indiferente e durante sensivelmente meia hora, desfilaram algumas das faixas de 23, o seu mais recente trabalho. Os Blonde RedHead saíram de palco da mesma forma como entraram: discretos.
Depois dos preparativos e montagens dos cenários para o grande concerto da noite, a sala foi ficando em tons de negros e lá entraram os Interpol em palco, a tocar Pioneer to the Falls, e o publico acompanhou-os, cantando em coro a faixa de abertura de Our Love to Admire, o ultimo trabalho da banda.
Em ritmo frenético, a primeira metade do concerto passou a correr, onde se ouviram temas chaves de Turn On the Bright Lights e Antics, com o publico a vibrar, acompanhando Say Hello to the Angels, NARC e Obstacle 1 com palmas, dança e muitos pulos.
De seguida, os Interpol deram destaque ao seu último álbum, passando por Mammoth, Scale e No I In Threesome. Seguiu-se Slow Hands, que se tornou uma das faixas preferidas da assistência. Para tentar abrandar um pouco o ritmo frenético com que as canções eram “disparadas”, os Interpol tocaram uma das suas músicas mais calmas, a belíssima Lighthouse. Para aqueles que continuavam com vontade de dançar Evil deu o mote perfeito, conduzindo o concerto no bom caminho, onde C’Mere e Heinrich Maneuver deram um novo fôlego ao espectáculo, à medida que este se aproximava do fim. Segue-se Not Even Jail e a saída, depois de vários agradecimentos, da banda de palco.
As palmas, o bater dos pés nos chão e o público a gritar Interpol fizeram a banda voltar para um encore onde se ouviu Stella Was a Diver And She Was Always Down. Os Interpol decidiram, desta vez, encerrar o concerto com PDA, de 1998, onde a explosão de som e de cor aliou-se a uma das primeiras músicas escritas pela banda, conduzindo o espectáculo para o seu clímax. A única pergunta que poderia surgir era: Então e a NYC? Tirando a ausência desta, que não pode ser considerada uma falha no alinhamento do concerto, a presença dos Interpol no Coliseu foi, sem margens para dúvidas um momento marcante para todos aqueles que estiveram presentes. É verdade que não estamos perante uma banda de entertainers, eles falam pouco, não são dados a grandes discursos, interagem pouco com o público, são provavelmente uma das bandas mais discretas da actualidade, no entanto a sua discrição é tão grande quanto a sua competência e os Interpol proporcionaram um espectáculo à altura da sua música. Sem excessos nem defeitos!
Alinhamento:
1. Pioneer To The Falls
2. Say Hello To The Angels
3. NARC
4. Obstacle 1
5. Scale
6. Mammoth
7. No I In Threesome
8. Slow Hands
9. Rest My Chemistry
10. Lighthouse
11. Evil
12. C'Mere
13. Heinrich Maneuver
14. Not Even Jail
Encore
15. Take You On A Cruise
16. Stella Was A Diver And She Was Always Down
17. PDA