24
Mai 13

 

A Casa da Seda
de Anthony Horowitz
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 284
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722350358

 

Eu sou uma grande fã de Sherlock Holmes. Desde muito cedo, algures na minha infância, o interesse surgiu, e foi o suficiente para ler as obras de Conan Doyle, relê-las, ver séries, adaptações cinematográficas, comics, etc. Tudo o que envolva o nome do detective mais famoso do mundo desperta o meu sentido de critica.

E é também por esta razão que, sempre que vejo o nome Sherlock Holmes associado a algo novo, um misto de curiosidade e desconfiança se apodera de mim.

Quando vi à venda o livro "A Casa da Seda" de Anthony Horowitz, o interesse foi despertado por ser a primeira obra de sempre a receber a aprovação do "Conan Doyle Estate Ltd". Portanto, se a entidade que zela pelo património literário deixado por Conan Doyle aprovou, quem sou eu para desaprovar?

E de facto, ao ler o livro percebe-se porquê. Em primeiro lugar, porque é narrado por Watson, a história passa-se em Novembro de 1890, ou seja, entre as histórias originais, escritas por Doyle. No entanto, devido às suas implicações, só é escrita após a morte de Holmes, e o Dr. John Watson deixa expresso que a mesma só seja dada a conhecer ao público muitos anos depois da sua morte, garantindo que nenhum dos envolvidos possa alguma vez ser implicado no caso.

Desconhecendo por completo o trabalho do autor, o primeiro aspecto a destacar é de facto o trabalho de pesquisa feito por Horowitz, e a sua capacidade de retratar Londres da época Vitoriana. É também de realçar a fidelidade e a caracterização que deu às personagens, dando-lhes um toque pessoal, mas mantendo muitas das caracteristicas que deslumbraram os fãs de Doyle.

Depois, e para mim o aspecto que enriquece imenso o livro é a história e a forma como esta é narrada. Num caso aparentemente inofensivo, Holmes e Watson vêem-se mergulhados no submundo de Londres, onde surge recorrentemente "A Casa da Seda", que se revelou uma misteriosa entidade, um inimigo mais mortal que qualquer outro já enfrentado por Holmes – e com uma conspiração que ameaça manchar toda a sociedade…

O desfecho, embora surpreendente para a época, é muito actual nos nossos dias.

Em resumo, este é um livro altamente recomendável. Para os fãs de Sherlock Holmes, porque nos traz todas aqueles pormenores que tanto gostamos nas obras originais! Para os não fãs, porque é um excelente policial!

publicado por AS às 23:20

10
Fev 12

 

Sinopse: O jornalista de economia Mikael Blomkvist precisa de uma pausa. Acabou de ser julgado por difamação ao financeiro Hans-Erik Wennerström e condenado a três meses de prisão. Decide afastar-se temporariamente das suas funções na revista Millennium. Na mesma altura, é encarregado de uma missão invulgar. Henrik Vanger, em tempos um dos mais importantes industriais da Suécia, quer que Mikael Blomkvist escreva a história da família Vanger. Mas é óbvio que a história da família é apenas uma capa para a verdadeira missão de Blomkvist: descobrir o que aconteceu à sobrinha-neta de Vanger, que desapareceu sem deixar rasto há quase quarenta anos. Algo que Henrik Vanger nunca pôde esquecer. Blomkvist aceita a missão com relutância e recorre à ajuda da jovem Lisbeth Salander. Uma rapariga complicada, com tatuagens e piercings, mas também uma hacker de excepção. Juntos, Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander mergulham no passado profundo da família Vanger e encontram uma história mais sombria e sangrenta do que jamais poderiam imaginar.

 

Crítica: Li este livro em pouco mais de 2 dias e a cada página, cada capítulo ansiava por saber mais sobre a trama, tal não é a teia construída pelo - infelizmente - falecido Stieg Larsson.

O início da trilogia Millenium e de toda a saga de Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander abre, para mim, todo um novo género de literatura e imaginário. Um livro com uma história policial diferente do que é habitual, mais se aproximando a um thriller. Além da já referida anteriormente visão tormentosa que apresenta da sociedade sueca, este livro traz algo de inovador, na forma crua como aborda a história e as personagens.

Aliás, a personagem de Lisbeth Salander consegue estar tão completa que quase se sobrepõe ao próprio livro. Uma rapariga franzina, considerada socialmente incapaz, quase anti-social, lenta mas que no entanto consegue ter um lado muito humano, complexo e é bem mais inteligente do que toda a gente pensa, sendo na verdade uma investigadora excepcional..

Uma pessoa que não é o que aparenta e tem uma vida muito mais complexa que aquilo que muita gente quer fazer crer e que se vê a braços com muitas complicações no meio de toda a trama, acabando por ser crucial para o desenrolar e resolução da mesma.

Quanto a Blomkvist, um personagem que, a meu ver é uma espécie de aproximação ao próprio Stieg Larsson, na medida em que encaixa em pequenas peças, como o seu historial profissional e aparência. Um homem que, ao ser condenado a uma pena de prisão por difamação, vê toda a sua vida do avesso ao aceitar embarcar no mistério que Henrik Vanger lhe apresenta, para além de ter de abandonar os seus amigos e colegas na Millenium, com uma bomba prestes a rebentar, devido à sua condenação, o que consequentemente afecta a própria revista.

A família Vanger, uma das últimas famílias industriais da Suécia, que tem pessoas tão diferentes e com relacionamentos tão complexos entre si, que o próprio Henrik apresenta como sendo um grupo de ladrões, mentirosos e falsos. Henrik que vive há mais de 40 anos desesperado com o desaparecimento da sua sobrinha-neta Harriet, apresenta-nos uma família castigada por questões políticas e religiosas que levam a que os seus membros mal se falem e se relacionem apenas devido às empresas que possuem, as quais também se encontram em declínio.

Ao nível da história, a mesma é bastante mais complexa do que o que aparenta: não se trata simplesmente de perceber o que aconteceu a uma rapariga de uma família industrial muito complicada, mas existe um enquadramento político, religioso e e social, que deturpa a forma como são vistas e tratadas as mulheres, tornando toda a trama muito mais complexa e intrincada..

Todo o encadeamento nos deixa boquiabertos e completamente viciados na forma de escrita de Stieg Larsson, desejando continuar a saber que novos mistérios estão guardados para todos os personagens.

publicado por FV às 16:45

27
Jan 12

 

Com o grande sucesso de Stieg Larsson e a sua trilogia Millenium, a literatura policial sueca ganhou nova força e novo hype.

Com Stieg Larsson, "renasceram" autores como Henning Mankell e surgiram novos e promissores autores vindos do frio como Camilla Läckberg, Lars Kepler, Mons Kallentoft, entre outros.

O policial também ganhou nova vida com novo destaque nas bancas, o que muito me agrada. Assim como, esta vaga de livros nórdicos, permitiu apresentar uma nova sociedade ao mundo, uma sociedade que, da minha própria percepção é bem menos pacata e evoluída que o que pudesse parecer, não querendo aqui ofender ninguém.

Simplesmente, a imagem que tinha do mundo nórdico era uma sociedade sofisticada, forte tecnologicamente e talvez até um pouco à frente do restante mundo ocidental - muito também devido à força d empresas/marcas como a Nokia, IKEA, Ericsson, Volvo, etc...

No entanto, dos livros que tive para já oportunidade de ler e conhecer (bem como da vaga de filmes adaptados desses mesmos livros, ou séries dinamarquesas, suecas, finlandesas que também surgem na ordem do dia - The Killing por exemplo), a sociedade que nos é apresentada é uma sociedade cruel, distorcida, de certa forma um pouco retrógrada até, em especial no tratamento às mulheres...

Isto no entanto, de certa forma deixa-me um pouco alarmado que alguns dos eventos descritos, possam ser efectivamente reais do dia-a-dia daquela e de tantas outras sociedades...

 

Mas prometemos em breve aprofundar mais esta ideia, também com algumas análises e opiniões aos livros, filmes e toda a parafernália sueca - nórdica para ser mais preciso -  que nos entra hoje em dia pela casa.

publicado por FV às 17:11

08
Fev 11

 

Sinopse

Arthur (Conan Doyle) e George (Edalji) cresceram em mundos completamente diferentes e a vários quilómetros de distância um do outro, na Grã-Bretanha do final do sécúlo XIX. O primeiro é médico e tornou-se mundialmente conhecido por ser o criador do célebre Sherlock Holmes. Arthur torna-se escritor e um dos mais famosos homens do seu tempo, enquanto George, solicitador em Birmingham, permanece na obscuridade. Mas com o despontar do novo século, as suas vidas cruzam-se devido a uma sequência de acontecimentos reais que ficaram conhecidos como "Os Ultrajes de Great Wyrley".

O segundo, George Edalji quer apenas ser muito inglês e acredita na lei; contudo, a sua ascendência pársi é um entrave às suas aspirações e colocá-lo-á a braços com a justiça. Por seu lado, Arthur é um homem moderno para a sua época, mas os seus ideais de cavalheirismo e dever empurram-no para um insolúvel dilema moral: ama profundamente Jean, mas existe Touie, a sua mulher, a quem encara com afecto e respeito. É então, após dez anos a viver esta mentira, que Arthur descobre a história de George. O óbvio erro judiciário galvaniza-o. Uma vez que o público o identifica com Sherlock Holmes, ele vai actuar como a sua criação, limpar o nome do inocente e desmascarar o culpado. A uni-los está o facto de ambos serem vítimas dos sistemas que mais admiram: a lei e o cavalheirismo, e juntos serão capazes de redimir as suas vidas destroçadas pela falta de esperança e frustração.

 

Critica

Começo por dizer que nunca tinha lido nada sobre este autor, e que comprei o livro por curiosidade, visto que sempre gostei muito do trabalho de Conan Doyle, principalmente tendo em conta que este é um relato acerca de acontecimentos reais.

Este livro é um verdadeiro trabalho de investigação acerca dos dois personagens principais, desde a sua infância até às suas mortes. De um lado temos Conan Doyle, escocês, com ascendência Irlandesa, e, embora não viesse de uma família que se pudesse considerar abastada, teve a possibilidade de frequentar boas escolas e acabou por estudar medicina na Universidade de Edimburgo.

Por seu lado, George Edalji, inglês, embora de ascendência Parsi pela parte do pai, sempre viveu no presbitério, onde o seu pai era pastor, conseguiu estudar direito e acabou por se tornar solicitador em Birmingham.

Em circunstâncias normais, a vida destas duas pessoas nunca se teriam cruzado, até ao dia em que George é acusado de um crime gravíssimo, pelo qual passou uns anos na prisão injustamente.

Conan Doyle, um dos homens mais famosos do seu tempo, ao tomar conhecimento da enorme injustiça da qual George foi alvo, decide ajuda-lo.

O aspecto que achei mais interessante é que, este livro, embora seja um estudo exaustivo, nunca o achei entediante ou enfadonho. Notei de facto que Julian Barnes teve muito cuidado ao retratar a vida de cada um dos personagens, respeitando sempre a ordem cronológica dos eventos.

Para mim, este livro acabou por ser uma biografia interessantíssima de Conan Doyle, dando-nos a conhecer vários dilemas morais com que foi confrontado durante a sua vida, e, por ter sido uma pessoa que tanto lutou por tudo aquilo em que acreditava, tornou-se um dos homens mais influentes da sua geração!

publicado por AS às 18:24

05
Ago 09
Sinopse: Perante a diversidade actual dos modelos familiares, fará sentido continuar a falar da importância da família? Os valores que cimentaram a História de uma geração devem ser esquecidos ou, pelo contrário, transmitidos aos mais novos? A fragmentação de muitos casais pelo processo de divórcio conduz sempre a um corte emocional com a família alargada, ou pode proporcionar uma reflexão sobre a continuidade dos elos significativos através das diversas gerações?
Qual o papel dos avós: transmissores de afectos sem regras ou, pelo contrário, a garantia de continuidade da família? Como se pode educar nos tempos de hoje, em que alguns reclamam mais autoridade e outros parecem recear a palavra?
Há alguns anos que leio os livros de Daniel Sampaio, mas este “A Razão dos Avós” foi dos que maior curiosidade me despertou, talvez causada pelo facto de eu nunca ter conhecido os meus avós, e por isso, ter perdido o contacto com esta figura tão importante no seio da família.
O autor usou um pouco das suas memórias, tentando pegar no exemplo de vida que era a sua avó, mostrando a influência que esta teve no desenvolvimento do seio familiar. Mas, mais do que um relato familiar, A Razão dos Avós é, acima de tudo, uma reflexão sobre a mentalidade dos nossos tempos.
Aliás, neste aspecto os autores (Daniel Sampaio e Eulália Barros) comentam a forma como os valores passam de geração para geração, e o descrédito que por vezes é dado aos mais velhos faz com que esta passagem se perca.
O que se torna mais curioso verificar é que muitas das experiências vividas por Daniel Sampaio batem certo com as nossas experiências familiares, mesmo havendo uma diferença tão grande entre ambas. Aliás, poucos dos que lêem este livro podem dizer que tem um irmão que foi Presidente da República ou um pai que foi Director Geral e um dos fundadores da Direcção Geral da Saúde, entre muitos outros antepassados que desempenharam papéis importantes a nível político e social. Mesmo assim damos por nós a constatar que este ou aquele conceito, esta ou aquela experiência, fazem todo o sentido, porque nos conseguimos identificar com situações de alguma forma semelhantes ou que foram vividas por outros antes de nós.  
Num breve resumo, aqui fica uma citação a reter: “Pais e avós querem-se imperfeitos, tentando fazer o melhor possível, mas nunca com o objectivo de serem os melhores de todos. Esse deve ser o caminho a seguir.”
O ensaio terá, como é óbvio, leituras diferentes consoante seja lido por avós, por pais e até mesmo por filhos. E, em cada um, consoante a respectiva experiência de vida, julgo que contém muitas e variadas pistas para que os seus leitores dele retirem conclusões com interesse para a “organização” da forma como vêem as suas famílias. E, a mim, de facto, fez-me ter ainda mais pena de não poder contar experiências passadas com os meus avós. No entanto, hoje constato a passagem dos meus pais para avós e todas as mudanças de comportamento que tem para estarem com as netas!
publicado por AS às 23:00

24
Mai 09

 

Hoje marcam-se os 150 anos do nascimento de Sir Arthur Conan Doyle, cujo legado literário se tornou um fardo demasiado pesado de carregar. Com a necessidade de ganhar dinheiro para poder tirar o seu curso de medicina, criou um personagem que ainda hoje é idolatrado em todo o mundo. Sherlock Holmes, o melhor detective do mundo, com os métodos de dedução que deixavam os inspectores da Scotland Yard e o seu companheiro, Dr. John Watson estupefactos, conduzindo os casos a desfechos nada previsiveis.

 

Aqui fica a minha homenagem ao autor ao seu personagem.

 

Fonte: http://livros.sapo.pt/noticias/artigo/3453.html

 

Many Faces of Sherlock Holmes relatado por Christopher Lee, um dos muitos escolhidos para personificar o detective londrino:

www.youtube.com/watch

 

A  mais recente adaptação cinematográfica, realizada por Guy Ritchie: www.youtube.com/watch

 

 

 

 

publicado por AS às 19:16

15
Out 08

 

 

 

 

 

No primeiro livro, (Dexter - Um Pesadelo Raiado de Negro), foi-nos dado a conhecer Dexter Morgan, um respeitável técnico dos serviços de medicina legal da policia de Miami que tem como Hobby matar assassinos em série, pessoas que ele considera dispensáveis na sociedade. No entanto, algo começa a importunar a sua pacífica existência com o seu “Passageiro das Trevas”: o Sargento Doakes desconfia que Dexter é um criminoso (o que não está longe da verdade) e está decidido a apanhá-lo a todo o custo. Para isso, decide seguir Dexter para todo o lado, como se de uma sombra se tratasse. Então Dexter, para não ser apanhado, decide criar uma vida perfeita: passa as noites em casa da sua namorada, Rita, e dos dois filhos desta, conseguindo criar um álibi perfeito.

Até que algo vem quebrar a rotina de Dexter e de todos os polícias de Miami: um novo assassino com métodos bastante macabros espalha o terror em Miami, e ao que tudo indica, conhece Kyle Chutsky e o Sargento Doakes.  Com a irmã de Dexter, Deborah, responsável pelo caso e pessoalmente envolvida na resolução do mesmo, pede ajuda ao irmão para apanhar este sinistro criminoso, colocando Dexter a trabalhar com o seu “perseguidor”, o Sargento Doakes.

Todos estes aspectos dão uma dinâmica muito boa à história, fazendo-nos ficar muito facilmente presos ao enredo. No entanto, à semelhança do que aconteceu no primeiro livro, existem partes da história muito confusas, que se tornam difíceis de acompanhar. E embora eu considere um aspecto bastante positivo o lado humano que é dado a Dexter e aos restantes personagens da história, para alguns fãs desta saga, este aspecto pode provocar alguma desilusão, porque embora seja dado a entender ao leitor que a mudança de comportamento que se torna visível em Dexter acontece devido à necessidade de ter uma vida o mais normal possível, visto estar a ser controlado e seguido por Doakes, existem alguns comportamentos que nos fazem pensar se não haverá um certo exagero nessa mudança. Outro aspecto que dá uma dinâmica muito boa ao livro é a introdução do Dr. Danco, o assassino macabro que veio aterrorizar a polícia e, ao que parece, quer-se vingar pessoalmente de alguns agentes. O confronto de Dexter com alguém que ele admira, principalmente, pelos métodos que utiliza dá um lado bastante interessante à história, e nota-se que o autor, Jeff Lindsay, teve especial cuidado ao explorar esta questão. No entanto, um pouco à semelhança do que aconteceu no primeiro livro, a história, a dada altura desenrola-se abruptamente, acabando de forma repentina, o que é pena, pois este livro merecia mais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Até que algo vem quebrar a rotina de Dexter e de todos os polícias de Miami: um novo assassino com métodos bastante macabros espalha o terror em Miami, e ao que tudo indica, conhece Kyle Chutsky e o Sargento Doakes.  Com a irmã de Dexter, Deborah, responsável pelo caso e pessoalmente envolvida na resolução do mesmo, pede ajuda ao irmão para apanhar este sinistro criminoso, colocando Dexter a trabalhar com o seu “perseguidor”, o Sargento Doakes.

Todos estes aspectos dão uma dinâmica muito boa à história, fazendo-nos ficar muito facilmente presos ao enredo. No entanto, à semelhança do que aconteceu no primeiro livro, existem partes da história muito confusas, que se tornam difíceis de acompanhar. E embora eu considere um aspecto bastante positivo o lado humano que é dado a Dexter e aos restantes personagens da história, para alguns fãs desta saga, este aspecto pode provocar alguma desilusão, porque embora seja dado a entender ao leitor que a mudança de comportamento que se torna visível em Dexter acontece devido à necessidade de ter uma vida o mais normal possível, visto estar a ser controlado e seguido por Doakes, existem alguns comportamentos que nos fazem pensar se não haverá um certo exagero nessa mudança. Outro aspecto que dá uma dinâmica muito boa ao livro é a introdução do Dr. Danco, o assassino macabro que veio aterrorizar a polícia e, ao que parece, quer-se vingar pessoalmente de alguns agentes. O confronto de Dexter com alguém que ele admira, principalmente, pelos métodos que utiliza dá um lado bastante interessante à história, e nota-se que o autor, Jeff Lindsay, teve especial cuidado ao explorar esta questão. No entanto, um pouco à semelhança do que aconteceu no primeiro livro, a história, a dada altura desenrola-se abruptamente, acabando de forma repentina, o que é pena, pois este livro merecia mais.

 

 

publicado por AS às 21:40

24
Jul 08

 

 

 

 

 

 

 

 

Na sociedade parisiense do ano de 1960, onde imperam o dinheiro e a tecnologia, o protagonista Michel e seus amigos passeiam por um futuro não muito distante da realidade actualizada entre outras coisas, o escritor antecipa a invenção do Fax.

 

A obra Paris no Século XX, foi o segundo livro escrito por Júlio Verne, em 1863. No entanto, acabou por ser o último a ser publicado, em 1989, quando um dos bisnetos do autor descobriu o manuscrito e permitiu que a Sociedade Júlio Verne o desse a conhecer ao público.

Este livro mostra que, ao contrário daquilo que marcou a visão de Verne, o avanço tecnológico vivido no século XX não traria apenas benefícios à sociedade, e que o autor receava os efeitos que o mau uso da tecnologia e do crescimento da globalização poderiam trazer à mesma. Por ter um conteúdo depressivo e uma visão receosa, Hetzel, editor e amigo de Júlio Verne, aconselhou-o a não publicar esta época na altura, pois isso poderia descredibilizar a sua obra, já que Verne falava de aventuras extraordinárias. Assim sendo, Verne seguiu o conselho do seu amigo e guardou o manuscrito num cofre.

 

A história situa-se em Paris, no ano de 1960, e fala-nos duma civilização urbana, onde as máquinas, a tecnologia e a economia, tornam a sociedade admirável, e no entanto, totalmente desculturizada, sem apreço pelos artistas e pelos valores de outrora, que tanto caracterizaram a sociedade Parisiense durante séculos.

 

Este livro tem dois factores que tornam o apreço por Júlio Verne ainda maior:

Primeiro, porque mostra, como foi evidente em todo o seu trabalho, a sua capacidade e visão de antecipação, dando uma veracidade incrível à sua obra.

Segundo, porque Paris no Século XX deita por terra as críticas que Júlio Verne era um romancista e um ferrenho defensor do avanço tecnológico. Verne mostra aqui os seus receios e uma visão bastante critica da transformação que a sociedade poderia ter se tal avanço não fosse controlado. E é impressionante como, com um século de antecedência, Verne estava tão perto da verdade!

 

publicado por AS às 17:26

02
Jun 08

 

 

Sinopse: Um tesouro pelo qual vale a pena matar. Sam Spade, um detective privado já curtido pelo tempo, com o seu solitário código de ética. Um bizarro ladrão chamado Joel Cairo, um homem gordo que dá pelo nome de Gutman e Brigid O'Shaughnessy, uma bela e traiçoeira mulher cuja lealdade muda com um tilintar de moedas. Estes são os ingredientes da melhor obra da brilhante ficção policial de Dashiell Hammett, uma novela que seduziu gerações de leitores.

 

Esta história, originalmente intitulada de The Maltese Falcon foi editada pela primeira vez em 1930, na revista Black Mask, e é considerada uma das obras primas de Dashiell Hammett. O personagem principal, Sam Spade, aparece apenas nesta história e em mais 3 short stories menos conhecidas. No entanto este personagem teve um papel importantíssimo na definição do estilo de detective e género literário Hard-Boiled, e que serviu de inspiração a Raymond Chandler, contemporâneo de Hammett, e ao seu famoso personagem Philip Marlowe.

Em 1930, quando esta história foi publicada pela primeira vez, Hammett era apenas mais um escritor a soldo da revista Black Mask, que publicava histórias negras de crime, violência e sexo. Hammett era veterano de guerra, ex-investigador e membro do partido comunista americano, apropriou-se de maneira instrumental do estilo Hard-boiled, recorrendo a este para retratar, de forma seca e directa, a sociedade americana.

Sam Spade foi o grande critico da sociedade, visto que o que interessava a Hammett era o confronto entre o poder e a corrupção e o sentido de justiça do indivíduo solitário, que apesar de todas as contrariedades luta fervorosamente por um mundo melhor, ou pelo menos, um em que as desigualdades e os crimes dos poderosos possam ser travados.

Spade embora aparente ser alguém cínico e amoral, é na verdade uma espécie de justiceiro por conta própria, capaz de resistir a todos os poderes instalados, começando pela policia, e luta por uma causa que não compartilha com ninguém e na qual acredita instintivamente.

E é dentro deste contexto que Spade circula, entre uma mulher fatal, Brigid O’Shaughnessy, um ladrão de nome Joel Cairo, Gutman que é o estereótipo da ganância e falta de ética, e uma estátua de um falcão. O que terá esta estátua de especial para provocar o interesse de tanta gente?

O Falcão de Malta tornou-se rapidamente numa referência de vários escritores, entre eles Raymond Chandler e, muitos anos depois, veio a ser exemplo da grande novela americana.

 

publicado por AS às 23:24

14
Abr 08

  • Perdeu-se Uma Mulher (Farewell, My Lovely – 1940)

Um encontro fortuito com Moose Malloy, um ex-presidiário, em Los Angeles, coloca Marlowe numa teia de problemas.

Acabado de sair da prisão, Malloy vai à procura da sua namorada, a ruiva Velma, que viu pela última vez 8 anos antes. O Clube nocturno onde ela trabalhava, o Florian, é agora um negro império de jantares e jogos de dados, e ninguém que lá trabalha ouviu falar de Velma. Malloy foge inadvertidamente após matar o chefe negro do clube, e Marlowe, a única testemunha “branca”, é convidado por Nulty, o detective responsável por este caso, a procurar Velma. Marlowe decide visitar a viúva do dono do Florian, uma mulher de meia-idade, alcoólica que lhe diz, de forma pouco convincente, que Velma Valento morreu.

Nessa mesma tarde, Lindsay Marriott contrata Marlowe para a acompanhar na entrega de um resgate de $8,000 por um raro colar de Jade pertencente a uma amiga de Marriott. Mas, no ponto de encontro, uma estrada campestre isolada, Marlowe leva uma pancada que o deixa inconsciente. Quando recupera os sentidos, dá de caras com Anne Riordan, que lhe diz que encontrou Marriott assassinada. Com a ajuda de Anne, Marlowe descobre que o colar pertencia a Mrs Grayle, uma mulher loura casada com um milionário idoso, que corrobora a versão de Marriott de que o colar tinha sido roubado.

À medida que vai achando pontas soltas e ligações pouco esclarecedoras, Marlowe corre risco de vida, chegando ao ponto de levar uma tareia que o deixa inconsciente. Os acontecimentos precipitam o livro para um final alucinante. Será que Velma está mesmo viva? Quem será? E qual a ligação desta com Marriott e porque querem tanto que Marlowe páre de investigar o caso? Tudo isto é explicado numa conversa entre Mrs Grayle e Marlowe em que nos apercebemos, ao jeito a que Raymond Chandler nos habitou, o destino que ele pretendeu dar a cada um dos seus personagens.

 

  • Os Peixes Mortíferos (Goldfish -1936)

As pérolas Leander foram roubadas há 19 anos atrás. O ladrão foi apanhado na altura, mas as pérolas nunca foram encontradas, e, passado tanto tempo, continua a haver uma recompensa de $36.25,000 para quem as encontrar. Até que alguém contacta o detective privado Carmady contando-lhe que conhece alguém que sabe onde as pérolas estão escondidas. Carmady aceita ir falar com essa pessoa, só que a encontra morta, na sua cama, com os pés queimados, e parece haver muita gente em Los Angeles a par da história, e que andam à procura das pérolas.

 

Esta é uma história que pertence ao universo de Short fiction de Raymond Chandler, que consegue ser tão bom quanto as grandes histórias. Neste caso, este aspecto nota-se logo na forma como os diálogos são conduzidos, são bastante cativantes.

Em Goldfish, Chandler usou o detective que serviu de base para a criação de Philip Marlowe, Carmady, que tem os mesmos comportamentos que Marlowe, só que é mais politicamente correcto.

 

Este livro reúne duas histórias de um dos melhores autores de literatura policial de todos os tempos.

 

publicado por AS às 16:38

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