25
Jan 08

 

 

 

 

Lista de Músicas

 

1 23

2 Dr. Strangeluv

3 The Dress

4 S.W.

5 Spring and by Summer Fall

6 Silently

7 Publisher

8 Heroine

9 Top Ranking

10 My Impure Hair

 

 

O número 23 é frequentemente considerado um número mágico associado à mudança, ao ponto de viragem numa situação, onde novas energias transformam a condição preexistente, mudando-lhe a trajectória. Acreditando em numerologia ou não, ironicamente, e apesar deste ser o sétimo álbum de estúdio dos Nova-Iorquinos Blonde Redhead, este 23 é um álbum que trouxe reconhecimento e catapultou a banda até à passadeira vermelha, trazendo-lhes mais exposição, venderam mais, fizeram uma tournée maior. Mas para aqueles que já conheciam e estão familiarizados com todo o trabalho anterior dos Blonde RedHead podem achar que este lado mágico e melancólico poderá provocar uma desintegração, um corte perigoso com aquilo que foi feito até então.

 Essencialmente, 23 é composto por músicas simples, onde encontramos semelhanças ao seu álbum de 2000, Melody of Certain Damaged Lemons, onde as influências de Sonic Youth são evidentes. As músicas são tão boas quanto as do álbum de 2004, Misery Is a Butterfly, que muitos fãs consideram a pérola dos Blonde RedHead, provocando uma sensação de perda quando ouvem este 23; muitos acham que a banda se perdeu algures no processo de composição das músicas, apesar de terem convidado para produzir o seu álbum Alan Moulder (U2, Depeche Mode, My Bloody Valentine, Smashing Pumpkins).

Mas para quem não conhecia os Blonde Redhead, este 23 é um fascínio, e é um prazer ouvi-lo vezes sem conta. A voz de Kazu Makino encaixa perfeitamente na música dos gémeos Amedeo e Simone. Dr. Strangeluv e Silently são dois dos momentos altos do álbum.

No fundo os Blonde RedHead são uma banda discreta, e talvez por isso, só ao sétimo álbum tenham ganho projecção internacional. Mesmo que não seja o seu melhor álbum, a verdade é que para quem não conhece os, tem neste 23 a oportunidade de descobrir uma banda com cerca de 13 anos de carreira e com uma capacidade tremenda de fazer boa música.

 

publicado por AS às 12:30

21
Jan 08

 

 

 

Lista de Músicas

 

1 Icky Thump

2 You Don't Know What Love Is (You Just Do as You're Told)

3 300 M.P.H. Torrential Outpour Blues

4 Conquest

5 Bone Broke

6 Prickly Thorn, But Sweetly Worn

7 St. Andrews (This Battle Is in the Air)

8 Little Cream Soda

9 Rag and Bone

10 I'm Slowly Turning into You

11 A Martyr for My Love for You

12 Catch Hell Blues

13 Effect and Cause

 

Quando em 2006, Jack White partiu à conquista do globo, com os Raconteurs, pensou-se que os White Stripes estavam acabados… O antecessor Get Behind Me Satan, de 2005, soava como uma retrospectiva de um homem frustrado com as limitações de um duo.

Assim, com todas estas condicionantes, Icky Thump acaba por soar como uma ressurreição: a reunião de Meg e Jack, dando-lhes a oportunidade de mostrar o amor fraterno, vestir as suas roupas estranhas e voltar aos blues.

Gravado em tempo recorde, numa maratona de 3 semanas, Icky thump, retorna aos elementos que caracterizaram a vida passada dos White Stripes. Desde os garage-blues, até palavras ditas de forma bizarra e reminiscências de Zeppelin e Dylan, o mais óbvio e forte neste álbum é o excelente som instrumental conseguido por Jack White, quer nas teclas, quer na guitarra.

O primeiro single, com o nome do álbum, é uma faixa que alterna entre o órgão “torturado” e uma guitarra selvagem; I’m slowly turning into you mistura por sua vez versos de Wurlitzer com fortes riffs de guitarra; St. Andrew (The Battle Is in the Air) apresenta White a tocar gaita-de-foles; e finalmente Conquest dá-nos um trompetista, no lugar de um órgão Casio.

Neste álbum comprova-se que Meg White cada vez mais se assemelha a John Bonham, “espremendo” o seu reportório num estilo muito Led Zeppelin, especialmente em faixas como You Don’t Know What love Is (You Just Do As You’re Told), onde se apreende ainda mais a grande ligação que a une a Jack.

Mas, ao contrário da maior parte de bandas revivalistas do blues-rock, que se contentam em re-escrever 96 tears, os White Stripes inovam, colocando inclusive um tom de falsos mariachi na faixa Conquest, brincando um pouco com Scott Walker, até se perceber que esta é uma recriação de Patti Page. Rag & Bone é quase uma tese acerca de uma banda que gosta de escrever sobre si própria, colocando Jack e Meg como coleccionadores de tralhas e com uma relação estranha e assustadora.

No entanto, este não é um álbum perfeito e, ao termos algo a apontar, seria a pop doce encontrada em You’re Pretty Good Lookin’ (For a Girl)”que provavelmente será hoje propriedade dos Raconteurs. Outro ponto menos bom é a colagem um pouco ao passado, fazendo com que se comparem as músicas de Icky Thump com as presentes em De Stijl. Ainda assim, apesar de tudo, a estratégia de rejuvenescência apresentada neste álbum, permitirá aos White Stripes continuar a crescer…

publicado por FV às 12:09

28
Dez 07

Our Love To Admire (2007)

 

Lista de Músicas

 

1 Pioneer to the Falls

2 No I in Threesome

3 The Scale

4 The Heinrich Maneuver

5 Mammoth

6 Pace is the Trick

7 All Fired Up

8 Rest My Chemistry

9 Who do you Think?

10 Wrecking Ball

11 The Lighthouse

 

 

Como já foi mencionado os dois primeiros álbuns dos Interpol estavam envoltos numa atmosfera sombria. Pois bem, ao terceiro álbum e, para surpresa de muitos, os Interpol surgem com uma sonoridade que corta com o que tinha sido feito até então e, desta feita, Our Love to Admire mostra-nos uma banda que procura refrescar a atmosfera pesada do Madison Square Garden. Antics, de certa forma, já “levantava um pouco do véu”, mostrando uns Interpol em busca de algo diferente no seu trabalho. Mas, à semelhança do que acontece várias vezes, uma determinada fórmula classificada de nova ou melhorada, não significa necessariamente que seja qualquer uma destas. Desta forma, aquilo que poderia ser algo inovador, acaba por expôr as limitações dos Interpol, em vez de mostrar o seu potencial.

Com uma produção mais cuidada e mais instrumentos à sua disposição, o grupo tem tendência a tornar-se indulgente, e as musicas acabam por sofrer com isso. Não estamos a dizer que Our Love to Admire é um flop, nada disso! A falha na concepção deste álbum foi tê-lo construído para atingir um grande sucesso comercial, acabando por se perder um pouco da coesão musical que havia nos álbuns anteriores. A melhoria que conseguimos encontrar aqui é, sem dúvida, a capacidade de escrita de Paul Banks, as mensagens que outrora eram lidas entre linhas, em Our Love to Admire é quase impossível tentarmos fazê-lo, porque tudo é explicado de forma directa, provocando até algumas “queixas” por parte do sexo oposto, atingindo um grau surrealista de estrela de Rock dos anos 80. Exemplo disso é No I in Threesome, onde ostensivamente se tenta convencer a namorada a convidar uma amiga para um Ménage, sendo uma hilariante paródia a um momento de embaraço. The Heinrich Maneuver “choca” contra uma actriz manipuladora, divertida e de coração frio e em Rest My Chemistry, o vocalista encontra-se a braços com uma eterna questão: alguma vez estaria demasiado "pedrado" para ter sexo com uma jovem groupie? (sabemos que é uma jovem groupie por causa de frases como esta: You look so young like a daisy in my lazy eye", nada menos.)

Mais do que nunca, Paul Banks tenta trazer alguma simpatia às músicas e consegue-o em Wrecking Ball.

Em No I in Threesome, é sugerido: "It's time we give something new a try." A tentativa de alcançar uma espécie de alivio da consciência acaba por sair tão condenada quanto a tentativa de tornar Our Love to Admire um álbum de massas. A pergunta que fica no ar é então a seguinte: Será que os Interpol conseguirão fazer um OK Computer (Radiohead) ou um Closer (Joy Division)? Esperemos que sim, até porque tem potencial para isso, mas até este momento só Antics conseguiu uma aproximação!

 

publicado por AS às 10:50

Antics (2004)

 

Lista de Musicas

 

1 Next Exit

2 Evil

3 Narc

4 Take You on a Cruise

5 Slow Hands

6 Not Even Jail

7 Public Pervert

8 C’mere

9 Length of Love

10 A Time to Be So Small

 

 

O álbum de estreia dos Interpol, Turn On the Bright Lights foi um marco não só na carreira da banda e no panorama do mundo Indie, mas também graças à enorme popularidade que alcançou colocou os Interpol numa situação complicada: se a banda cai, a sua humilhação vai ser enorme. Por isto, o segundo álbum tornava-se um dilema, pois o peso da responsabilidade era maior. Felizmente, os membros dos Interpol perceberam bem que não podiam ter como garantido aquilo que muitas outras bandas assumem como tal: a carreira de uma banda não se faz nem se destrói apenas pelo sucesso atingido pelo segundo álbum, um sucessor ideal não tem que necessariamente ser semelhante ao primeiro nem redefinir a sonoridade pré-estabelecida de forma a ser bem sucedido. A redefinição, no caso dos Interpol, não é um problema porque o que torna Turn on the Bright Lights único é a sua singularidade intemporal. Portanto, ficou esclarecido que o objectivo de Antics não era ser um Bright Lights 2. Os Interpol evitaram as armadilhas comuns, por não permitirem que a pressão que rodeava este lançamento os controlasse, bem como a posição ténue entre astúcia, auto-consciência e a diversificação necessárias retirassem a este álbum a abertura e plasticidade pretendidas.

Antics está envolto numa aura pesada que é visível no próprio art work do álbum, que vai desde fotos em tons de cinzento a pequenas frases escritas em Código Morse que representam partes dos nomes de algumas faixas (Length, Narc, Cruise, Exit, respectivamente).

O primeiro single retirado de Antics, Slow Hands faz lembrar o álbum de estreia dos Interpol e acaba por representar uma metáfora para Antics como um todo: Após reflectir durante o rescaldo de uma relação segura, tomada como garantida, Paul Banks pega no “peso” descrito em Obstacle 1 de Turn on the Bright Lights, retirando-o do seu coração e projectando-o para a mulher que presumivelmente provocou esse “peso”. No entanto, musicalmente, esta faixa está longe do que os Interpol tinham feito até então, reflectindo uma produção cuidada e um refrão (We spies/ We slow hands/ You put the weights all around yourself) semelhante aos usados em estilos Pós-Punk ou músicas mais dançáveis. Similarmente, Antics “joga” por antecipação, controlando expectativas desmesuradas, funcionando como uma colecção forte de singles do que como um álbum coeso e perfeito. E se até então os Interpol eram sinónimo de desolação emotiva, neste momento optaram por uma atitude de extrema resignação.

A faixa de abertura, Next Exit é imediatamente diferente; a progressão do órgão em conjunto com o ritmo marcado pela bateria anunciam uma banda diferente. É claramente notório que os Interpol mudaram, deixando o seu tom mais “casual”, para experimentar novas técnicas de mistura: o Baixo de Carlos D. e a guitarra de Daniel Kessler são parcialmente “silenciados” para dar espaço e realce à voz de Banks, permitindo-lhe explorar novos horizontes, conduzindo a banda a uma sonoridade mais Pop aliada a eloquência lírica. A voz de Paul Banks em faixas como Narc emerge onde outrora estava como que enterrada num nevoeiro impermeável, facto que era considerado por muitos, e até mesmo pelo próprio Banks, algo monótono, e estes conseguem apreciar melhor esta mudança de ritmo.

Embora a maioria das canções que constituem Antics revelem uma clara mudança de rumo, a progressão natural dos Interpol é evidente. Evil, por exemplo, tem um ritmo muito mexido para contrabalançar a sua letra ambiguamente desoladora. A banda revela algum auto-controlo em Narc, onde o sintetizador do órgão teria um papel de destaque, que acaba por ser atribuído à guitarra de Kessler e o trabalho de Carlos D. no baixo é quase imperceptível. O ritmo disco-pop de Lenght of Love inicialmente parece estar em desacordo com a excelente orquestração, mas este contra senso acaba por trazer um elemento dinâmico à limitada composição da música.

A banda não perde o cuidado e o brio para a exploração e construção épica, apesar de Take You On a Cruise, Not Even Jail e Public Pervert colocarem a secção do meio do álbum num patamar teatral e negro que foi a imagem de marca da estreia da banda, enquanto que a expansiva A Time to Be so Small, com o seu ritmo e imagem “cadavérica” faz com que Antics termine com uma espécie de inquietude macabra.

Embora os Interpol não pudessem esperar ultrapassar os alvos atingidos com o álbum anterior, é difícil imaginar um segundo álbum mais satisfatório do que este. Mas o que se torna de facto interessante é que a banda teve o cuidado e a sabedoria para ignorarem uma percepção reduzida da sua carreira, determinando que, Turn On the Bright Lights foi um audacioso salto de uma grande altura, enquanto que Antics é a crucial aterragem. Até mesmo neste aspecto a banda foi muito bem sucedida. No entanto, esta “libertação” enfatiza o aspecto que, no grande esquema que é a carreira dos Interpol, este é apenas um de uma série de bons álbuns. Antics mostra uns Interpol a libertar-se do peso da sua bagagem pesada e (felizmente) vieram para ficar.

 

publicado por AS às 10:47

Turn on the Bright Lights (2002)

 

 

Lista de Músicas

1 Untitled

2 Obstacle 1

3 NYC

4 PDA

5 Say Hello to the Angels

6 Hands Away

7 Obstacle 2

8 Stella Was a Diver and She Was Always Down

9 Roland

10 The New

11 Leif Erikson

 

 

Falar de Interpol é difícil, assim como deve ter sido bastante complicado classificar e adjectivar os Joy Division quando estes começaram a dar os seus primeiros passos. A verdade é que por muito que se possa dizer de ambas, o seu mérito começa naquilo que lhes é comum: a imensidão de coisas que estão associados ao conceito de preto e branco, como se o seu mundo fosse apenas composto por estas cores, e pegando nesta premissa, criou-se um “universo” doloroso, profundamente penetrante, e igualmente lindíssimo. Exceptuando algumas semelhanças vocais, é aqui que o paralelismo entre os Interpol e os Joy Division acaba. Todos os adjectivos que se possam usar para descrevê-los serão os mesmos que utilizaremos para classificar várias bandas dos anos 90. Comparações à parte, quando Turn On the Bright Lights foi lançado, em 2002, desde o início que se sentiu que estávamos perante algo diferente e único, tal não eram a urgência e o fundamentalismo prementes nas suas letras. De facto, o primeiro álbum de originais da banda está repleto de emoções fortes, e embora os Interpol tenham sido postos no mesmo “saco” de outras bandas Nova Iorquinas, o que lhes valeu tremendas comparações com as mesmas, mas diga-se o que se disser, é inegável que este Turn On The Bright Lights é um álbum afectivo e poderoso. A perda e o arrependimento são os temas centrais do álbum, onde os riffs de guitarra dão o mote para despertar os mesmos – e embora não seja nenhum Ok Computer, e nem era este nunca o objectivo, pelo menos nesta altura em que os Interpol começavam a dar os seus primeiros passos, seria impensável a banda almejar voos tão altos nesta fase da sua carreira.

I will surprise you sometimes, I’ll come around when you’re down, é desta forma suave que o álbum começa em Untitled. O que chama a atenção neste Turn On the Bright Lights é que as suas letras são apelativas e assertivas, apoiadas pela forma aparentemente vacilante de cantar de Paul Banks, o que torna o álbum quase num paradoxo, visto que é maioritariamente depressivo, mas surpreendentemente refrescante e apelativo. As 11 faixas que o constituem evocam raiva e uma necessidade premente de soltar essa mesma raiva, imersa numa serenidade tremenda. Absorver toda esta complexidade e carga emocionais pode ser complicado, principalmente tendo em conta que somos confrontados com esta situação em todo o álbum, mas é precisamente este desafio que o torna tão interessante.

Analisar os altos e baixos deste Turn on the Bright Lights seria como procurar uma agulha no palheiro, dada a sua consistência, mas obviamente que existem músicas que sobressaem, duas das quais são aquelas que foram retiradas do EP, NYC mostra o amor incondicional pelas ruas da cidade natal dos Interpol e, conforme aconteceu no EP, os Interpol mostram do que são capazes em Obstacle 1 e The New. Obstacle 1 é a musica que mais faz lembrar Joy Division, onde os Interpol “encaixam” agressivamente na música, que contém surtos de agressão com imagens fortes e perturbadoras, como é exemplificado quando Banks diz “You’ll go stabbing yourself in the neck”. A tensão transmitida pelas guitarras é um contraponto, dando profundidade à musica através das suas várias “explosões”, tal como acontecia com os colapsos emocionais de Ian Curtis, que eram realçados pela aparente fragilidade da guitarra que os acompanhava. No momento em que Turn on the Bright Lights chega à penúltima faixa, The New, toda a raiva que até então parecia existir desaparece, deixando apenas o som calmo da aceitação consciente.

Resumindo, Turn on the Bright Lights foi um dos álbuns mais surpreendentes de 2002, e a descoberta dos Interpol foi uma experiência excepcional, que seria confirmada com os álbuns que se seguiram.

 

publicado por AS às 10:43

 Biografia

 

Os Nova Iorquinos Interpol começaram quando Daniel Kessler (o guitarrista e vocalista da banda) formou uma parceria com Greg Druddy (baterista), um colega seu na Universidade de Nova Iorque. Kessler conheceu também outro estudante, Carlos Denger, que anteriormente tinha tocado guitarra e que se sentia cada vez mais envolvido com a música. À sua responsabilidade ficou o Baixo e as Teclas. Por coincidência, algum tempo depois, Kessler encontrou Paul Banks, um guitarrista/vocalista que tinha conhecido em França, quando ambos fizeram Erasmus. Com o grupo devidamente alinhado, os Interpol tornaram-se uma banda em activo em 1998. Após os primeiros concertos da banda, no início do ano 2000, Drudy abandona o grupo, deixando o seu lugar livre, o qual foi ocupado por Sam Fogarino.

 

Os Interpol começaram a tocar ao vivo frequentemente, incluindo vários bares e clubes de Nova Iorque como o Brownies e o Mercury Lounge. Fizeram uma pequena tournée no Reino Unido, em Abril de 2001, tornada possível graças ao apoio dado no programa da BBC de John Peel. 2001 também viu o primeiro EP dos Interpol ser lançado e outra compilação intitulada This is the Next Year, um disco duplo que gravava os concertos dados em Brooklyn.

 

Em 2002, a banda assinou contrato com a editora Matador, e assim foi possível editar o álbum de estreia dos Interpol, Turn on the Bright Lights, no final do mesmo ano. A banda ganhou muito rapidamente o reconhecimento como “estrelas indie”, e iniciaram uma tournée mundial. Pouco tempo antes do lançamento do seu segundo álbum, Antics, em Setembro de 2004, os Interpol fizeram a primeira parte dos Cure, no festival de música Curiosa. Our Love to Admire, o primeiro álbum editado por uma grande editora (a Capitol), foi lançado em 2007.


Discografia

Turn On the Bright Lights (2002)

Antics (2004)

Our Love To Admire (2007)


Concertos

07-11-2007 - Coliseu dos Recreios


publicado por AS às 10:04

21
Out 07

Absolute Garbage (2007)

 

 

 

 

 

  

 

Lista de Músicas

 

1 Vow

2 Queer

3 Only Happy When It Rains

4 Stupid Girl

5 Milk

6 #1 Crush - (Nellee Hooper Remix)

7 Push It

8 I Think I'm Paranoid

9 Special

10 When I Grow Up

11 You Look So Fine

12 The World Is Not Enough (Don Black / David Arnold)

13 Cherry Lips (Go Baby Go!)

14 Shut Your Mouth

15 Why Do You Love Me

16 Bleed Like Me

17 Tell Me Where It Hurts

18 It's All Over But The Crying (Remix)

 

Absolute Garbage is the sound of a band completely destroying themselves ...

... and it sounds awesome.

 

 

Em Maio deste ano foi anunciado no site oficial dos Garbage que a banda estava a preparar um Best-Of, bem como vários outros trabalhos, que incluíam um DVD com a cobertura de concertos, um B-Sides, e o primeiro álbum a solo de Shirley Manson, que está previsto chegar às lojas no final do ano.

Entretanto, em Julho de 2007 foi lançado o Best Of da banda, Absolute Garbage, que não só incluía algumas das músicas a que a banda habituou os seus fãs, como incluía um novo single Tell Me Where It Hurts, e na edição especial, um cd com vários remixes das suas músicas por outros músicos.

Muito se pode dizer dos Best-Of, que são lançados quando uma banda (já) não tem originalidade para fazer mais, que não passa duma compilação de singles, nunca sendo uma reunião das melhores músicas, etc., etc.

E o que se pode dizer deste Best-Of? Bem não se pode dizer que os Garbage já não tem originalidade para fazer mais, se assim fosse não estariam a preparar um B-Sides, e Tell Me Where It Hurts, embora não sendo uma música fantástica, é uma lufada de ar fresco e uma prova que eles ainda tem muito para dar.

Ao contrário da maioria dos Best-Of, este Absolute Garbage está organizado de forma cronológica, começando no 1º single Vow e terminando com o último single da banda, editado especialmente para incluir neste Best-Of. E é nesta sequência que reside o que de bom tem o álbum: permite a quem o ouve observar uma banda a evoluir, a crescer e a se tornar uns guerreiros em palco. Este processo reflecte-se totalmente na música, e 12 anos após o seu 1º lançamento, Vow continua a manter a sua força. Seguem-se Queer, Only Happy When it Rains e Stupid Girl, e ao ouvi-las novamente, não surpreende que Garbage tenha sido o sucesso que foi. Esta sequência inicial cheia de garra é seguida de Milk e #1 Crush, a primeira é um excelente single, embora nunca tenha atingido os tops, e a 2ª, ao ser utilizada na banda sonora de Romeu e Julieta, curiosamente tornou-se uma referência do Rock Alternativo da década de 90.

Seguimos para Version 2.0 onde facilmente se nota que a espontaneidade do primeiro não encontramos aqui. Todos os singles, músicas presentes neste álbum estão aqui por alguma razão. Tudo foi trabalhado e preparado minuciosamente. De tal forma que Push It, continua a ser um dos melhores registos POP que a banda conseguiu fazer. Seguem-se Special, When I Grow Up e You Look So Fine, alguns dos melhores momentos de Version 2.0.

Devido a vários problemas, incluindo de saúde de Shirley Manson, que felizmente, não passou de um susto, os Garbage mudaram de visual e de postura, tornando-se uma banda “Electro-POP”, que em retrospectiva, foi um erro enorme. Daí, que um dos principais singles de Beautiful Garbage, Androginy não foi incluído nesta compilação, sendo escolhido Cherry Lips (Go Baby Go) e Shut Your Mouth para representar BeautifulGarbage, e neste aspecto as escolhas foram adequadas.

A crise foi ultrapassada e o 4º álbum da banda Bleed Like Me foi um sucesso, embora não tenha atingido as vendas dos anteriores, e daí a escolha da faixa com o mesmo nome, por ser uma das melhores músicas dos Garbage em cerca de 5 anos.

Tell Me Where It Hurts, o novo single da banda, serve de lufada de ar fresco e para não transmitir aquele sentimento que uma compilação deste género não é inútil, antes pelo contrário. Este álbum termina com um remix de It’s All Over But The Crying, e para que não apareça perdido entre as músicas de Version 2.0 e o single The World is Not Enough. Não é propriamente o melhor final, mas é o final possível e adequado da “viagem” que este álbum é.

Claro que, como em qualquer Best Of, as opiniões divergem e há sempre faixas que gostávamos de ver presentes, como por exemplo, Temptation Waits, Medication, Cup of Coffee ou Right Between the Eyes, entre outras, mas tendo em conta que raramente se consegue satisfazer todos os fãs, este Absolute Garbage tem algo que o torna único:

Estamos perante um Best Of que não se cinge a reunir no mesmo CD os singles da banda, até porque os Garbage tiveram o cuidado de excluir o pior single, Andronginy. Temos um tema que pertenceu à banda sonora de um James Bond (The World is Not Enough), uma música nova, e o mais importante de um Best Of: o prazer de ouvir boas músicas e de voltar a ouvir os álbuns dos Garbage, uma banda que curiosamente parece que se quer destruir, e é isso que faz com que sejam tão extraordinários.

Acima de tudo, os Garbage sabem que não são nem nunca o quiseram ser os melhores do Pop-Rock Alternativo: “apenas” fizeram musica Rock cheia de energia e com várias influências e elementos electrónicos. Eles não têm arrependimentos acerca das suas carreiras, e depois de ouvirmos este Best Of, ninguém irá ter.

Resta então esperar pelo lançamento do tão prometido B-Sides, do álbum a solo de Shirley Manson e de novos álbuns dos Garbage.

publicado por AS às 14:42

Bleed Like Me (2005)

 

 

 

 

Lista de Músicas

 

1 Bad Boyfriend

2 Run Baby Run

3 Right Between the Eyes

4 Why Do You Love Me

5 Bleed Like Me

6 Metal Heart

7 Sex Is Not the Enemy

8 It's All Over But the Crying

9 Boys Wanna Fight

10 Why Don't You Come Over

11 Happy Home

12 Why Do You Love Me

 

Durante 10 anos, os Garbage lançaram álbuns de Hard-POP-Rock que falavam de desejo e desgraça, acabar e começar de novo. Esta década não foi fácil para eles, Bleed Like Me é “apenas” o quarto álbum da banda nesses 10 anos – e o primeiro desde o lançamento, em 2001, de BeautifulGarbage – que se tornou quase o fim dos Garbage. Como se não bastasse, a banda teve que fazer um interregno em virtude de Butch Vig ter decidido abandonar o grupo, o que culminaria no fim da mesma.

Butch decidiu voltar 4 meses depois e os Garbage voltavam em força ao trabalho. E o resultado é Bleed Like Me: o primeiro álbum dos Garbage (finalmente) consistente, em que Butch Vig, Duke Erickson e Steve Marker, e a poderosíssima vocalista Shirley Manson caminham no mesmo sentido: eles sabem muito bem sobre o que estão a escrever, cantar e a tocar furiosamente. I've held back a wealth of shit/I think I'm gonna choke, grita a plenos pulmões Shirley Manson em Why Do You Love Me, uma faixa bastante rápida, conduzida pelas guitarras. Shirley está melhor que nunca neste álbum.

Bleed Like Me é bom, rápido e suficientemente viciante para nos deixar presos durante largos meses a ele. Bad Boyfriend é a faixa de abertura, que nos encaminha e mostra um prenúncio do bom que o Rock pode ser quando bem feito. A desilusão amorosa é o tema central e Manson conduz o tema de forma sedutora, como sempre habituou os fãs, e dá a estocada final ao dizer I know some tricks I swear will give you the bends. No entanto ela não tem ilusões acerca do preço a pagar ao dizer: If you can't love me, honey/Go on, just pretend. Em três minutos e a má noticia está dada: Quando se quer algo da pior maneira possível, então com certeza que será assim que o iremos ter!

O primeiro terço de Bleed Like Me é, sem grande dificuldade, o melhor seguimento de faixas desde o 1º álbum. A densidade e o pormenor das potentes guitarras em Bad Boyfriend, Right Between the Eyes, Why do You Love Me e Run Baby Run é de fazer inveja a bandas que tentavam reviver os anos 80 e que surgiam na altura, onde os Garbage soam melhores e mais modernos do que, por exemplo, os Kasabian.

Em Metal Heart, Shirley Manson mostra o seu afecto e simpatia por Patti Smith, lutando contra a “corrosão”, provando que é possível fazê-lo sem ser necessário recorrer escabrosamente à distorção.

O mesmo sentimento que outrora assombrou a banda – o de andar em círculos, surge no final do álbum, como se a desgraça e a lama de se estarem a separar e se juntarem novamente deixasse os Garbage sem força para manter as suas canções actuais e de qualidade. Mas, independentemente do que cada um teve que passar para chegar aqui, valeu a pena, e isso vê-se na faixa que tem o mesmo titulo o álbum: Bleed Like Me, uma faixa conduzida por uma guitarra acústica, que fala de várias pessoas que estão a cair em desgraça, por várias razões – tudo o que de doentio, viciante e suicida que existe, desde a anorexia, ao álcool, drogas são aqui abordados, revelando um pouco do sentimento da banda, que se resume na frase:

Try to comprehend that which you'll never comprehend.

A sabedoria popular costuma dizer que Há males que vem por bem, e no caso dos Garbage o interregno a que foram forçados serviu para definirem os seus objectivos, o que queriam fazer, e o resultado não podia ter sido melhor, para grande alegria dos fãs.

publicado por AS às 14:41

Beautiful Garbage (2001)

 

 

 

 

Lista de Músicas

 

1 Shut Your Mouth

2 Androgyny

3 Can't Cry These Tears

4 Til the Day I Die

5 Cup of Coffee

6 Silence Is Golden

7 Cherry Lips (Go Baby Go!)

8 Breaking Up the Girl

9 Drive You Home

10 Parade

11 Nobody Loves You

12 Untouchable

13 So Like a Rose

 

Em 2001, ano em que os Garbage lançam o seu 3º álbum de originais eles eram uma banda de veteranos, desde a vocalista aos três especialistas e produtores que, neste caso eram os músicos. Devido a todas as suas experiências e sonoridades influenciadas pelo Rock Alternativo da década de 80, trouxeram aos anos 90 o melhor deste, surgindo no momento certo para que a sua música fosse moderna e reconhecida. Na construção da sua sonoridade, os Garbage, desde o início, conscienciosamente pegaram em elementos de Trip-Hop, Indie Rock, entre outros, tudo o que considerassem sonoramente interessante, era reunido com habilidade e com uma visão comercial bastante apurada.

Por tudo isto, aliado à necessidade de não criarem um álbum igual aos seus antecessores, os Garbage, neste Beautiful Garbage fizeram um corte com a sonoridade anterior, onde encontramos uma aproximação a vários estilos musicais, principalmente R&B como é o caso de Androginy, ou ao New Wave de Cherry Lips (Go Baby Go!), ou às influências de Blues de Silence is Golden. De facto, Beautiful Garbage é um álbum muito mais POP, versátil e variado que os anteriores, mas o corte com aquilo que tinha sido feito anteriormente foi de tal forma radical que não agradou a uma grande maioria dos fãs, e isso reflectiu-se nas vendas, que ficaram muito aquém das expectativas. É um álbum com bons momentos, como Can’t Cry These Tears, Cup of Coffee e Drive You Home, que é, provavelmente uma das melhores canções compostas pelos Garbage. Mas o que Beautiful Garbage tem de bom também tem de mau, sendo capaz de variar entre os melhores momentos dos Garbage e faixas como Parade ou Till the Day I Die, que não conseguem convencer, e são desprovidas de nexo, fazendo com que aquilo que inicialmente era uma boa ideia, não trouxe os resultados necessários, chegando a por em causa o trabalho de uma banda, que até então, tinha um percurso excelente!

publicado por AS às 14:40

Version 2.0 (1998)

 

 

 

Lista de Músicas

 

1 Temptation Waits

2 I Think I’m Paranoid

3 When I Grow Up

4 Medication

5 Special

6 Hammering in My Head

7 Push It

8 The Trick Is to Keep Breathing

9 Dumb

10 Sleep Together

11 Wicked Ways

12 You Look So Fine

 

Em 1998, no auge do boom das novas tecnologias e da Internet, surge-nos o segundo álbum dos Garbage, Version 2.0 cujo título consegue ser tão original e perfeito quanto o álbum.

Tudo aquilo que tornou os Garbage um fenómeno de sucesso está aqui presente: a força sedutora e sensibilidade POP de Shirley Manson juntamente com uma produção que se encontra entre o Rock Alternativo e Techno – desta feita, apresentado duma forma ligeiramente diferente.

À primeira audição pode não parecer tão excitante quanto o primeiro, mas a sua produção cuidada e computorizada, facilmente nos faz mudar de ideias.

Version 2.0 começa com um dos melhores momentos que os Garbage proporcionaram aos seus fãs: Temptation Waits tem tudo – a voz envolvente de Shirley Manson torna totalmente viciante uma faixa que fala de uma relação intensa, que é considerada uma droga. Uma música sobre uma relação obsessiva é um vício, conceito que anteriormente tinha sido explorado em #1 Crush, um dos primeiros singles da banda, que se tornou conhecida por ter sido utilizada na banda sonora do filme Romeu e Julieta.

É um álbum que vai crescendo de intensidade e faixas como Medication, Special, Push it, The Trick is to Keep Breathing fazem de Version 2.0 uma autêntica pérola e um álbum quase sublime.

Outra coisa que tornou este álbum um fenómeno foram os telediscos inovadores e algo estranhos (no caso de Push It) que acompanharam a sua promoção. Nestes, saltava à vista a beleza e capacidade de sedução de Shirley Manson, sem falar de toda a produção que era aplicada neles.

Version 2.0 acaba como começa: com uma faixa que fala sobre as relações, o amor e tudo aquilo que somos ou não capazes de fazer por ele é o tema central de You Look So Fine. É isto que se torna a imagem de marca dos Garbage, e em parte também o seu calcanhar de Aquiles:

A voz envolvente e a imagem sedutora de Shirley Manson, aliadas à produção cuidada das faixas da banda (ou não fosse ela constituída por produtores) fazem dos Garbage uma banda aliciante de ouvir, mas também, se não se tiver o devido cuidado, podiam cair no erro de tornar as suas músicas pouco inovadoras, ou praticamente iguais.

Não é o caso, felizmente de Version 2.0, que é capaz de ser o melhor álbum dos Garbage, mas o mesmo não se poderá dizer dos álbuns que o seguiram.

 

publicado por AS às 14:39

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