19
Jan 12

 

 

Da minha infância fazem parte muitos desenhos animados, muitos deles baseados em Bandas Desenhadas. Um deles tinha acabado por ficar um pouco esquecido nas minhas memórias até que na semana passada, decidi aproveitar uma promoção, e adquiri alguns volumes da colecção.

Falo de Blake & Mortimer, criados pelo belga Edgar P. Jacobs e cuja primeira aparição remonta a 1946, na revista Tintim.

Estas aventuras contam-nos as viagens e aventuras dos amigos Philip Mortimer, um brilhante cientista inglês, e o seu amigo Francis Blake, capitão no MI5 (Parte dos Serviços de Segurança Britânicos). Como em qualquer história, todos os heróis tem o seu vilão, que neste caso é o Coronel Olrik, um mestre e explorador de actividades criminosas.

Mortimer é considerado o personagem principal, aparecendo em alguns volumes sozinho, muito graças ao seu carácter impulsivo, envolvendo-se em várias aventuras. Por outro lado, Blake é o lado responsável, racional, o típico militar que, em variadíssimas situações, como se diz em inglês “saves the day”. Em compensação, o vilão Olrik combina um pouco das características de ambos, tornando-se um inimigo “duro de roer”.

As aventuras são muito interessantes, tendo muitos elementos científicos e de espionagem, alguns deles até bastante avançados para a época em que foram descritos. A narrativa passa-se entre 1950 e 1970, contendo alguns elementos políticos contemporâneos às histórias. Mesmo depois da morte de Jacobs, os vários autores que deram vida às personagens mantiveram-se fiéis ao trabalho anterior.

Pessoalmente estou a gostar bastante das histórias que tenho lido, e posteriormente hei-de falar delas aqui. Por enquanto, deixo-vos a lista total desta série que espero que, se não conhecerem, ao pegar nela, gostem tanto quanto eu tenho estado a gostar!

  • O Segredo do Espadão - Tomo 1, de Edgar P. Jacobs
  • O Segredo do Espadão - Tomo 2, de Edgar P. Jacobs
  • O Segredo do Espadão - Tomo 3, de Edgar P. Jacobs
  • O Mistério da Grande Pirâmide - Tomo 1, de Edgar P. Jacobs
  • O Mistério da Grande Pirâmide - Tomo 2, de Edgar P. Jacobs
  • A Marca Amarela de Edgar P. Jacobs
  • O Enigma da Atlântida de Edgar P. Jacobs
  • S.O.S. Meteoros de Edgar P. Jacobs
  • A Armadilha Diabólica de Edgar P. Jacobs
  • O Caso do Colar de Edgar P. Jacobs
  • As Três Fórmulas do Professor Sato - Tomo 1, de Edgar P. Jacobs
  • As Três Fórmulas do Professor Sato - Tomo 2, de Edgar P. Jacobs & Bob de MOOR
  • O Caso Francis Blake de Ted BENOIT & Jean VAN HAMME
  • A Maquinação Voronov de André JUILLARD & Yves SENTE
  • O Estranho Encontro de Jean Van Hamme & Ted Benoit
  • Os Sarcófagos do 6.º Continente - Tomo 1, de Yves Sente & André Juillard
  • Os Sarcófagos do 6.º Continente - Tomo 2, de Yves Sente & André Juillard
  • O Santuário de Gondwana - de Yves Sente & André Juillard
  • A Maldição dos Trinta Denários - Tomo 1, de René Sterne, Chantal de Spiegeleer & Jean Van Hamme
  • A Maldição dos Trinta Denários - Tomo 2, de Jean Van Hamme & Antoine Aubin
publicado por AS às 19:45

18
Abr 08


Resumo: Lucky Luke é mandatário do Estado para ir repor a ordem na cidade de Titusville, como Xerife.

Titusville está em alvoroço desde a chegada do Coronel Drake e a sua descoberta de petróleo, fez com que a cidade fosse invadida por prospectores ávidos de fortuna. Até mesmo os habitantes querem uma parte deste negócio. Entre eles está o malévolo Barry Blunt, um ex-advogado sem escrúpulos, que quer ser dono de todos os poços de petróleo existentes na região! Um dos seus homens, um tal de Bingle, vai ser uma ajuda preciosa para Luke, embora este o tenha posto na prisão!

Mas contra Barry Blunt, toda a ajuda vai ser necessária.

 

Crítica: Uma vez mais, Morris & Goscinny retiram os nossos heróis do seu “habitat” e dos seus hábitos. Desta vez, não estão no Mississipi mas na Pensilvânia, no entanto, as diferenças sociais entre o Oeste de Lucky Luke e o Este deste estado não são notadas.

O tema do petróleo já tinha sido discutido num álbum anterior (Corrida para Oklahoma) mas, na base deste 18º álbum estão eventos históricos e verídicos. Embora tenha como tema central um assunto tão polémico (até mesmo nos dias de hoje) fazendo com que o argumento seja uma critica social, a história continua a ser um verdadeiro clássico a que estamos habituados.

A caracterização das personagens está bem definida, isto porque enquanto que o Coronel Drake levamos algum tempo a perceber qual é o seu papel e quais as suas intenções, em compensação, Blunt e Bingle são automaticamente catalogados, praticamente desde o 1º momento em que aparecem na história.

 

De louvar é a iniciativa da Asa em reeditar este álbum e pretender editar os restantes álbuns da colecção. Fica desde já os nossos agradecimentos e o apelo de estender esta iniciativa a outros heróis, como por exemplo, o Spirou e os Estrumpfes.

publicado por AS às 13:58

14
Set 07

                                    

Condenados a 387 anos de prisão, os irmãos Dalton são o alvo principal duma amnistia decretada no velho Oeste: devido à necessidade de reduzir o excesso de lotação das prisões, os Dalton vão ser enforcados. Pelo menos é esta a decisão do novo Presidente. Mas o ocupante da cela vizinha, o juiz corrupto Biglard indica-lhes uma lei antiga, de Junho de 1858, que poderá dar aos Dalton a oportunidade de escapar à forca…desde que casem! Desta forma a Mã Dalton procura arduamente esposas para os seus 4 filhos, o que não se mostra tarefa fácil dada a má reputação que eles têm em todo o Oeste. O dia da execução aproxima-se a passos largos, e quando tudo parecia perdido eis que a Mã Dalton aparece com as 4 noivas para os seus filhos, as Squaws da tribo Cabeças Achatadas, que foram as únicas que aceitaram casar com os 4 manos incorrigíveis.

Depois do sucesso que foi Lucky Luke no Quebeque, eis que chega até nós o 2º álbum das Aventuras de Lucky Luke segundo Morris pelas mãos da dupla Achdé e Gerra.

O (re) aparecimento dos Dalton nesta história, e diga-se de passagem de forma brilhante e surpreendente (Os irmãos Dalton casados? Só mesmo vendo para crer!) no cenário criado por Gerra e Achdé, em conjunto com a analogia da corda da forca traz de volta a grande tradição daquilo que sempre foram As Aventuras de Lucky Luke.

No desenho, Achdé também cumpre bastante bem, por recriar cenários de época dignos das melhores histórias de Lucky Luke, restaurando a alma da série na perfeição. Preciso, limpo e rápido o seu desenho testifica a virtuosidade do génio Morris e, com certeza, este não iria desaprovar estas novas aventuras!

publicado por AS às 15:10

22
Ago 07

                        

Fantásio está prestes a descobrir um “furo”. Por que razão a embarcação Glaciar KH está isolada e debaixo de um controlo serrado num porto Francês? John Helena, um antigo “inimigo” de Spirou e Fantásio, conseguiu fugir da embarcação e revela-lhes a razão do isolamento: uma experiência no Antárctico em que estão armazenados e testados todos os vírus para a humanidade. Infelizmente, um dos frascos transportado no barco partiu-se, contaminando a tripulação do Glaciar KH, entre os quais Helena, com quem é necessário evitar contacto, sob risco de se contrair a misteriosa doença. Helena pede para ver o Conde de Champignac que, segundo ele, é a única pessoa capaz de encontrar a cura. O conde, como não poderia deixar de ser desenvolve um antídoto para curar a doença, só que tem um senão: o antídoto só é totalmente eficaz se estiver em contacto com o veneno que provoca a doença, que se encontra na base localizada no Antártico, onde John Helena foi infectado. Os nossos heróis partem para o Pólo Sul enquanto que o Conde tenta avisar o ministro acerca da experiência em curso. No entanto, o acessor do ministro, Basile de Koch, é também o presidente da empresa que tem a base polar, onde mantém uma organização secreta de tráfico de armas biológicas. Ele impede os esforços do conde, enquanto manda os seus homens para matar Spirou e os seus companheiros. Os esforços de Basile vão “por água abaixo” graças a um dossier publicado por um jornalista infiltrado nos seus homens, e assim não consegue prevenir a intervenção de militares no salvamento dos nossos heróis, acabando também com a base polar. No fim, tudo acaba em bem, e Spip é imune ao vírus, enquanto que Helena e os outros pacientes são todos curados.

 

Este é o primeiro álbum das aventuras de Spirou escrito pela dupla Tomé & Janry, sucedendo a Nic & Cauvin que só escreveram três álbuns. Neste, ainda que em fase mais experimental, se nota algo que se iria tornar a imagem de marca deste dupla: os nossos heróis começam a viajar imenso, desta vez ao Pólo Sul, mas posteriormente, à Austrália, Nova Iorque e Moscovo, só nas mãos destes desenhadores. Outro dos aspectos prende-se com os argumentos envolverem muitos enredos ligados a jogos de espionagem, máfia, interesses de grandes empresas, etc. não é o melhor dos álbuns escritos por esta dupla, mas abre um bom prenuncio para os álbuns que se seguiriam, que se tornaram alguns dos melhores da série.

publicado por AS às 11:12

09
Jul 07



Nesta aventura, Spirou e Fantásio viajam até ao Mediterrâneo, onde acompanham as pesquisas de Martin, um arqueólogo muito nervoso.

Graças a um submarino cedido pelo conde de Champignac, eles descobrem uma gigantesca estátua que abre as portas para uma civilização submersa e completamente desconhecida, a fazer lembrar a Atlântida.

Curiosamente, os dois heróis estão em desacordo quanto ao que fazer com este achado. Enquanto Fantásio se deixa convencer pelo milionário Callaway, que quer explorar o espólio em proveito próprio; Spirou, por seu lado, fica com Martin, que se opõe ferozmente ao desígnio de Callaway.

A ajuda de Thian, uma jovem universitária indonésia vai ser fundamental para Spirou poder seguir a pista do espólio encontrado até à Nova Zelândia. É ali que, provavelmente se situa uma cidade mítica guardada por monstros gigantescos que sobem do fundo do mar para se vingar dos humanos.

Esta banda desenhada, assinada por Yoann (desenho) e Fabien Vehlman (texto), teve a sua primeira publicação na revista Spirou (números 3537 a 3546), entre 25 de Janeiro e 29 de Março de 2006.

Esta aventura de Spirou é diferente de todas as outras, isto porque a incursão dos dois autores no universo da série não terá qualquer continuidade, ou seja, Os Gigantes Petrificados é o primeiro título de um projecto paralelo à sequência das histórias do herói, e desta forma, as Editions Dupuis, permitem que diferentes criadores consagrados explorem um tema de forma livre, tanto do ponto de vista gráfico como temático.
Originalmente, esta segunda série é também objecto de um tratamento editorial diferenciado - maquete própria, maior número de páginas e um formato de prancha maior do que o tradicional, permitindo expor os desenhos de forma mais generosa.
O resultado é, a vários títulos, surpreendente. Spirou e Fantásio "tornam-se", finalmente, heróis adultos numa aventura que é também desenvolvida num registo emocionalmente mais adulto do que o habitual. Pela primeira vez, os destinos de um e de outro separam-se desde o início da narrativa e durante muito tempo permanece a dúvida acerca da sua reconciliação.
Outro ponto que distingue esta das restantes aventuras da série é a aberta exposição da vida amorosa dos heróis. Fantásio é claramente seduzido pela insinuante colaboradora do milionário, comportando-se de forma pouco reconhecível pelos fãs do personagem. Quanto a Spirou, namora de forma mais discreta a jovem Thian, mas a atracção mútua é tão explícita que não escapará a ninguém.
Apesar destas vicissitudes, tudo regressa à normalidade no final da aventura, depois de passadas as aflições provocadas pelos monstros pré-históricos que lançam o pânico entre toda a gente, mas são claramente derrotados por... Spip. Aqui está um álbum totalmente diferente dos restantes, no entanto, em vez de despedirem os criadores ao fim de três álbuns, a Dupuis podia investir mais neste projecto, pelo menos enquanto não conseguem decidir quais os criadores que darão seguimento à série.

publicado por AS às 16:01

29
Jun 07

Um velho tio de Spirou deixa-lhe a sua herança. O herói dirige-se para a mansão do defunto, onde descobre que o seu parente lhe deixou um mapa com instruções de acesso ao espólio.
Apesar das objecções e reticências de Gaspar, antigo colaborador do tio, Spirou e Fantásio descobrem o mapa, cujas instruções os conduzem até ao continente africano. No percurso, têm de enfrentar vários perigos e correr numerosos riscos até chegarem ao local onde se encontra o tesouro que, afinal, não é assim tão valioso como ambos pensavam...
Esta é a história de A Herança, escrita e desenhada por Franquin, que foi publicada pela primeira vez na revista Spirou (números 453 a 491) entre 19 de Dezembro de 1946 e 11 de Setembro do ano seguinte.
Este álbum inclui ainda uma segunda aventura, O Tanque, também da autoria de Franquin. A história relata as atribulações de Fantásio para dominar um velho tanque que acaba de adquirir; depois de destruir praticamente uma cidade, o herói vai utilizar o veículo para reparar os estragos, decidindo em seguida abrir uma empresa especializada em demolições. Esta BD foi divulgada no Almanach Spirou 1947, distribuído em Dezembro de 1946.

Este álbum é uma autêntica maravilha, que finalmente é publicada pela primeira vez no nosso País. O Tanque é a primeira história de Spirou desenhada por Franquin, já A Herança, foi a primeira história de Spirou que foi construída na íntegra por Franquin, imediatamente após Jijé lhe ter passado a responsabilidade de desenvolver a série.
Independentemente do termo de comparação que se possa usar, muitos leitores (eu incluída) irão estranhar o aspecto “tosco” dos heróis e o grafismo ainda titubeante de Spirou, isto porque Spirou parecia ter vestido umas calças que eram maiores que ele, para além de parecer não se conseguir aguentar em pé. Por outro lado, Fantásio parece uma espécie de Cebolinha que usa Gel para espetar o pouco cabelo que tem. Felizmente, Franquin rapidamente amadureceu o seu grafismo tornando-o no seu estilo inconfundível, que todos os seguidores de Spirou tão bem conhecem. Além disso, foi capaz de criar duas histórias com excelentes argumentos, repletos de humor e aventura.

Com A Herança, o artista belga já dá mostras de um razoável fôlego narrativo. A história tem um enredo clássico, ainda muito ligado à lógica do romance popular de aventuras, mas a multiplicação de personagens secundários, perfeitamente caracterizados, faz a diferença. Foi neste período que a banda desenhada franco-belga começava a conquistar o seu próprio território, deixando definitivamente para trás a tutela dos comics norte-americanos que caracterizara o período anterior à Segunda Guerra Mundial.

publicado por AS às 14:21

17
Mai 07

Antes de abandonarem a Terra, os cientistas Jefferson Singleway, Borris e Karl, que foram os protagonistas da aventura O Anel de Gelo, ofereceram a Spirou e Fantásio uma caixa negra com os planos e os mapas de várias invenções revolucionárias.

Para grande incómodo da sua vizinha bisbilhoteira, que passa a vida à janela, tentando bisbilhotar a vida do nosso herói, Fantásio fecha-se em casa durante dias para concretizar alguns desses planos. Um deles é o Fantajet, uma versão moderna do Fantacóptero (Ver o álbum Spirou e os Herdeiros).

O grande inconveniente deste invento é que chama demasiado a atenção, e tendo em conta que todos os planos que se encontram na caixa negra, ao caírem nas mãos erradas, podem ter resultados desastrosos, como é o caso do comandante Alexander, que tudo faz para por a mão em ambos: ao Fantajet e à caixa negra. Para isso, engendrou um plano muito simples, raptar Fantásio e trocá-lo pela misteriosa caixa.

Esta é a segunda história realizada pela dupla Nic e Cauvin, que para a série, revela um processo de transição, isto porque Fournier tinha abandonado Spirou e as Éditions Dupuis hesitavam quanto ao seu sucessor. A solução encontrada pela editora foi entregar o desenvolvimento da banda desenhada a três equipas distintas, incumbidas de realizar curtas histórias – Yves Chaland que escreveu Fantasio et le fantôme et 4 autres aventures, que é difícil de encontrar, a dupla Tome e Janry, que pegou na série durante uma grande parte dos anos 80, e Nic e Cauvin, responsáveis por três aventuras, O Anel de Gelo, A Caixa Negra e Les faiseurs du silence.

As condições em que esta dupla aceitou pegar na série não eram nada favoráveis, visto que tinham como objectivo realizar um álbum por ano e romper com a dinâmica precedente, o que envolvia abandonar personagens que se moviam à volta do conde de Champignac.

É obvio que, como se verá, o resultado não consegue ser totalmente conseguido. Primeiro porque, em termos gráficos Spirou fica quase irreconhecível, ficando até com um ar muito infantil e, nem mesmo o facto de passar a andar de mota lhe consegue conferir um look mais moderno. Depois porque a narrativa fica demasiado centrada nas aventuras e peripécias dos heróis e de um pequeno núcleo de personagens secundárias que não conseguem ter espaço para se evidenciar, como acontecia por exemplo, com Zorglub.

Por outro lado, a dupla Nic e Cauvin conseguiu introduzir na série as temáticas ambientais, e assim aproximaram o herói das preocupações quotidianas de um numero crescente de leitores.

publicado por AS às 17:02

12
Abr 07

 

Sinopse: Após a morte do seu tio Tanzáfio (ler o álbum Spirou e os Herdeiros), Fantásio tenta dar alguma vida à mansão abandonada pelo seu tio. Numa das suas visitas à casa, descobre que o seu primo Zantáfio e os seus guarda-costas estão na mansão, para se esconderem das represálias da Máfia Russa (ler o álbum Spirou em Moscovo). Ao mesmo tempo, a caminho da sua consulta ao psicanalista, Spirou salva um homem dum atropelamento, mas estranhamente, nem um agradecimento houve por tão heróico salvamento. Qual não é o ar de espanto de toda a gente quando esse mesmo homem é Tanzáfio, que todos consideravam morto, que regressa para tomar a água da fonte da juventude que estava escondida na mansão, que o tornou centenário. Ao ouvir as aventuras e a descoberta do seu tio, Zantáfio vê na fonte da juventude uma oportunidade e engendra logo um plano para conseguir deitar mão à água da fonte da juventude, e parte à sua procura na selva de Guaracha. Spirou, Fantásio, Tanzáfio e Spip seguem-lhe o rasto, nunca o perdendo de vista. A viagem de barco pelo Oceano Atlântico dá à história a progressão necessária entre a mudança de cenários.
Já em Guaracha, Zantáfio junta-se a um grupo de camponeses sem terra, liderados por Selvo, um índio com descendência hispânica, enquanto que Spirou salva a vida da chefe dos nativos rebeldes, Katxina, que preparam uma revolta contra os camponeses, por estes terem oprimido os seus antepassados. O que ainda torna esta luta mais interessante é o facto de os líderes Selvo e Katxina estarem divididos entre aquilo que sentem um pelo outro e os seus ideais políticos. Estando no centro desta batalha, Zantáfio é conduzido até à selva por Selvo, na esperança de encontrar a fonte da juventude. Tanzáfio guia Spirou e Fantásio pela selva, com o objectivo de travar as intenções malévolas de Zantáfio. A história tem várias reviravoltas durante a batalha junto à fonte, onde Tanzáfio “troca” a sua vida pela de Selvo e Katxina enquanto que Zantáfio sai da selva com os seus assistentes, levando consigo alguns litros da água da fonte, sem se aperceber que esta perdeu os seus poderes…
 
Critíca: Este é o segundo álbum escrito pela dupla Morvan & Munuera. Este álbum tem vários aspectos curiosos, o primeiro é sem duvida o aparecimento de Tanzáfio, que até então só tinha sido mencionado num dos primeiros álbuns das Aventuras de Spirou e Fantásio escritos por Franquin, Spirou e os Herdeiros, que apresenta ao leitor Zantáfio e Marsipulami. Portanto, não deixa de ser curioso que, passados 53 anos um álbum que teve tanta importância, seja desta forma homenageado pelos novos autores da série. Outro aspecto é também a referência a Spirou em Moscovo, escrito e desenhado pela dupla Tome e Janri, mostrando que Morvan & Munuera não são apenas fãs da série, mas também respeitam e conhecem muito bem o trabalho dos anteriores autores.
Outro aspecto é sem dúvida o desenho, que se revela muito mais actual e “limpo”, já se começando a notar a proximidade ao estilo Manga (ver Spirou e Fantásio em Tóquio).
O argumento está semelhante ao de Paris Submerso, no sentido em que pega numa premissa original, que estamos habituados a ver no cinema e, não tanto em banda desenhada, neste caso numa fonte de juventude, que só se encontra numa selva controlada por indígenas. Por tudo isto, estamos perante mais uma aventura imperdível dos nossos heróis.
publicado por AS às 15:02

27
Mar 07

Sinopse: Fantásio é o enviado especial do Jornal “Mosquito” a Incógnito City, uma cidade moderna para milionários onde é proibido fotografar e todos os passos dos jornalistas são vigiados de perto.
Além de Spirou, acompanham-no o esquilo Spip e o Marsupilami, cuja presença inviabiliza o alojamento em qualquer dos hotéis da cidade, pois não aceitam animais.
Vale-lhes um idoso simpático que os acolhe em sua casa enquanto durar a estadia dos heróis.
Ao simularem um assalto para fazerem a sua reportagem, os heróis descobrem que se prepara um audacioso assalto à cidade, com o objectivo de roubar todos os seus habitantes. O cérebro da operação é um Playboy local que levam algum tempo a desmascarar, com a preciosa ajuda de Marsupilami. O que é mais estranho e inquietante nesta situação é que tudo parece indicar que o Conde de Champignac, velho amigo dos dois heróis, também está envolvido no assunto.
Este livro inclui ainda “O Quick Super”, curta história de Franquin, em que é levada a cabo mais uma investigação de Fantásio, que vai descobrir por que razão, os mais recentes modelos do construtor automóvel Quick são roubados logo após a venda.
 
Critica: Ao contrário do que se tornou habitual nas histórias criadas por Franquin, esta aventura de Spirou tem uma autoria partilhada: Maurice Rosy, que trabalhou nas Éditions Dupuis e foi director artístico da revista Spirou, em virtude de Franquin estar sobrecarregado de trabalho, com a série Modeste et Pompon.
Além do argumentista, Franquim contou também com a colaboração de Will (séries Tif et Tondu, Isabelle e outras), que desenha os cenários da história. É muito graças a esta intervenção que a história ganha agradáveis sequências de espaços urbanos e ambientes de interiores, que faz lembrar as composições do cineasta francês Jacques Tati em alguns dos seus filmes mais críticos da sociedade de consumo.
Outro ponto de interesse deste álbum é o facto de Rosy ter explorado a possibilidade do Marsupilami falar, juntando essa faculdade às suas demais extraordinárias capacidades. A intervenção do Marsupilami será decisiva para o desenlace desta história, na qual as sequências de gags e a forte presença do humor são um excelente contraponto da acção que caracteriza a aventura.
 
publicado por AS às 13:01

12
Mar 07
No mesmo dia em que o jornal Público começou a publicar alguns dos álbuns do Spirou e Fantásio, em que alguns deles são inéditos no nosso país, eis que chega às nossas livrarias o ultimo álbum destes dois heróis da banda desenhada, Spirou e Fantásio em Tóquio.
 
Nesta aventura, Spirou, Fantásio e Spip encontram-se em Edo, a capital do país do Sol Nascente de 1603 a 1864. Paradoxo Temporal? Viagem no tempo? Nada disso: os nossos três amigos foram apenas convidados para a prestigiada inauguração do “Edo-Resort”, um gigantesco parque de diversões que reconstitui fielmente o Japão medieval. Mas Spirou e os companheiros não estão ali para se divertir. Viajaram para o extremo oriente à procura do seu amigo ilusionista Itoh Kata que lhes confiou uma missão especial: encontrar duas crianças com incríveis poderes paranormais e que foram detidas por Mankagana, um temível gangster com ambições imobiliárias duvidosas. Uma perseguição desenfreada levará os nossos heróis de Akihabara, o quarteirão electrónico, até Ginza, o quarteirão dos espectáculos, passando por Shinjuki, o território dos temíveis yakuzas, numa visita guiada particularmente movimentada...

Com um grafismo soberbo, a lembrar manga, esta história mostra-nos um Spirou e Fantásio fora dos ambientes e das aventuras a que os seus seguidores estão habituados, não há Zorglub nem Marsipulami, e temos um Spip mais inteligente que nunca. Não temos invenções, nem cogumelos com características especiais, antes pelo contrário, temos os nossos heróis com telemóveis, IPODs, e atacados por um espírito consumista digno da nossa sociedade.
 
Para muitos fãs, estamos perante um “ultraje” aquilo que era a essência a que o Mestre Franquin nos habituou, para outros é a renovação dos heróis ao nosso tempo.
Comparativamente com Paris Submerso, primeiro álbum publicado pela dupla Morvan/Munuera, a aventura em Tóquio ganha por ser mais real, mais convincente, não que não se goste do anterior, antes pelo contrário, parece ser retirado dum filme de ficção científica.
 
Este livro é, acima de tudo, uma bela homenagem à cultura japonesa, através de uma aventura frenética onde não faltam ninjas, yakuzas, um concurso de cosplay e até duas crianças com poderes paranormais, como na série “Akira”.
publicado por AS às 10:56

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