| Lista de Músicas 1 Two Receivers 2 Atlantis to Interzone 3 Golden Skans 4 Totem on the Timeline 5 As Above, So Below 6 Isle of Her 7 Gravity's Rainbow 8 Forgotten Works 9 Magick 10 It's Not Over Yet 11 Four Horsemen of 2012 |
Os Klaxons são uma das mais recentes manifestações de casos que a Impressa Britânica tende a compulsivamente reinventar material que estereotipadamente ignora, isto é, dance music. Produzido por James Ford, o primeiro álbum da banda, Myths of the Near Future é um fenómeno saído da mais recente tradição de bandas Indie Britânicas. No entanto, o vocalista/baixista dos Klaxons, Jamie Reynolds e companhia não estão a reviver a música House e Rave ouvida no final da década de 80, embora este Myths of the Near Future homenageie bandas cuja sonoridade era maioritariamente retirada das guitarras; a banda traz na bagagem influências de nomes como os Stone Roses, Primal Scream e Happy Mondays. No entanto, a força e a sonoridade neste conjunto de 12 canções classificam os Klaxons primeiramente como…um grupo Inglês de Pop bastante cativante. E convenhamos que esta classificação é redutora.
Por causa desta característica de “misturar” dance music com guitarras foram comparados aos conterrâneos Artic Monkeys, que também recorreram a James Ford para lhes produzir o álbum. No entanto, enquanto que a sonoridade dancefloor dos Artic Monkeys é alcançada maioritariamente por causa das letras, no caso dos Klaxons essa sonoridade surge graças ao ritmo aplicado às guitarras, baseados em bandas de nova Iorque tais como os ESG ou os The Rapture, e à mistura dos instrumentos habituais nas bandas com arranjos electrónicos que podiam ter sido retirados de qualquer filme de ficção cientifica.
O álbum começa de forma excelente com Two Receivers, num registo mais melancólico mas sem se tornar cansativo, para o qual muito contribui o piano e o estilo dramático marcado pelo mesmo.
Segue-se Antlantis to Interzone, onde as influências electrónicas dos final dos anos 90 são mais evidentes.
Golden Skans é uma pérola e uma das melhores faixas do álbum, a par com It’s Not Over Yet, que nos faz lembrar uma música dos The Smiths, a A Rush and a Push and the Land Is Ours, descolando dos arranjos de Ed Banger.
Totem on the Timeline é a musica que mais foge ao lado intemporal que se pretendeu dar a este Myths of the Near Future, acabando por ser a faixa mais banal de todo o álbum.
As Above, So Below, Isle of Her e Forgotten Works, fazem-nos lembrar Blur na fase do 13, em que se começou a esquecer que os Blur começaram fundamentalmente como uma das bandas Indie mais inteligentes de sempre.
E chegamos então a uma das melhores, senão mesmo à melhor faixa do álbum: It’s Not Over Yet tem tudo para ser a melhor: é cativante, nunca cansa, principalmente quando se tem em conta que o seu tema é o poder do amor, no qual muitas vezes encontramos desespero, o qual nos leva a perguntar a alguém: You still want me, don’t you?
Os Klaxons, ao recorrerem a um universo literário (visível no art-work do álbum), conseguiram ser originais, podendo serem o que quiserem, quando e onde quiserem, o que fez com que a sua música e o álbum sejam tão cativantes.